Choco

TEXTO RICARDO DIAS FELNER FOTO ARQUIVO Quem frequenta mercados de peixe já deve ter reparado. Os chocos estão lindíssimos desde Janeiro e vão continuar a aparecer assim até Março, pelo menos. Esta é a altura em que estes cefalópodes, primos de lulas e polvos, se aproximam da costa e dos estuários para se reproduzirem, arrastando […]

TEXTO RICARDO DIAS FELNER
FOTO ARQUIVO

Quem frequenta mercados de peixe já deve ter reparado. Os chocos estão lindíssimos desde Janeiro e vão continuar a aparecer assim até Março, pelo menos. Esta é a altura em que estes cefalópodes, primos de lulas e polvos, se aproximam da costa e dos estuários para se reproduzirem, arrastando tantas vezes com eles outros animais belos, como os golfinhos.

Este ano já os comprei no máximo da sua frescura, gordura e sabor, e por apenas 10€/kg, (normalmente andam acima dos 12€/kg). Eram absolutamente magníficos, uns 20 centímetros de comprimento. Com este tamanho já costumo preferi-los no tacho, mas a qualidade e gordura eram tantas que ficariam igualmente bem numa brasa suave e, depois, banhados em manteiga, salsa e limão.
No caso, acabaram numa feijoada com chouriço, cenoura e malagueta (o choco ama a malagueta) só com o tempo a guisar necessário para os conseguirmos mastigar facilmente, sem os tornar numa papa.
É muito provável que os bichos que comprar nesta altura venham carregados de ovas — e isso é outra coisa, cozinhada de outra maneira (não deixe que o peixeiro as descarte). Os algarvios são quem mais sabe de ovas de choco (como de tantas outras coisas do mar), fritando-as na frigideira até a parte laranja formar uma pasta, com alho, coentros e limão.
Outra opção é usar o choco aos pedaços numa tomatada picante com manjericão, que no fim se junta a esparguete, e tem aí uma pasta como deve ser.

Edição Nº23, Março 2019

Petiscar à portuguesa, é bom com certeza!

Come-se à mão, com garfo ou colher, pão ao lado e copo servido. Tudo configura petisco e não há lugar para preconceitos. Dois imperativos apenas para que se cumpra a prática lusa: mesa e companhia. Um voo rasante pelo muito que nos é posto na mesa, com os olhos postos nas harmonizações felizes. TEXTO Fernando […]

Come-se à mão, com garfo ou colher, pão ao lado e copo servido. Tudo configura petisco e não há lugar para preconceitos. Dois imperativos apenas para que se cumpra a prática lusa: mesa e companhia. Um voo rasante pelo muito que nos é posto na mesa, com os olhos postos nas harmonizações felizes.

