Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo destacada

O Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA) foi distinguido nos prémios V d’Or 2024, na categoria “Best Joint Initiative”, que o destaca como melhor iniciativa conjunta do setor vitivinícola mundial. A cerimónia de entrega de prémios decorreu em Paris, na “La Nuit des V’Or”, evento que marcou o arranque da Wine Paris & […]

O Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA) foi distinguido nos prémios V d’Or 2024, na categoria “Best Joint Initiative”, que o destaca como melhor iniciativa conjunta do setor vitivinícola mundial. A cerimónia de entrega de prémios decorreu em Paris, na “La Nuit des V’Or”, evento que marcou o arranque da Wine Paris & Vinexpo Paris, uma das principais feiras internacionais de vinhos.

Esta iniciativa celebra a excelência dos agentes do setor em termos de desempenho e desenvolvimento sustentável, destacados em cinco categorias: iniciativa coletiva, iniciativa de transmissão, novas soluções para negócios, experiência de marca e marketing ecologicamente responsável. A organização distinguiu o PSVA “pela atenção aos pormenores, equilíbrio e rigor, bem como pela capacidade de promover a biodiversidade e, ainda, fortalecer a reputação dos Vinhos do Alentejo em todo o globo”.

Impacto ambiental das garrafas de vidro discutido em mesa redonda

garrafas de vidro

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]É já amanhã, dia 15 de Abril, pelas 16h30, que acontece mais um debate organizado pelo The Porto Protocol, inserido na já conhecida série “Climate Talks”. Climate in a Bottle é o tema desta conversa online, a […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]É já amanhã, dia 15 de Abril, pelas 16h30, que acontece mais um debate organizado pelo The Porto Protocol, inserido na já conhecida série “Climate Talks”. Climate in a Bottle é o tema desta conversa online, a que qualquer interessado poderá assistir — registando-se AQUI — e onde vários tópicos serão debatidos por um painel de especialistas internacionais, dentro da temática das garrafas de vidro: Laura Varpasuo, da Finlândia, Directora de Sustentabilidade na ALKO; Charles Bieler, Estados Unidos, da Bieler Wines e co-fundador do Gotham Project; e Jancis Robinson, Master of Wine inglesa. O anfitrião, por sua vez, será Martin R. Reyes, da Reyes Wine Group (Estados Unidos), também Master of Wine.

“Se for um consumidor em Xangai a degustar um Cabernet Sauvignon de Paso Robles, ou um nova-iorquino a apreciar um vinho do Douro, é provável que não imagine que a garrafa que tem à sua frente, elegante, escura e robusta, é de longe o elemento que mais contribui para a pegada de carbono do vinho. Mas é um facto, a garrafa, juntamente com o respetivo transporte, é responsável por cerca de 40% a 50% das emissões de carbono geradas pela cadeia de valor do vinho. E não é o transporte que mais contribui, é mesmo a embalagem”, introduz o The Porto Protocol. Alguns dos tópicos “em cima da mesa”, serão:

Esta será uma discussão aberta a inputs da assistência, que poderá colocar questões durante a mesma. E para quem não terá oportunidade de assistir ao vivo, esta Climate Talk, como todas as outras, ficará disponível no canal de YouTube e Podcast do The Porto Protocol.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Altano Rewilding é o novo “vinho por uma causa” da Symington

altano rewilding tinto 2018

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]É o mais recente lançamento da Symington Family Estates, e é o resultado da parceria feita há um ano entre a empresa e a Rewilding Portugal. O tinto Altano Rewilding surge, como explica a Symington em comunicado, […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]É o mais recente lançamento da Symington Family Estates, e é o resultado da parceria feita há um ano entre a empresa e a Rewilding Portugal. O tinto Altano Rewilding surge, como explica a Symington em comunicado, “com o intuito de apoiar a estratégia de conservação da natureza num território com 120 mil hectares no Grande Vale do Côa, situado entre a serra da Malcata e o vale do Douro”, sendo que o valor das vendas vai contribuir para os esforços da Rewinding Portugal na protecção das paisagens naturais do interior do país.

Apresentando-se em formato garrafa e em bag-in-tube, esta edição do Altano Rewilding é um lote de Touriga Francesa, Tinta Roriz e Tinta Barroca. O bag-in-tube de 2.25l — o equivalente a três garrafas — é uma embalagem em cartão que traz várias vantagens, como a facilidade de reciclagem, a menor pegada de carbono e a boa conservação das propriedades do vinho, óptima para vinhos de consumo imediato (até às seis semanas).

Rob Symington, administrador da Symington Family Estates refere: “Estamos muito entusiasmados com este vinho, um exemplo fantástico de um tinto do Douro que conjuga um inovador formato com uma estória interessante, além de proporcionar uma oportunidade para as pessoas contribuírem para uma causa positiva. A Rewilding surge como uma solução multifacetada para muitos dos problemas ambientais que enfrentamos no século XXI”.

O Altano Rewilding tinto 2018 será distribuído em Portugal pela Portfolio Vinhos, estando brevemente disponível na rede de distribuição habitual da marca, com o p.v.p. recomendado de 5.99 euros para a garrafa de 0,75cl e 14.99 euros para o bag-in-tube. Este último estará, numa fase inicial, em exclusividade nos hipermercados Continente. O vinho Estará também disponível nas lojas das Caves Graham’s e Cockburn’s, localizadas em Vila Nova de Gaia e na Quinta do Bomfim, no Pinhão.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Porto Protocol começa hoje as “Climate Talks” no YouTube

Hoje, dia 7 de Maio, a Porto Protocol – instituição sem fins lucrativos, fundada pela Taylor’s, cujos membros se unem para mitigar as mudanças climáticas – dá início às Climate Talks, um ciclo de conversas no YouTube que promete levantar questões, apresentar boas práticas e impelir à mudança de comportamentos. Às 17h, no canal da […]

Hoje, dia 7 de Maio, a Porto Protocol – instituição sem fins lucrativos, fundada pela Taylor’s, cujos membros se unem para mitigar as mudanças climáticas – dá início às Climate Talks, um ciclo de conversas no YouTube que promete levantar questões, apresentar boas práticas e impelir à mudança de comportamentos. Às 17h, no canal da Porto Protocol, a primeira conversa será sobre a sustentabilidade das garrafas de vinho.

“‘The Elephant in the Room: Sustainable Packaging’ é o tema da primeira conversa e pretende medir o peso deste elefante na sala – a embalagem. A garrafa é o elemento da indústria do vinho que mais contribui para a pegada de carbono do produto. Ainda assim, este é um dos assuntos menos discutidos e onde têm incidido menos medidas por parte das empresas produtoras”, pode ler-se no comunicado de imprensa.

Os oradores de hoje serão Nicolas Quillé, do Crimson Wine Group (E.U.A.); Santiago Navarro, da Garçon Wines (Reino Unido) e Tiago Moreira da Silva, da BA GLASS Iberia (Portugal). A moderação ficará a cargo de Marta Mendonça, da Porto Protocol.

As conversas digitais estão marcadas para os dias 7, 14, 21 e 28 de Maio, mas prevê-se que continuem com uma periodicidade mensal ou bimensal. Os painéis podem ser conhecidos aqui.

Plastic Free Certification chega a Portugal para revolucionar a restauração

Depois do Mirazur (3*), em França, ter sido o primeiro restaurante do mundo a obter a Plastic Free Certification, o tempo é de “espalhar a mensagem” e chegar a outros países. Em Portugal, Espanha e Brasil, a Chefs Agency – empresa de comunicação que acredita “genuinamente que através da gastronomia é possível promover alternativas sustentáveis” […]

Depois do Mirazur (3*), em França, ter sido o primeiro restaurante do mundo a obter a Plastic Free Certification, o tempo é de “espalhar a mensagem” e chegar a outros países. Em Portugal, Espanha e Brasil, a Chefs Agency – empresa de comunicação que acredita “genuinamente que através da gastronomia é possível promover alternativas sustentáveis” – está a desenvolver este projecto para angariar, informar e ajudar seguidores desta tendência mundial, a adoptarem novas medidas sustentáveis, e a impulsionarem esta mudança em cadeia. Para que este efeito venha a ser uma realidade, houve uma grande preocupação em sistematizar um modelo acessível, para que qualquer restaurante ou empresa sensível a esta causa possa accionar o processo de forma simples:

Após uma tomada de consciência por parte da empresa a certificar, o primeiro contacto poderá ser feito facilmente por telefone (211 327 797) ou por email (info@chefsagency.net) ou através do site. De seguida, será enviado um formulário pela Plastic Free Cerification, no qual será solicitada informação sobre a organização, como número de colaboradores, instalações adicionais, entre outras características da empresa para, a partir daí, a avaliação de certificação ser orçamentada de acordo a dimensão e especificidades da organização. Numa fase seguinte, após aprovação do orçamento e assinatura de um acordo de confidencialidade, os responsáveis pela entidade a certificar terão o apoio e acompanhamento do research center da Plastic Free Certification, que poderá facultar informação sobre materiais e linhas gerais de orientação, bem como partilhar boas práticas, com vista a potenciar o melhor nível de certificação possível (classificado de A a E). Como etapa final, é marcada uma inspecção com um auditor independente, certificado pela União Europeia, que irá recolher os dados necessários para um comité interno de avaliação finalizar o processo com a atribuição da classificação, certificando a empresa. Posteriormente, a curto/médio prazo, a organização pode, e deve, definir e pôr em prática um plano de redução de plásticos, para que anualmente possa renovar a sua certificação, e melhorar a sua classificação, repetindo o processo junto da Plastic Free Certification.

A certificação Plastic Free Certification surge da ambição do chef argentino Mauro Colagreco, de reduzir a utilização de plástico no restaurante Mirazur – o seu restaurante em Menton, França – que em 2019 conquistou a terceira estrela Michelin. Nesta procura por uma forma eficaz de reduzir e eliminar plástico na gestão diária do seu restaurante, Colagreco alocou um recurso da sua equipa a esta busca exaustiva – junto de especialistas e ambientalistas – por substitutos do plástico. Assim se deu o início da redução ou eliminação de plásticos, e da implementação de alternativas sustentáveis no Mirazur. Para dar corpo a este projecto, a equipa que o desenvolveu conjugou esforços para tornar real este desejo do chef do Mirazur, e criou uma startup, à qual a Chefs Agency se associa como empresa parceira de comunicação e representação para a certificação Plastic Free Certification em Portugal, Espanha e Brasil.