TEXTO Fernando Melo
FOTOS Ricardo Palma Veiga

Jamais esquecerei a perplexidade com que o chef Aimé Barroyer, então oficiante no Valle-Flor, em Lisboa, reagiu ao comentário que lhe fiz em privado acerca dos pratos que a cozinha tradicional portuguesa lhe teria inspirado. Falávamos então sobre o seu cuidado com a digeribilidade e de como evitava a repetição de ingredientes e temperos, ao longo de uma refeição de vários pratos, sequência a que nos habituámos a chamar menu de degustação. Mestre que formou muitos mestres entre nós, detentor de um imenso arsenal técnico, debruçou-se criticamente sobre os costumes portugueses e a forma como organizamos normalmente uma refeição. Dizia-lhe eu que alguns dos pratos eram muito complicados e quase continham sopa, prato principal e sobremesa numa mesma etapa. Perguntou-me se eu já tinha olhado com atenção para uma refeição normal num restaurante português médio. Vocês comem gambas cozidas num pratinho, fritos – croquetes, rissóis e pastéis de bacalhau – noutro, ovas de pescada cozidas, num outro ainda, carapaus de escabeche e um queijinho de Azeitão amanteigado, tudo só no início da refeição. De facto, de repente salmonete ao vapor, choco frito e guisadinho de caracóis até parecia singelo demais. O povo português é petisqueiro, não há nada a fazer e quem nos tira essa etapa inaugural que vai de uma ou duas coisas a vinte, tira-nos a boa disposição. Os cozinheiros portugueses esclarecidos sabem perfeitamente como uns bons peixinhos da horta, fritos na perfeição, nos põem felizes e reconciliados com a vida, quantas vezes dispondo-nos até para a empreitada principal da refeição. As opções vínicas são variáveis e, como sempre, cada um sabe de si e do que gosta, mas um simples petisco merece tanta atenção como um prato, o desafio é o mesmo. Primeiro conhecer a matéria-prima, depois a intervenção culinária, finalmente as possibilidades de harmonização com vinho. Cada entrada que se segue exprime um conjunto mais abrangente de petiscos, utilizamos um em cada grupo, deixando as variações ao critério e ousadia de cada um.[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Pastéis/bolinhos de bacalhau”][vc_column_text]As pequenas queneles fritas, feitas de proporções variáveis de batata e bacalhau, ligadas com azeite e ovo batido, são uma das grandes glórias da cozinha portuguesa. Estes pastéis tanto se comem à mão como acompanhados com arroz. Quentes, mornos ou frios não perdem a identidade. Confundem-se com as muitas restantes variantes de cervejaria e ainda bem, assim só lhes deita a mão quem sabe ao que vai. Os desafios mais fortes para o vinho ganhador são resolver a doçura do amido transformado da batata cozida, a presença do ovo inteiro e a fritura do pastel, tudo sem prejudicar a proteína principal que é o fiel.
Ilha DOP Madeirense rosé 2017 (Diana Silva Wines) – Um rosé que faz um corte eficaz de fritos como o pastel de bacalhau e outros, como rissóis, de base massuda, tanto de batata como de farinha, ao mesmo tempo que consegue isolar a proteína e exacerbar o sabor.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34591″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Presunto”][vc_column_text]O fumeiro nacional é uma instituição e num pratinho de presunto bem cortado assentamos a conversa e o convívio para uma tarde inteira. Foram diversos os produtores que optaram pela cura de presuntos e paletas por arejamento em ambientes condicionados, outros felizmente estão apostados na cura mais seca e longa, pelo fumo. Apesar do aspecto da modernidade, é este, orientado para a conserva, que nos delicia. A criação ao ar livre, tanto do porco de raça alentejana a sul como do bísaro a norte, faz com que se crie uma gordura entremeada e nódulos de aminoácidos na carne que se transformam em delícia na mesa de uma taberna.
Marquês de Borba Alentejo tinto 2017 (J. Portugal Ramos) – O lado eminentemente salgado do presunto fica bem entregue a este tinto de estrutura simples, mas muito eficaz, prolongando o prazer do combate com o presunto e não só, a vasta salsicharia tradicional agradece.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34592″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Torresmos”][vc_column_text]Normalmente feitos a partir de partes do porco ricas em gordura e com o propósito principal de extrair a fabulosa banha que felizmente permanece viva no receituário quotidiano. Em nada ameaça o igualmente fabuloso azeite virgem extra que veneramos na cozinha e na mesa. Os pedaços crocantes e compactos que se extraem são petisco incontornável, e clamam por vinhos a um tempo de acidez fixa elevada e saborosos.
Aveleda Reserva da Família Reg. Minho Alvarinho branco 2017 (Aveleda) – Cria-se um ambiente de exploração recíproca que é em si mesmo já uma conversa sem tempo nem limite, e o ponto interessante da ligação é que o torresmo brilha mais com esta assessoria vínica.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34593″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Pataniscas de bacalhau”][vc_column_text]Chama-se patanisca a diversas preparações hoje em dia, mas quando aqui lhe chamamos petisco é aquela que pela fritura das lascas finas de bacalhau em ovo e polme ganha estrutura firme e come-se à mão. É delícia perante a qual ninguém se faz rogado e apetece sempre, por isso se produz com regularidade tanto nos lares portugueses como nos restaurantes onde há mão culinária valente.
Kopke Douro Reserva branco 2017 (Sogevinus) – O vinho é copioso, atraente no nariz, eficiente na boca e gosta do complexo de bacalhau, ovo e salsa que configura a patanisca. Funciona igualmente com pataniscas de polvo e vegetarianas.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34595″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Gambas fritas com alho”][vc_column_text]Ou lhes chamamos gambas al ajillo, como os nossos irmãos espanhóis, ou simplesmente gambas com alho. Sabemos que corruptelas como “guilho” são disparates que nada significam e devemos ser-lhes indiferentes, honrando este petisco de garfo e pão pondo-nos em festa quando vem no azeite ainda fervente, o aroma do alho e coentros a oferecer um exercício respiratório fundador e reparador. Para o vinho, há que o deixar arrefecer um pouco.
Dom Vicente Unoaked Dão Reserva Encruzado branco 2017 (Artemis) – Casta emblema do Dão, a Encruzado assim disponibilizada ainda jovem tem um vigor grande e gosta muito de se fundir no azeite, restaurando o palato a cada gamba que vamos fazendo desaparecer.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34596″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Escabeche de coelho”][vc_column_text]Cebola, vinagre, especiarias e espera, são os quatro pilares principais de um bom escabeche que, ao contrário do que muitas vezes se diz, não tem de ser ácido. Aliás, quando é ácido não é um bom escabeche. Técnica que aprendemos no Norte de África, é uma conserva natural de alimentos, do tempo anterior à salga. Para ligar com vinho, um escabeche tem de ser equilibrado, ou seja, bem feito. Nenhum prato desequilibrado liga bem com vinho algum.