A ideia, como afirmou a Chefs Agency em comunicado de imprensa, é que cada empresa que dê este passo provoque a mudança à sua volta, nos sectores adjacentes à sua área de actuação, o que poderá fazer uma grande diferença na vida das organizações, na vida das pessoas, e na vida do planeta.

Symington assina parceria ambiental com Rewilding Portugal

A Symington Family Estates acaba de anunciar uma parceria a longo-prazo com a Rewilding Portugal, com o objectivo de contribuir para um futuro mais sustentável na região do Douro. A colaboração com a organização sem fins lucrativos está integrada numa série de iniciativas de conservação da vida selvagem que integra um corredor de 120 mil […]

A Symington Family Estates acaba de anunciar uma parceria a longo-prazo com a Rewilding Portugal, com o objectivo de contribuir para um futuro mais sustentável na região do Douro. A colaboração com a organização sem fins lucrativos está integrada numa série de iniciativas de conservação da vida selvagem que integra um corredor de 120 mil hectares entre a cadeia montanhosa da Malcata e o vale do Douro.

A ligação entre as duas entidades está focada em três áreas distintas. Por um lado, a Symington deverá apoiar a actividade da Rewilding Portugal para o desenvolvimento de negócios e empreendimentos sociais cuja actividade sustenta a conservação do meio ambiente, bem como implementar práticas de reconversão — “renaturalização” — nas suas propriedades. Por outro lado, a Rewilding Portugal deverá criar oportunidades de voluntariado para todos os colaboradores da Symington.

O apoio financeiro ao Rewilding Portugal será sustentado pelo Fundo de Impacto da Symington, anunciado em Janeiro de 2020, e cujo compromisso inicial é de 1 milhão de euros. O fundo destina-se a apoiar causas e organizações a longo prazo nas regiões do Douro, do Porto e do Alto Alentejo, com soluções positivas em questões sociais e ambientais.

Apoiar a regeneração da natureza no vale do Grande Côa, incluindo a recuperação do habitat de espécies fundamentais como lobos, o lince ibérico, veados e aves de rapina, é um dos grandes objectivos desta parceria.

O vinho e o ambiente, manual prático

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text] São cada vez mais os consumidores que se preocupam com a forma como são produzidos os alimentos que levam à sua mesa e a proteção do ambiente tornou-se tema importante em toda a cadeia de produção. […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

São cada vez mais os consumidores que se preocupam com a forma como são produzidos os alimentos que levam à sua mesa e a proteção do ambiente tornou-se tema importante em toda a cadeia de produção. O vinho é, seguramente, um dos produtos mais evoluídos em termos de sustentabilidade ambiental. O objecto deste trabalho é apresentar aos nossos leitores, de forma simples e concisa, os modelos e soluções encontradas para cuidar do ambiente na indústria da vinha e do vinho.

 TEXTO Luís Lopes

Portugal tem feito avanços enormes na vertente da proteção ambiental no setor do vinho. Hoje em dia, a consciência ambiental é transversal a todas as regiões vinícolas portuguesas e uma grande parte dos produtores segue, pelo menos, a denominada “proteção integrada”, que é o primeiro passo no modelo de boas práticas agrícolas e vitícolas. Para além deste, existem outros caminhos que visam a proteção e sustentabilidade ambiental na vinha, sendo os mais comuns a produção integrada, produção biológica e produção biodinâmica.

A proteção integrada é o modelo mais básico de proteção ambiental e consiste na avaliação ponderada de todos os métodos de proteção das culturas disponíveis, utilizando apenas os produtos e as quantidades económica e ecologicamente justificáveis, procurando a menor “perturbação” possível do ecossistema agrícola. É apenas um primeiro passo no longo e árduo caminho da sustentabilidade mas, apesar disso, infelizmente, ainda não generalizado a todos os produtores de vinho.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Já a produção integrada inclui igualmente a proteção integrada, mas vai muito mais além. Em produção integrada, as atividades agrícolas são encaradas como um todo, sendo essencial a preservação e melhoria da fertilidade do solo e da biodiversidade e a observação de critérios éticos e sociais. O planeamento é a base da produção integrada. Cada parcela de vinha tem um plano de exploração próprio, que incide, por exemplo, sobre a conservação do solo, biodiversidade, nutrição das plantas, rega (reduzindo o consumo de água) e proteção contra os inimigos da videira, com tudo isto interligado. São utilizados fertilizantes orgânicos e minerais e no combate às pragas são preferidos insetos “bons” e organismos vivos, só podendo ser utilizados produtos fitofarmacêuticos em “caso de emergência”. E mesmo assim estes só podem ser usados se forem homologados para a prática de produção integrada e nas quantidades máximas estabelecidas por lei.