Alta Pontuação Douro branco 2017 (Alta Pontuação) – Resolve a proteína e faz a festa com a selva aromática e os temperos do escabeche, sobretudo quando é especiado, na zona de cravinho pimenta preta. Carapaus também irão bem.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34598″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Queijo curado”][vc_column_text]Quanto mais pequeno e seco, melhor configura petisco o queijo. Nisa e Évora fatiam bem e fininho, com o sabor concentrado pela evaporação lenta da água retida, ao mesmo tempo que por efeito directo concentram o sal. Serpa e Serra da Estrela também envelhecem muito bem e prestam-se ao petisco horas a fio. Normalmente o queijo mais velho agradece um tinto, mas o branco pode também ser opção a considerar.
Falua Unoaked Tejo Reserva tinto 2015 (Falua) – 100% Touriga Nacional da região do Tejo, vinho sem madeira que é dado ao petisco. Entra bem mesmo na massa mais dura do queijo curado evidencia a natureza e características dele. A variante assada com orégãos também funciona.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34599″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Salada fria de polvo”][vc_column_text]Gostamos de polvo de todas as formas, mas picar com o garfinho ou palito os toros de tentáculo cozidos no ponto e bem regados de azeite é assunto quase transcendental. Glorifica-se actualmente o polvo que se desfaz na boca, mas isso pouco tem de polvo, quer-se resistência à mastigação, para que os sucos do palato sejam estimulados e a reacção sápida se dê. Claro que há que ter mais cuidado na escolha do vinho, mas a festa é maior e vale a pena.
Quinta do Cume Reserva Douro branco (Quinta do Cume) – Dos altos de Provesende sai este vinho de encepamento clássico que possui a força e a frescura necessárias para a empreitada petisqueira de polvo chegue a bom termo.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34600″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Peixinhos da horta”][vc_column_text]Já era tempo de pararmos de nos considerar autores de preparados longínquos, na maioria dos casos apenas por falta de investigação aturada. A tempura japonesa – que é chinesa – não foi inventada pelos portugueses, mas continuam a ser bem nossos os peixinhos da horta, maravilha culinária que envolve feijão verde cozido em polme e ovo e o leva a fritar, resultando crocantes e saborosos como poucos outros petiscos de mão. Facilmente se adapta a receita a outros hortícolas.
Quinta dos Carvalhais Reserva Dão branco 2015 (Sogrape) – Funciona muito bem com este petisco pela elegância com que resolve a fritura e puxa pelo lado vegetal que contém. O resultado é quase como isolar o feijão verde, permitindo uma leitura clara.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34601″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Orelheira”][vc_column_text]Dos muitos subprodutos do porco que a matança proporciona, a orelheira fumada é das mais simpáticas para transformar em petisco e apresenta-se cortada em cubos, para exploração com palito ou garfinho. O alho e os coentros são essenciais e dominam no sabor, para logo partirem à procura de casamento vínico feliz. Primeiro cozidos, depois salteados em azeite, ficam de truz e gostam do convívio sem pressas.
Assobio Douro tinto 2017 (Murças/Esporão) – O que vale para a orelheira, vale também para o cozido à portuguesa, e nem sempre a eleição do vinho para acompanhar é a mais feliz. Aqui estamos numa situação de êxito garantido, pela capacidade integradora e apaziguadora do vinho perante a exuberância de sabores do petisco.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34602″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Morcela de arroz assada”][vc_column_text]Uma delícia que é praticamente uma refeição inteira, terá nascido entre Leiria e Santarém, mas hoje é petisco nacional, ombreando com a morcela de sangue da grande tradição. Assa-se no forno, e há quem a coza, isso já fica a cargo de cada um e em casa a liberdade é total. Uma rodela cortada grossa é uma maravilha, costuma ligar-se à mesa com ananás, mas na fase do petisco dá-se-lhe a volta sem mais nada.
Olho de Mocho Single Vineyard Reserva Alentejo tinto 2016 (Rocim) – Complexidade no prato puxa por complexidade no vinho e este é rico em notas minerais, florais e frutadas. A morcela de arroz encontra aqui palco para exibir as suas muitas nuances de sabor.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34604″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Moelas estufadas com tomate”][vc_column_text]É o petisco que mais divide os portugueses, ama-se ou odeia-se. Na prática o que acontece entre os que o odeiam é que tiveram más experiências, calharam-lhes moelas rijas e pouco saborosas, cozinhadas à pressa e de forma desalmada. Há que procurar quem as faça devagar em lume brando e lhes vá chegando vinagre até atingirem o estado tenro e mole. Pode ser com tomate ou não, mas tendo, são bem melhores.
Pôpa Black Edition Douro tinto 2016 (Quinta do Pôpa) – Reage muito bem ao tomate e entra como faca quente em manteiga nas moelas. Há pontes de simpatia entre a doçura aparente do estufado e a abundância encorpada do vinho, levando a final feliz e equilibrado.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34603″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Linguiça/chouriço frito”][vc_column_text]Faz-se em tachinhos de barro a linguiça frita, que pinga e cheira um pouco por todo o território nacional. Dar-lhe um entalão de forno quente no início não é má ideia, é importante que sue um pouco antes do sacrifício pelo fogo. Aviva os sabores e extrai a primeira gordura, pouco desejável no produto final. Ataca-se de palito e é sempre partilhado logo que o fogo se extingue à mesa. Precisa de pão de trigo cortado grosso, para se impregnar com o suado do enchido.
Duas Quintas Douro tinto 2016 (Adriano Ramos Pinto) – Deve servir-se um pouco mais frio do que é costume, perto de 16ºC estará bem. Os contornos da fritura fundem-se bem com a copiosidade do vinho, resultando a especiaria e o sal dominantes na boca.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34605″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Ovos verdes”][vc_column_text]Se a galinha é amiga do vinho, o mesmo não se pode dizer do ovo. A clara é rica em ovalbumina e polifenóis enquanto a gema é um concentrado de ferro, nenhuma das duas facilita o trabalho ao vinho. Felizmente, o engenho do povo criou soluções de enorme efeito e eficácia para ligar o ovo com vinhos. A gema cozida e misturada com salsa, a clara também transformada por cozedura, depois tudo montado e levado a ovo, farinha e fritura, aceita bem melhor a bebida.
Valle Pradinhos Grande Reserva Trás-os-Montes tinto 2015 (Valle Pradinhos) – Dos granitos exóticos transmontanos de altitude sai este tinto de grande vocação gastronómica. Possui uma acidez notável, a que junta força, instrumentos essenciais para o combate aos ovos verdes.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”34606″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”rgba(244,244,244,0.01)” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº22, Fevereiro 2019

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#f4f4f4″ scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

A Revista Vinho Grandes Escolhas agradece as facilidades concedidas para a realização de fotografias ao Restaurante Zé Varunca – Bairro Alto, Lisboa (210 151 279) e Oeiras (214 411 839). Mais informações no site zevarunca.com

A loja mais aromática da Rua do Almada

Os donos são espanhóis, os queijos — muito bem escolhidos, mais de 60 variedades — são de toda a Europa. A Queijaria do Almada trouxe outro perfume ao Porto. TEXTO Ricardo Felner A história da Queijaria do Almada é também a história recente do Porto. Dois estrangeiros apaixonaram-se pela cidade e decidiram lá viver. Mas […]

Os donos são espanhóis, os queijos — muito bem escolhidos, mais de 60 variedades — são de toda a Europa. A Queijaria do Almada trouxe outro perfume ao Porto.

TEXTO Ricardo Felner

A história da Queijaria do Almada é também a história recente do Porto. Dois estrangeiros apaixonaram-se pela cidade e decidiram lá viver. Mas não vieram de mãos a abanar: com eles trouxeram a sua cultura, os seus ofícios e os seus prazeres — no caso, alguns dos melhores — e de aromas mais intensos — queijos europeus.
Assim se explica que numa cidade até há pouco tempo gastronomicamente conservadora possamos, actualmente, comprar um Pecorino Moliterno Al Tartufo (44,95/kg), da Sardenha, ou um Comté (29,50€/kg), com 24 meses de cura, de Marcel Petit (de que são distribuidores em Portugal, como aliás de outras marcas) — mas também queijos de produtores pequenos portugueses e espanhóis.
Um dos donos já tinha uma loja montada na cidade de Lugo, na Galiza, e por isso este é o sítio ideal para conhecer o melhor de Espanha nesta matéria — que é muito. Sofia Moreira, que nos atende, sugere o queijo fumado da Campoveja (24,50€/kg), em Valladolid, de ovelha, mas também o Manchego 1605 (23€/kg), um queijo de leite de ovelha com sete meses de cura, de Herencia, na região de Castilla-La Mancha, o Cabuxa (21€/kg), um cabra excelente de Prestes, em Lugo, ou um Cabrales DOP asturiano (29,50€).
Outros clientes vão chegando e a todos se faz a pedagogia do que é diferente. É certo que há os nacionais de topo, dos Serra da Estrela aos Azeitão, do Nisa (Herdade da Maia) ao Terrincho, mas mesmo entre os portugueses aparecem queijos mais recentes. Entre eles está o já célebre Caprino de Odemira, bem como um cabra com cura de 10 meses da Granja dos Moinhos e outro óptimo cabra curado com vinho Alvarinho e pimentão, da Prados de Melgaço, um produtor que trata como ninguém os seus animais: “As cabras dele ouvem música clássica e são massajadas”, diz Sofia Moreira.
Em alternativa aos queijos, a Queijaria do Almada também vende manteiga francesa da marca Échiré ou a açoriana Rainha do Pico, bem como doces da Quinta do Freixo.
O espaço, muito bonito, com prateleiras de enormes queijos São Jorge à entrada, fica na lindíssima Rua do Almada, ao lado da Avenida dos Aliados, hoje cheia de lojas de comidas e outros lazeres.[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”image_grid” images=”34584,34585,34586″ layout=”3″ gallery_style=”1″ load_in_animation=”none”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#ddc1c3″ scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Queijaria do Almada
Rua do Almada, 348, Porto. 22 208 0453. Seg-Sáb 10.00 – 19-00.

Pão artesanal e cachaço curado no Mercado de Arroios

É uma das novidades mais aguardadas no imparável mundo da panificação artesanal e traz atrelada a cozinha de Marta Figueiredo. TEXTO Ricardo Dias Felner FOTOS D.R. Tem sido um corrupio. Durante um almoço recente que a Grandes Escolhas lá fez, em apenas vinte minutos entraram três vizinhos com perguntas: a que horas abrem, quando é […]

É uma das novidades mais aguardadas no imparável mundo da panificação artesanal e traz atrelada a cozinha de Marta Figueiredo.

TEXTO Ricardo Dias Felner
FOTOS D.R.

Tem sido um corrupio. Durante um almoço recente que a Grandes Escolhas lá fez, em apenas vinte minutos entraram três vizinhos com perguntas: a que horas abrem, quando é a última fornada, que pães têm? “Vê-se que os moradores andavam à procura de uma coisa destas, neste sítio”, justifica Marta Figueiredo, chef, cinéfila e DJ — sócia da Terrapão, a mais recente padaria artesanal de Lisboa, no Mercado de Arroios.
Como muitas das novas padarias que têm aberto em Lisboa, o modelo é mais sofisticado do que a convencional banca com bolinhas de trigo, centeio ou sementes. Na verdade, na Terrapão nem há bolinhas, que João Celestino, outro sócio, o único homem que põe as mãos na massa, só faz peças grandes: broas, cacetes, chapatas. O ex-libris chama-se “da casa” e é uma composição onde entra trigo barbela (do Moinho do Boneco, na Lourinhã), centeio e espelta biológica, para além de quase 40 por cento de massa mãe, a massa velha também conhecida por isco.
A técnica é moderna, com fermentações naturais longas. Apesar de João Celestino ter começado por aprender as artes da panificação clássica no Centro de Formação Profissional para o Sector Alimentar, na Pontinha, trabalhou também na célebre padaria e beer garden Easy Tiger, de Austin, nos Estados Unidos da América.
Fora a padaria, o menu vai buscar alguns petiscos ao Estrela da Bica, o restaurante que Marta Figueiredo abriu há uma dúzia de anos. A ideia é envolverem sempre pão. Provou-se, por exemplo, uma sopa de açorda de pescada (€3,50), à moda alentejana, com o caldo perfumado de coentros frescos e um ovo biológico no topo; mas também tutano com flor de sal e vinagrete (€3,50), um óptimo azeite de Vila Velha de Ródão (€1,50), manteiga de vaca açoreana (€1,50) — e uma sandes especial (€6,50), já ensaiada na estrela, com cachaço de porco, picles caseiros e mostarda: “O cachaço é curado durante oito dias, depois fica a fumar oito horas e a cozer a baixa temperatura por mais oito horas”, detalha Marta.
Para fechar, pode beber um café colombiano, também especial, com torrefacção feita pela Brava Coffee Roasters, loja da especialidade de uma amiga de Marta, cuja abertura estava para breve, em Lisboa.
O grande contra do sítio é só ter meia-dúzia de lugares sentados ao balcão e mais uma dúzia deles cá fora, ao ar livre, numa mesa corrida. Pouco espaço para tanta coisa boa.[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”image_grid” images=”34561,34560,34562″ layout=”3″ gallery_style=”1″ load_in_animation=”none”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#ddc1c3″ scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Terrapão
Mercado de Arroios, Rua Ângela Pinto, 40D (Arroios).
Ter-Sáb 09.00-19.00, Dom 10.00-16.00.