[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40706″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

A produção biológica é outro caminho no sentido da proteção ambiental, mas também um mais “arriscado”, pois qualquer desatenção, ou atraso na intervenção, pode levar à perda da colheita por praga ou doença. Regra geral, as intervenções na vinha são igualmente mais frequentes e onerosas, encarecendo o produto final. Tal como a produção integrada, a viticultura biológica permite o uso de produtos fitoquímicos (enxofre e cobre são mais comuns, ainda que não completamente inofensivos para o ambiente…), mas, ao contrário desta, interdita totalmente a aplicação de produtos químicos de síntese nas plantas ou no solo. Para o controlo de ervas infestantes são utilizados sobretudo o corte manual ou mecânico ou ainda ou animais herbívoros, como ovelhas. O fomento da biodiversidade é uma das pedras de toque da viticultura orgânica, promovendo o equilíbrio entre as várias espécies vegetais (plantando ou semeando outras culturas) e animais.

Em qualquer um destes modelos (proteção integrada, produção integrada ou produção biológica), os produtores obrigam-se a seguir regras específicas e são submetidos a um processo de controlo e certificação.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Uma indústria atenta  

No entanto, a preocupação ambiental não se esgota na terra, na componente agrícola do vinho: passa também, e muito, pela forma como esse vinho é produzido, embalado ou distribuído.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Qualquer instalação de vinificação já tem, por lei, que cumprir um vasto conjunto de medidas de protecção ambiental, sendo a mais evidente a construção de uma ETAR para tratamento de efluentes. Os resíduos do vinho, por sinal, até são bem fáceis de tratar, já que são muito pouco poluentes (nada que se compare com os resíduos do azeite, por exemplo), bastando a correção do pH e o arejamento numa ETAR relativamente simples. A principal “agressão ambiental” do vinho está no elevado consumo de água. Estima-se que para cada litro de vinho sejam gastos 3 a 5 litros de água, sobretudo em lavagens (sem falar na água utilizada na rega da vinha). É possível, porém, reduzir enormemente este desperdício (para 1 litro de água por 1 litro de vinho) e são muitos os produtores que o fazem, quer através da implementação de práticas mais rigorosas (controlando o caudal das mangueiras, a concentração dos produtos de lavagem e o tempo de cada lavagem), quer através da reutilização da água tratada pela ETAR ou do armazenamento de água da chuva.

Outra preocupação passa pelo consumo de energia. Nas adegas modernas investe-se bastante em isolamento térmico, para minimizar o gasto energético no arrefecimento das cubas de fermentação e do espaço de vinificação, envelhecimento e armazenagem de vinhos.

[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40710″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Esse isolamento/arrefecimento pode ser feito através de materiais específicos, mas também passa pela própria arquitetura da adega, por exemplo ventilação apropriada e coberturas naturais (prado, relva) ou espelhos de água da chuva nos telhados. Tudo isto, é claro, complementado com painéis solares e iluminação de baixo consumo. Práticas mais sofisticadas de sustentabilidade ambiental como a utilização de energia geotérmica ou a captura e armazenamento do CO2 produzido pela fermentação estão já em estudo em algumas adegas nacionais.

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Outra preocupação passa pelo consumo de energia. Nas adegas modernas investe-se bastante em isolamento térmico, para minimizar o gasto energético no arrefecimento das cubas de fermentação e do espaço de vinificação, envelhecimento e armazenagem de vinhos. Esse isolamento/arrefecimento pode ser feito através de materiais específicos, mas também passa pela própria arquitetura da adega, por exemplo ventilação apropriada e coberturas naturais (prado, relva) ou espelhos de água da chuva nos telhados. Tudo isto, é claro, complementado com painéis solares e iluminação de baixo consumo. Práticas mais sofisticadas de sustentabilidade ambiental como a utilização de energia geotérmica ou a captura e armazenamento do CO2 produzido pela fermentação estão já em estudo em algumas adegas nacionais.

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Aberto concurso aos Prémios Alltech “Um Planeta de Abundância”

Alltech

Os Prémios Alltech “Planet of Plenty” (“Planeta de Abundância”) destinam-se a reconhecer o trabalho de pessoas e entidades que, no sector agro-alimentar, contribuem para um planeta de abundância através do ensino, do desenvolvimento de talentos, de tecnologias de nutrição ou digitais, de novas práticas de gestão, de ideias inovadoras ou projectos com efeitos positivos na […]

Os Prémios Alltech “Planet of Plenty” (“Planeta de Abundância”) destinam-se a reconhecer o trabalho de pessoas e entidades que, no sector agro-alimentar, contribuem para um planeta de abundância através do ensino, do desenvolvimento de talentos, de tecnologias de nutrição ou digitais, de novas práticas de gestão, de ideias inovadoras ou projectos com efeitos positivos na saúde humana.
As 8 categorias dos prémios são:

• Agricultor
• Estudante
• Professor/formador
• Jornalista
• ONG
• Comunidade
• Negócio
• Startup

A agricultura tem uma posição única para abordar alguns dos problemas mais desafiantes do mundo, incluindo insegurança alimentar, desnutrição, poluição do ar, da água e da terra, alterações climáticas, desigualdade e energia. Nenhum outro sector tem o potencial de ter um impacto mais positivo no planeta.
Os vencedores dos prémios serão apresentados por vídeo e blog ou podcast. Cada vencedor receberá uma viagem para duas pessoas à ONE: A Conferência de Ideias da Alltech (ONE2020), realizada em Lexington, Kentucky, EUA, de 17 a 19 de Maio de 2020, e será homenageado no palco da conferência.