Tanto por comer em 2019

O ano mal começou, mas as novidades não páram, com restaurantes para todos os gostos, seja de velhos conhecidos, seja de novos talentos. Promete. Texto Ricardo Dias Felner Fotos D.R.[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Shin Bonsai” color=”custom” accent_color=”#888888″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” […]

O ano mal começou, mas as novidades não páram, com restaurantes para todos os gostos, seja de velhos conhecidos, seja de novos talentos. Promete.

Texto Ricardo Dias Felner
Fotos D.R.[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Shin Bonsai” color=”custom” accent_color=”#888888″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Quem é o dono: A família Yokochi, que está por trás do mítico restaurante Bonsai da Rua do Norte, o primeiro japonês de Lisboa. Mas Luísa Yokochi, filha do casal fundador, é quem tem assumido a liderança.
Quem cozinha: Shinya Koike é desde Setembro do ano passado o sushiman responsável do Bonsai, mas no Shio Bonsai as suas responsabilidades irão aumentar, com mais espaço para inovar e dar o seu cunho pessoal. O chef de 61 anos nasceu em Tóquio, sendo o pai dono de um restaurante de sushi, mas mudou-se para o Brasil em 1990. Depois de ter passado por vários restaurantes de prestígio, Shinya Koike esteve à frente do Sagakura A1, de São Paulo, que recebeu o prémio da prestigiada revista Gula para o melhor asiático do Brasil em 2015.
Conceito: Kaiseki, ou seja, alta cozinha japonesa de autor. Um fine dining “num espaço muito especial”, diz Luísa Yokochi.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34549″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row]O que se come: A cozinha kaiseki caracteriza-se por menus de degustação onde são escolhidos só produtos de época, de preferência locais. A refeição é composta normalmente por vários momentos e por equilíbrios ou contrastes de sabores, com pratos ácidos, caldos, peixes crus e grelhados, tudo sempre de um grande cuidado estético e com um cerimonial zen.
Ambiente: O espaço terá um jardim que irá iluminar uma sala com 70 lugares sentados e tatami, para se comer no chão. O projecto de arquitectura estará a cargo do ateliê Camarim.
Quando abre: Nunca antes de Maio.
Onde fica: Perto da Praça das Flores, Lisboa.[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Fogo” color=”custom” accent_color=”#888888″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Quem é o dono: Alexandre Silva, do restaurante Loco, com uma estrela Michelin.
Quem cozinha: Manuel Liebaut, braço direito de Alexandre Silva, no laboratório de investigação do Loco. Já passou por alguns dos mais consagrados restaurantes do mundo, como o Noma, em Copenhaga. Fará duplica com Ronald Sim, sous-chef do restaurante Burnt Ends, em Singapura, reconhecido mundialmente pela forma como cozinha com fogo.
Conceito: Churrasco de chef.
O que se come: “Na cozinha, haverá 4 metros de acção com fogo aberto (…) e um forno a lenha que pesa duas toneladas, grelhadores, placas francesas e utensílios que permitem assar animais inteiros, tudo à vista dos clientes”, avança o comunicado que apresentou o projecto. “Cozido, cortes do dia, chanfana, borrego, leitão, peixe assado no forno, e mariscos — cozinha portuguesa tradicional, pura e dura”, remata.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34550″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row]Ambiente: A ideia é dar-nos a sensação de que todo o espaço foi varrido por chamas. “Madeira queimada, rocha vulcânica dos Açores, ferro e plantas criarão o ambiente único de uma sala que terá 70 lugares.” Decoração a cargo do arquitecto João Tiago Aguiar, o mesmo do Loco.
Quando abre: Data prevista para Março.
Onde fica: Avenida da República, Lisboa.[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Elemento” color=”custom” accent_color=”#888888″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Quem cozinha: Cozinha quem manda. Ricardo Dias Ferreira irá liderar a equipa de cozinha. Jovem chef, tem feito carreira na Austrália, nomeadamente em Sydney, onde liderou os restaurantes do Shangri-la Hotel, um gigante com 594 quartos. Antes disso, esteve na abertura do The Yeatman, no Porto, no Martin Berasategui, em San Sebastian, e no Quay, em Sydney.
Conceito: Churrasco de chef.
O que se come: “Vamos ter 2 menus de degustação somente confeccionados a brasas e fogo”, diz o chef Ricardo Dias Ferreira. Vai ser dada “prioridade máxima ao produto fresco português e a pequenos fornecedores”.
Ambiente: Decoração é minimalista e “uma garrafeira onde o cliente pode entrar, escolher o vinho e até abrir a garrafa”, explica Ricardo. “Por estarmos numa zona histórica preservámos as paredes originais de granito, típicas do edifício, que casámos com outras paredes construídas em mármore. A cozinha é toda aberta para o restaurante com uma zona de queima com 7 metros e um balcão, em frente, com capacidade para 12 clientes.”
Quando abre: Data prevista para 1 de Fevereiro.
Onde fica: Rua do Almada 51, Porto.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34552″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Taberna do Calhau” color=”custom” accent_color=”#888888″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Quem cozinha: Leopoldo Garcia Calhau, arquitecto de formação que divergiu para a cozinha. Tem raízes no Alentejo, onde está a ascendência e onde viveu. Passou pelo restaurante Sociedade, primeiro projecto a solo, na Parede, mas tornou-se conhecido no Café Garrett, do Teatro Nacional D. Maria, em Lisboa.
Conceito: Casa de petiscos com vinhos seleccionados de pequenos produtores, sejam da talha, sejam naturais, sejam nacionais ou estrangeiros. “Sentimos que há tabernas com pouca comida e tascas com vinho de qualidade reduzida. Posto isto, o objetivo é ter o melhor destes dois mundos, boa comida e bom vinho!”, diz Leopoldo Garcia Calhau.
O que se come: São de esperar as paixões antigas de Leopoldo, nomeadamente a preferência pelo porco e pelo borrego, com apetência por peças menos nobres, como cabeças de bichos diversos e especialidades alentejanas, dos ovos com mioleira ao cozido de grão, sem esquecer outras regiões. Ah, e o célebre pudim da Joana, claro.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34553″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row]Ambiente: “Uma taberna alentejana”, garante Leopoldo, com o vinho “servido em copos pequenos ou copos de três”. Toda a gente vai ser bem recebida, a começar pelos vizinhos. “Queremos conquistar as pessoas do bairro e ser bem recebidos na nossa nova comunidade. Vamos tentar fazer as pessoas felizes e desejamos que nos façam também o mesmo.”
Quando abre: Data prevista para meados de Abril.
Onde fica: Largo das Olarias, Marvila, Lisboa.[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Ajitama Ramen Bistro” color=”custom” accent_color=”#888888″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Quem cozinha: À frente do restaurante estarão António Carvalhão e João Simões. Nenhum deles tem formação em cozinha (trabalharam sempre em marketing e em gestão) mas ambos são loucos por ramen, uma obsessão que culminou no supper club que dinamizaram na casa de António e que tinha, até há pouco tempo, uma lista de espera de mais de 1.500 pessoas. Autodidactas, em 2018 rumaram ao Japão para aperfeiçoarem a técnica de confecção da célebre sopa japonesa, fazendo o curso da Rajuku, onde aprenderam com Takeshi Koitani, dono de dois restaurantes da especialidade em Tóquio e consultor.
Conceito: Tasca de ramen, sofisticada, mas informal.
O que se come: Cinco tipos diferentes de noodles japoneses imersos em caldo, ou seja, sopas ramen como as shoyu ou as shio, mas também outros pratos de tasca japonesa de confecção rápida.
Ambiente: Procura recriar o ambiente dos restaurantes urbanos de ramen em Tóquio.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34554″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row]Quando abre: Já abriu em Janeiro, em soft opening para quem estava em lista de espera no supper club, prevendo-se que o público em geral possa pôr o dente nos caldos fumegantes em Fevereiro.
Onde fica: Entre o Saldanha e o Marquês de Pombal.