O formulário de inscrição dos “Prémios Planet of Plenty” está disponível online e o concurso está aberto até 31 de Julho de 2019.

Salvar o vinho e, já agora, o Planeta! – versão completa

Foram dois dias intensos, no passado mês de Março. O evento Climate Change Leadership, que começou com a conferência Solutions for the Wine Industry e culminou com o Porto Summit, e com a comunicação de Al Gore, deu um banho de realidade ao sector e expôs importantes e urgentes soluções de combate às alterações climáticas. […]

Foram dois dias intensos, no passado mês de Março. O evento Climate Change Leadership, que começou com a conferência Solutions for the Wine Industry e culminou com o Porto Summit, e com a comunicação de Al Gore, deu um banho de realidade ao sector e expôs importantes e urgentes soluções de combate às alterações climáticas. Esta é a versão completa da reportagem do evento.

TEXTO Mariana Lopes • FOTOS cortesia da organização

 

Na cerimónia de abertura, o anfitrião Adrian Bridge foi claro nas palavras: “Quando me pediram para patrocinar este evento, eu disse que só o faria se não nos focássemos no problema das alterações climáticas, mas sim nas soluções”. E assim aconteceu. O evento organizado pela Taylor’s, de 5 a 7 de Março, teve cerca de 50 oradores de peso provenientes de 38 países, de especialistas nas questões ambientais a produtores de vinho e gestores de negócios com práticas sustentáveis, investigadores e activistas. Todos eles com um objectivo em comum, a busca constante pela reversão dos efeitos da acção imprudente do Homem no planeta. Consequentemente, a indústria do vinho sofreu bastante e ainda sofre com estes problemas, ao ponto de não ser certa a sobrevivência de algumas reconhecidas regiões, vitivinícolas e não só, do mundo. Conseguiremos nós imaginar um Douro sem vinhas? Ou uma Índia inabitável durante o Verão? Apesar de caricatos, estes são dois cenários possíveis, até prováveis se nada ou pouco for feito, ainda neste século. As alterações climáticas não são apenas uma teoria, mas uma realidade com factos irrefutáveis que a sustentam. Já não é tempo de aceitar esses factos, esse tempo era ontem. Hoje é o tempo de consolidar as práticas e de aprender mais e mais com o exemplo do vizinho que está um passo à frente. E muito se aprendeu no Climate Change Leadership. “Fico feliz por ver que muitas empresas estão já a tomar medidas”, afirmou Adrian Bridge, “a indústria do vinho deverá ter uma posição de liderança, pois é um negócio onde se pensa muito nas gerações futuras”. Aqui ficam os momentos-chave do evento.

Sessão 1: Respostas de empresas de vinho às alterações climáticas

A conferência começou em grande com Miguel Torres a tomar o púlpito. O presidente da espanhola Torres foi irrepreensível na sua comunicação, começando por apresentar uma ilustração onde se vê a evolução do estado da Terra, desde o período Pleistoceno (entre 2,588 milhões e 11,7 mil anos atrás), com menos 5 graus de temperatura média, até ao século XXII, com mais cinco graus de temperatura média. Na imagem, via-se a quantidade de gelo, área desértica, área de bosque, oceano com vida e oceano desértico. A diferença é abismal e, com mais cinco graus, é esperada quase uma quantidade nula de gelo na Terra e uma grande parte desertificada, tanto em terra como no oceano. A ilustração sobre o estado actual é o que mais impressiona: já estamos a meio caminho deste último cenário, e a velocidade a que isto ocorre é exponencial. Em 20 mil anos, a temperatura média aumentou em seis graus celsius mas, nos últimos 50 anos, subiu um grau em Portugal e bem mais na região Árctica. No que toca às emissões de Dióxido de Carbono, estas cresceram muito desde 1990 até 2012.