Edição Nº22, Fevereiro 2019

Azeite virgem extra de Galega

TEXTO Ricardo Dias Felner FOTO Ricardo Palma Veiga Porventura já lhe aconteceu provar azeites sem expressão ou mesmo rançosos. É que os azeites também têm uma época. E esta é a melhor época. A colheita de azeitona este ano prolongou-se, extraordinariamente, até Janeiro (normalmente vai de Outubro a Dezembro), pelo que o azeite nacional em […]

TEXTO Ricardo Dias Felner
FOTO Ricardo Palma Veiga

Porventura já lhe aconteceu provar azeites sem expressão ou mesmo rançosos. É que os azeites também têm uma época. E esta é a melhor época. A colheita de azeitona este ano prolongou-se, extraordinariamente, até Janeiro (normalmente vai de Outubro a Dezembro), pelo que o azeite nacional em Fevereiro está nas lojas no seu máximo esplendor — fresco, aromático, pujante, com todas as suas propriedades intactas.
José Gouveia, o maior especialista na matéria em Portugal, explica o processo. “O azeite não é como o vinho. Com o tempo perde qualidades. A oxidação culmina com o ranço e com a perda de sabor e aromas”, diz este professor (agora aposentado) do Instituto Superior de Agronomia, hoje consultor de algumas marcas nacionais.
Os prazos, contudo, são difíceis de fixar. Na verdade, a legislação não impõe uma validade. Para José Gouveia, a maioria das garrafas aguenta até ao 13º mês, após a extracção. Mas os azeites comportam-se de forma diferente consoante as azeitonas que usam: quanto menos antioxidantes tiverem, sobretudo polifenóis, menos duram.
Uma cultivar pouco resistente é a arbequina, usada nas produções super-intensivas, e que entram na composição de muitas das marcas de grande consumo dos grandes embaladores, como o Azeite Gallo ou a Oliveira da Serra. “Ao fim de seis meses, já eram”, sentencia José Gouveia.
Mas há outra azeitona, mais exclusiva e complexa, que também faz azeites com pouco tempo de vida: a galega. “O azeite de galega em Junho já decresce”, diz José Gouveia, uma das pessoas que mais se bateu contra o abate de oliveiras de galega.
Existente um pouco por todo o país, à excepção de Trás-os-Montes, a galega é difícil de produzir. “É susceptível a pragas, difícil de apanhar — não se desprende facilmente — e menos produtiva.” Mas, como tantas outras coisas difíceis, tem encantos únicos, com as suas notas a maçã, um sabor suave, doce — e uma história que só há pouco tempo José Gouveia descobriu: “De onde viria o nome?, pus-me a pensar. A Galiza não tem oliveiras. Não tem, mas tinha. Os Reis Católicos é que acabaram com o olival da Galiza, antes disso ele espalhou-se por Portugal.”
Não se atrase.

Um geógrafo com Quórum

Tiago Emanuel Santos mudou de Aveiro para Lisboa, mas a mensagem é a mesma: continuar a espalhar conhecimento e sabor. TEXTO Ricardo Dias Felner FOTOS Ricardo Palma Veiga Há uma tendência na alta cozinha que é gostar de “elegância”. Ora, Tiago Emanuel Santos, 31 anos, é o contrário disso. Tudo na sua comida — e […]

Tiago Emanuel Santos mudou de Aveiro para Lisboa, mas a mensagem é a mesma: continuar a espalhar conhecimento e sabor.

TEXTO Ricardo Dias Felner
FOTOS Ricardo Palma Veiga

Há uma tendência na alta cozinha que é gostar de “elegância”. Ora, Tiago Emanuel Santos, 31 anos, é o contrário disso. Tudo na sua comida — e na bebida —, para além de ser nacional, é explosivo ou exótico. Sabores subtis, capazes de agradar a papilas sensíveis? O menos possível. Vinhos suaves? Nem pensar. Os molhos são puxados ao limite. Os vinhos são exuberantes, por vezes oxidados. A experiência é intensa. “Gosto de levar uma chapada na boca. É um traço meu”, assume, no final de um almoço recente, na sua nova casa.
A sua nova casa é o Quórum, em Lisboa, que mantém o nome e os proprietários, depois da saída de Rui Silvestre, que se mudou recentemente para o Vistas, no resort Monte Rei, em Vila Nova de Cacela, no Algarve. A decoração também se mantém e o posicionamento no mercado é semelhante, com uma oferta de alta cozinha à base de menus de degustação, preços a partir dos 70 euros — ou seja, um nível abaixo dos valores para os fine dining de estrela Michelin.
Dito isto, a cozinha é outra. Tiago traz muito do que andou a fazer nos últimos tempos. Lembre-se que passou pelo Areias do Seixo e que, há cerca de um ano, escrevemos aqui sobre a sua passagem pelo Anna’s, em Aveiro.
O espírito no Quórum é o mesmo, mas este geógrafo, com um conhecimento profundo do território e do produto português, conceptualizou ainda mais a cozinha. A ideia, adianta, é usar técnicas internacionais com produtos portugueses, mas fugindo a “clichés”. “Carabineiros e salmonetes, por exemplo, não usamos”, esclarece.
Aquilo que faz brilhar os olhos de Tiago é o grão que descobriu na Comporta — e que usa no prato de barriga de porco bísaro; ou os queijos da dona Lurdes, de Tarouca; ou a chaputa que lhe trazem de Sesimbra, e que acompanha com um puré de cebola fermentada. Estas descobertas fazem-se pelo estudo, mas também pela viagem. Sempre que pode, Tiago mete-se na estrada com a sua equipa e vai à fonte, a quem produz.
O restaurante está a servir almoços mas aposta sobretudo nos jantares, até pelo perfil do espaço, mais intimista. Se gosta de descobrir vinhos de pequenos produtores, alie o menu de degustação às harmonizações apresentadas por Bruna Esteves, chefe de sala e escanção. No fim, a ideia é a mesma de sempre: comer, beber e aprender com o chef-geógrafo.[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”parallax_image_grid” images=”34246,34245,34244,34243″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#ddaaaf” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”10″][vc_column_text]

Quorum

R. do Alecrim 30B, Lisboa. 21 604 0375. Ter-Sábado 12h-15h, 19h-23h.

Edição Nº21, Janeiro 2019

Na rota do chá de Fornelo

O casal Nina Gruntkowski e Dirk Niepoort está prestes a lançar no mercado o primeiro chá verde feito na Europa Continental. A Grandes Escolhas foi à aldeia de Fornelo ver a plantação e fazer a prova. TEXTO Ricardo Dias Felner A estrada faz-se ziguezagueando por entre aldeias e campos, o ar rupestre de lareira e […]

O casal Nina Gruntkowski e Dirk Niepoort está prestes a lançar no mercado o primeiro chá verde feito na Europa Continental. A Grandes Escolhas foi à aldeia de Fornelo ver a plantação e fazer a prova.