Posto isto, Torres esclareceu que a assimilação deste gás é muito maior no oceano do que na atmosfera, pois o CO2 dá-se melhor em temperaturas mais baixas. Depois, outros slides se seguiram com respostas à pergunta “porque é que as temperaturas mudam?”, com a criação de gado em confinamento a representar uma das grandes causas, principalmente o bovino, devido à pegada carbónica da indústria e à quantidade de água que gasta. Miguel Torres destacou também a acção Torres&Earth, implementada em 2007 pela sua empresa, que aplicou quase 16 milhões de euros na investigação, investimento em energias renováveis e optimização das terras. Algumas das suas medidas incluem a preservação das espécies autóctones, reflorestação, recolha e tratamento de águas pluviais e da montanha, recuperação de variedades de uva ancestrais, redução do consumo eléctrico, substituição da frota a diesel por soluções híbridas, plantação de vinhas em altitude e adaptação das adegas para modelos auto-sustentáveis. Tudo isto teve já um impacto directo nas emissões de CO2, que diminuíram 26,8% por garrafa, sendo o objectivo chegar aos 30% em 2020. E aqui coloca-se uma questão fracturante: qual é o papel da agricultura orgânica? Embora tenha valores e características bastante positivas, o efeito não é linear, como demonstrou Miguel num quadro comparativo, ao qual chamou “O Paradoxo da Viticultura Orgânica”. Os dados da CIRCE – Centro de Investigação de Fontes e Consumo de Energia, revelam que as emissões de CO2 são mais elevadas no método orgânico do que no tradicional, com uma média de 1020 quilogramas emitidos por ano pelo primeiro e 770 pelo segundo. Estas conclusões não surpreendem visto que, com menos tratamentos tradicionais, as idas à vinha são bastante mais frequentes, e isso implica mais combustível para maquinaria, mais fertilizantes e respectivo transporte, mais fitossanitários (como o sulfato de cobre, que permanece no solo durante muitos anos), entre outros. “Vamos fazer do vinho um símbolo da mitigação das alterações climáticas, “descarbonizando” as empresas”, foi o desafio lançado por Miguel Torres a todos os presentes.

Seguiu-se Cristina Mariani-May, CEO da Banfi, empresa produtora de vinho em Itália e nos EUA, que apelou à protecção da terra e dos recursos, falando do que a sua família tem feito em Montalcino: dos 2830 hectares, 850 são de vinha e os restantes de floresta e outras culturas que a empresa protege de modo a que se assegure a biodiversidade da região. “A Banfi está muito empenhada na pesquisa e no estudo das variedades e dos clones” afirmou Cristina, revelando que por eles foram já editados vários livros sobre a investigação feita “em casa”, para que outros possam seguir o exemplo.

Já Margareth Henriquez, presidente da Moët Hennessy Estate & Wines e da The House of Krug, contou que nas suas propriedades alteraram todo o sistema de irrigação, cortando em 50% a utilização de água. Para conseguir a proeza, estas empresas mudaram a orientação das vinhas, uma medida que, em vez de corrigir, previne. Estas e outras acções sustentáveis, como a adopção de packaging mais consciente, valeram ao grupo a distinção Butterfly Mark.

Sessão 2: Respostas da vinha pelo mundo fora

Aqui foi a vez de Kimberly Nicholas, investigadora americana, partilhar a sua “Visão para uma indústria de vinho compatível com mais 1,5ºC até 2035”. Kimberly reforçou que tem de haver uma estratégia de adaptação ao clima, partindo do pressuposto que mais de 80% da produção mundial de vinho usa menos de 1% da diversidade de uvas disponível. “É necessário usar mais a diversidade para aumentar a resiliência”, afirmou, revelando que apenas doze variedades constituem a maior parte do vinho produzido em todo o mundo, sendo estas Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Pinot Noir, Syrah, Sauvignon Blanc, Riesling, Moscatel de Alexandria, Gewurztraminer,
Viognier, Pinot Blanc, e Pinot Gris. O que Kimberly pretendeu transmitir foi que há todo um leque de castas diferentes, pelo mundo, com maior capacidade adaptativa a temperaturas mais altas e a grandes oscilações, numa lógica em que distintos períodos de maturação são compatíveis com condições meteorológicas específicas. As variedades autóctones, algumas até caídas em desuso, podem ser a resposta na respectiva região.

 

A investigadora revelou, também, as quatro principais causas globais de poluição, começando nos veículos motorizados, passando pela energia do lar, o consumo secundário e acabando na mais poluidora, as viagens aéreas. Para estes problemas há soluções que, segundo Kimberly, passam por usar transportes alternativos ao combustível e o carro eléctrico, as energias renováveis nas casas, uma dieta mais “verde” e “voar muito menos”. Quanto a esta última parte, Nicholas sugeriu, às empresas de vinho, a substituição do transporte comercial aéreo pela via marítima e ferroviária, com níveis menores de combustível fóssil.
Também António Graça, director de investigação da Sogrape, teve lugar nesta sessão, tocando num ponto fulcral: com as alterações climáticas, vêm acontecimentos que ameaçam a definição de terroir, principalmente no que toca a identidade. Tal como Kimberly, sublinhou que “é preciso definir as áreas, no mundo, com condições ideais para produzir cada casta”. Para encarar o desafio climatérico, António Graça revelou que o principal aliado é a vinha, se houver um bom estudo dos genótipos e da sua integração resiliente nos diferentes terroirs. Quanto ao que a Sogrape tem implementado nas últimas duas décadas, o investigador referiu uma agricultura livre de herbicidas, aproveitamento da água pluvial (68% da água usada no grupo), a produção integrada e certificada e a monitorização dos efeitos de fenómenos como a seca na qualidade das uvas. “Tem de ser um esforço colectivo, não só porque quem fica sozinho desaparece, mas também porque puxa os outros para baixo”, concluiu.
A fechar a segunda sessão, o chileno Gerard Casaubon, director de investigação da Concha Y Toro, apresentou os números milionários do plano estratégico da empresa até 2020: cinco milhões de dólares de investimento, metade desses com destino à investigação e desenvolvimento. Números grandes, que se adequam aos mais de 10 mil hectares que a Concha Y Toro tem no Chile. Mas o destaque da exposição de Casaubon vai para a plataforma digital criada pelo grupo: um local online com previsão dos acontecimentos climáticos naquele país, por região/área. A plataforma é muito útil, pois está ao dispor de todas as empresas que a queiram usar, ajudando-as a decidir, por exemplo, onde adquirir/plantar a próxima vinha.