TEXTO Ricardo Dias Felner

A estrada faz-se ziguezagueando por entre aldeias e campos, o ar rupestre de lareira e estrume. Estamos a uns 10 quilómetros de Vila do Conde, para interior, e temos de nos socorrer do velho boca-a-boca para chegarmos ao destino, que o GPS já não ajuda. “Vai-se até àquela casa ao fundo e vira-se no caminho de terra batida para cima”, diz-nos um habitante de Fornelo.
Toda a gente conhece a Camélia, apesar de a camélia ainda não se ter dado a provar. Os resultados do cultivo não são imediatos, é preciso esperar — sobretudo se estiver em causa um produto premium biológico. São necessários cinco anos desde que é feita a plantação até que as folhas da camellia sinesins estejam prontas para se transformarem em bebida.
Mas esse tempo está quase a chegar. Assim que passamos o portão da quinta, Nina Gruntkowski leva-nos até ao topo da propriedade. “As plantas mais antigas são estas, têm quatro anos”, diz, num português com sotaque germânico, afagando uma sebe quase à altura da cintura. “Para o ano, já teremos o nosso chá no mercado”, congratula-se.
O projecto Camélia começou a ser pensado desde 2011 e a imprensa começou a dar-lhe destaque a partir de 2016. A expectativa é grande, até porque atrás da marca está o consagrado produtor de vinhos Dirk Niepoort, marido de Nina, grande apreciador de chá. E há uma curiosidade adicional: esta é a única plantação de camellia sinensis, para produção comercial de chá, em toda a Europa Continental (ver entrevista nestas páginas).
A planta é produzida, essencialmente, em países asiáticos, nomeadamente na China, Japão e Índia, mas também na Turquia. Na Europa, Portugal parece ter condições particulares e culturais para a plantação, com a região dos Açores à cabeça e, agora, Vila do Conde. “Esta é uma região de camélias, sempre foi. Tem solos ácidos, por causa do granito. E tem humidade, um microclima próprio. E como nós já tínhamos este terreno, porque os pais do Dirk viviam aqui, decidimos arriscar”, diz esta jornalista alemã reconvertida em agricultora biológica, acrescentando ainda um factor: “É preciso ter uma grande panca”, conclui, sorrindo e desprendendo um botão de flor de camélia. “Podem provar, são bons para comer assim.”
Enquanto, a folha de chá não fica pronta, a única coisa que a Camélia está a vender, exclusivamente de produção própria, são as flores, que “tecnicamente não são chá, mas tisanas”. Nessa mesma tarde, as pétalas estão a ser desidratadas na zona do escritório, numa máquina do tamanho de um fogão. Nina faz questão que provemos o produto final sob uma laranjeira, no exterior, para aproveitarmos o sol de Inverno.[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34231″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#e8e8e8″ scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Luís Mendonça de Carvalho”][vc_text_separator title=”“Preparar chá já é, em si, relaxante”” title_align=”separator_align_left” align=”align_left” color=”custom” accent_color=”#888888″][vc_column_text]Um dos maiores especialistas portugueses em chá explica-nos sobre a geografia da planta e sobre os seus benefícios para a saúde. A palavra a Luís Mendonça de Carvalho, biólogo e director do Museu de Botânica de Beja.
Já ouviu falar do chá que está a ser produzido perto de Vila do Conde?
Consumo, habitualmente, o chá que vendem, em especial o verde japonês e o de Assam, embora também já tenha provado outros. Apenas provei uma vez o chá produzido no Minho, quando a Nina o apresentou na Companhia Portugueza do Chá, em Setembro de 2017, se a memória não me falha. A minha opinião sobre o mesmo é muito positiva.
É verdade que não há outra produção de chá, com estas características, na Europa Continental?
Poder-se-á sempre dizer que é o único produzido comercialmente em Portugal Continental ou mesmo até na Europa Continental (embora em Itália também se produza uma pequena quantidade de chá). Não se poderá, com rigor, dizer (acho eu) que seja o primeiro chá plantado e comercializado na Europa Ocidental porque, pelo menos em termos administrativos, os Açores também são Ocidente e a plantação na Cornualha também. A Turquia é um grande produtor e, tecnicamente, um país europeu, embora o centro de produção se situe na parte asiática da Turquia, no Norte da Ásia Menor (região de Rize).
Mas sempre ouvimos falar do chá dos Açores como sendo único na Europa.
O que acontece nos Açores é que estão há cerca de 140 anos a produzir chá de forma ininterrupta. E as cerca de 40 toneladas que produzem por ano são muito significativas em relação ao que se produz no Minho, na Cornualha ou em Itália, onde a produção é meramente simbólica, pelo menos até hoje.
Uma questão recorrente, tem a ver com os benefícios para a saúde. Há quem diga que faz bem a quase tudo; e há quem garanta não haver evidências científicas disso.
Quando se pensa em benefícios para a saúde, dever-se-á sempre pensar numa perspectiva de prevenção e de longo prazo. Ou seja, o chá não é uma panaceia que cura tudo, nem uma poção mágica que promove a metamorfose de um corpo doente num corpo são de forma imediata. O que o chá tem (em especial o chá verde, oolong e pu-erh) é substâncias benéficas para o corpo, que actuam a longo prazo, como é o caso dos antioxidantes.
E é preciso saber beber chá.
O consumo em excesso não é aconselhado e a selecção dos chás que se consomem (preferencialmente biológicos, para tentar reduzir a carga de pesticidas que possam ter, verde ou oolong) deve ser integrada numa prática de vida saudável. O chá não anula os potenciais efeitos negativos do stress contínuo, da poluição, de uma vida sem objectivos definidos ou sem paixão pelo que se faz e pelas pessoas que nos rodeiam. Por outro lado, o chá também é uma forma de beber água, e esta questão não é de importância menor. Há evidências científicas de que o chá promove a saúde e o bem-estar, mas não há evidências científicas de que o chá tudo cura. Repare que o facto de “fazer chá”, ou seja, de o preparar para nós ou para os amigos, já é, em si, relaxante.[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”parallax_image_grid” images=”34232,34233,34234,34235″][/vc_column][/vc_row]De chávena na mão
Em cima da mesa da casa de apoio — rodeados pela plantação — já estão todos os utensílios necessários. E é tudo simples e bonito e especial. A chaleira eléctrica tem regulador de temperatura, por exemplo. “É essencial. Algumas pessoas dizem-me que não gostam de chá verde, porque é muito amargo e adstringente. Mas isso pode só ter a ver com a temperatura e o tempo de infusão”, explica Nina, deixando os valores de referência: 70 ºC se o chá verde for japonês, para 1,5 minutos de imersão. Mas há mais: o bule é de porcelana e a amplitude do coador permite que as folhas tenham espaço entre elas.
O chá de flores, vendido como Florechá no site da Camélia, é muito aromático e elegante, com um adocicado ligeiro. Nina dá-nos depois a provar a criação mais original, ideia do marido: o Pipachá são folhas de chá do tipo oolong, com uma oxidação intermédia (entre o preto e o chá verde), que estagiaram em pipas de Vinho do Porto da Niepoort, durante seis meses. No nariz sobe logo um aroma a passa e tem um final doce. “Há um chef de Macau que gostou tanto que nos leva a maior parte da produção”, diz Nina.
As primeiras experiências da Camélia começaram em pequenos vasos no quintal dos Niepoort, no Porto. Eram cerca de 200 e as plantas foram transplantadas com sucesso para o terreno de Fornelo. Ao todo, Nina diz que hoje em dia terá cerca de um hectare de plantação, contando já com as camélias que acabaram de ser semeadas. À plantação própria somam-se marcas premium que Nina importa, sobretudo do Japão. É o caso dos chás Morimoto, apelido do casal produtor, que já provou e aprovou a Camélia. “Eles têm-nos ajudado com a plantação, vieram visitar-nos. E disseram-nos uma coisa que nos deixou muito satisfeitos: que o nosso chá tem terroir, tem um sabor próprio.”
É esse chá que bebemos, por fim. Não está à venda, ainda é só uma experiência. A colheita foi feita na Primavera e é uma espécie de segredo por revelar. A expectativa sobe à medida que as folhas imergem na água. Sente-se logo um aroma marinho, típico dos melhores chás verdes japoneses. A prova confirma isso: algas, final doce, típico de chás plantados próximos do mar.
Nina olha a nossa expressão de felicidade, agarrando na chávena com as duas mãos. Tem um sorriso aberto. Está quase, está bom.

Edição Nº21, Janeiro 2019