Sessão 3: Expectativas do consumidor e marketing sensível

Este momento teve um formato diferente, uma conversa aberta e apelativa entre Paul Willgloss, director de Food Technology da retalhista Marks & Spencer, e António Amorim, presidente da corticeira Amorim. Moderada pelo co-fundador da Wine Intelligence, Richard Halstead, e num estilo mais informal, baseou-se a adaptação das marcas às novas exigências de produção ambientalmente sustentáveis, e o modo como essas adaptações são percebidas e assimiladas pelo consumidor. “As regras do consumo de plástico também se aplicam às rolhas de plástico nos vinhos!”, afirmou António Amorim, antes de dizer que, em 10 anos, a Amorim reciclou mais de 500 milhões de rolhas e plantou cerca de 800 mil árvores. Um ponto importante tocado por Paul Willgloss foi a comum assumpção de que se perde muito dinheiro com as medidas sustentáveis: “A ideia de que se tem de pagar um preço mais alto por aquilo que é sustentável, não faz sentido nenhum. Não podemos transformar a sustentabilidade em nicho, é preciso saber fazer as coisas.”, disse. O exemplo que deu foi irrefutável, contando que, nas suas lojas, o saco reutilizável custa cinco libras, o que é um preço alto para um simples saco, mas o consumidor, com essas cinco libras, está também a comprar um serviço ilimitado: a substituição gratuita desse mesmo saco, sempre que achar pertinente, sendo o antigo reconvertido. Este modelo gera lucro e ajuda o ambiente, em simultâneo. “A sustentabilidade não é inimiga da rentabilidade”, concordou António Amorim. Depois, falou da importância dos millennials (pessoas nascidas entre o início da década de 80 e o início dos 2000), referindo que “estão sedentos de informação e querem saber sobre vinho, consumi-lo cada vez mais, e trazem uma atitude mais sustentável porque já nasceram num mundo onde esta conversa já estava a ser tida. Os millennials querem associar-se a marcas com melhores valores e isso não deve ser ignorado”. E fez a ponte para o vinho orgânico: “Não se pode ter um vinho orgânico com uma cápsula de plástico ou um ‘plastic stopper’! Há-que ser transparente e não ser biológico só porque é uma moda”. Paul Willgloss concluiu, advertindo que os retalhistas têm a missão de tornar tudo isto interessante para o consumidor, de inspirar e de o ajudar a fazer melhores escolhas.

Sessão 4: Adegas do futuro

Aqui, o exclusivo foi de Roger Boulton, cientista e professor de Enologia e Engenharia Química na Universidade da Califórnia Davis, que apresentou uma tese sobre adegas “carbono zero”. Boulton trouxe o exemplo do projeto da sua nova adega auto-sustentável LEED Platinum para mostrar como o design destas novas adegas é importante para melhorar a eficiência energética do processo de produção. Para o cientista americano, a indústria vitivinícola deve caminhar a passos largos para um modelo de emissões negativas de carbono, focando a sua investigação no aperfeiçoamento da rede energética, da rede de água e da captura e armazenamento de CO2. Algumas medidas concretas, defendidas neste último tópico, são o apoio a esquemas de comércio internacional de carbono, a projectos de investigação, à escala mundial, focados na captação de CO2 por via da fermentação, bem como a reportação dos números das emissões a um programa internacional fiável de medição dos poluentes da fermentação, como a Carbon Trust ou a Global Reporting Initiative.

Sessão 5: Desenvolvimentos da vinha

Na quinta sessão, falaram Alejandro Fuentes Espinoza, Gilles Descôtes e José Vouillamoz, que se focaram nas abordagens, a médio e longo prazo, que optimizam a prática agrícola nas vinhas: porta-enxertos, mitigação de pragas e doenças, selecção de variedades de uva e de planta, entre outras. O destaque vai para Descôtes, da casa francesa Bollinger, que declarou usar zero herbicidas desde 2016, recorrendo apenas a fertilizante orgânico e a métodos naturais como o da confusão sexual. Analisou, também, a relação entre o aumento médio da temperatura em 1,2 graus, entre 1961 e 2017, com a antecipação média das colheitas em 18 dias, um fenómeno que afecta muitos produtores. Chamou, ainda, atenção para a necessidade de optimização dos solos e da recuperação de técnicas antigas de cultivo menos impactantes no meio ambiente.

Sessão 6: Relatório da ADVICLIM

O ADVICLIM é um projecto europeu para o desenvolvimento de estratégias de adaptação e mitigação das alterações climáticas, de aplicação nas vinhas. A sua missão é ajudar os produtores na prossecução de práticas sustentáveis, desde a medição dos seus impactos à simulação de diferentes cenários de cultivo. Carlos Miranda, Chriss Foss e Jöel Rochard, três indivíduos associados ao projecto, vindos de entidades diferentes, contribuíram para a sessão. Este último, relevou que os estudos climáticos globais não são suficientes, terão de ser também feitos à escala local, para que se possa actuar com eficácia. Já Carlos Miranda sublinhou a importância das variedades de uva autóctones e da possibilidade de novas castas, bem como de novas localizações para as vinhas, tudo em prol da adaptabilidade. Deu o exemplo da plantação em altitude, para que se aproveite a frescura das cotas mais altas.

Sessão 7: Gestão de recursos hídricos

A questão da água e da irrigação das vinhas “daria outro almoço”, como se costuma dizer. Há quem defenda que não se deve regar de todo, e há quem diga que regar somente quando necessário não é a fonte do problema.
Linda Johnson-Bell, escritora e investigadora do Instituto do Vinho e das Alterações Climáticas de Oxford, foi peremptória neste assunto, dizendo que a agricultura de sequeiro deve ser assumida como paradigma mundial e que “se não formos nós a assumi-lo, a natureza fá-lo-á por nós”. Entre outros argumentos, afirmou que a irrigação provoca a salinização dos solos e aumenta os custos associados ao uso de água, revelando que 80% da produção vitivinícola global ainda é irrigada. Mais para a frente, Linda foi arrojada nas suas palavras, afirmando categoricamente que “a irrigação destrói o conceito de terroir”, “resulta em vinhos com elevado grau alcoólico” e que “os locais onde a vinha tem de ser regada não são aptos para a produção de vinho”. Se a coisa é assim tão linear? Temos dúvidas. Se se deve reduzir ao máximo a utilização de água e regar apenas com a quantidade mínima necessária, em regime deficitário, e somente enquanto e onde a vinha pedir? Absolutamente. Claro que a gestão da rega de uma vinha não dispensa o conhecimento e estudo profundo do balanço hídrico do terroir em questão, para que a eficiência seja escrutinada ao máximo.
Já André Roux foi mais ponderado do que Linda, discursando na qualidade de director de Sustentabilidade no Departamento de Agricultura da região de Western Cape, e coordenador do projecto FruitLook. Assente numa tecnologia de satélite, o FruitLook permite uma monitorização semanal do crescimento das culturas, do uso real de água nas plantações e a sua eficiência. Entre 2011 e 2016, o FruitLook passou de 4.300 para 21.554 hectares de área abrangida e permitiu poupar entre 10% a 30% de água aos produtores que utilizaram esta tecnologia pioneira.

Sessão 8: Questões energéticas

Dois grandes produtores mundiais de cariz familiar, Gramona e Jackson Family Wines, expuseram o seu compromisso ambiental e as iniciativas tomadas por cada um. Jaume Gramona, CEO da empresa desde 1995, colocou ênfase na arquitectura bioclimática e no seu novo conceito de cobertura de adega, captadora de energia. Referiu ainda a utilização de energia geotérmica, que permite climatizar as adegas com a temperatura do sub-solo; o fabrico próprio de um composto natural para fertilização; instalação de painéis fotovoltaicos responsáveis por 15,9% do consumo energético da empresa; entre outros. Isto gera uma dependência em 59% de energias renováveis, que se reflecte numa poupança de 41% no consumo energético.
Katie Jackson trouxe a máxima que rege a filosofia da empresa e do pai, o fundador: “Tomem conta da terra e a terra tomará conta de nós”. A JFW tem vinhas na Califórnia, em Itália, França, África do Sul e Austrália, sabendo bem o que significa lidar com períodos prolongados de seca extrema. Desde 2008 que a Jackson já diminuiu o consumo de água em 41%, e já ultrapassou a sua meta para 2020 de emissão de gases de efeito de estufa, estando já numa redução de 33%.

Reforçando, como referiu Katie, que “Medidas de sustentabilidade ambiental nem sempre se traduzem num aumento dos custos para as empresas”, a JFW já poupou mais de um milhão de dólares depois de implementar vários modelos de redução de CO2, como o do uso de garrafas mais leves, a remoção de resíduos de aterro, a intensificação do uso de energias renováveis, e o aproveitamento dos seus 60% de terra disponíveis para plantar outras espécies autóctones.

Sessão 9: Sustentabilidade, biodiversidade e gestão de solos

O moderador desta sessão, João Barroso, faz parte de um projecto muito especial: o primeiro programa de sustentabilidade de uma região portuguesa, o Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo. Desde que foi implementado, em 2015, este projecto viu aumentar o número de associados de 94 para 326, representando 46% da área dos vinhos do Alentejo e 60% do volume de produção. Impulsionado pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, o PSVA tem como principais objectivos a monitorização do consumo de água, utilização de embalagens, rótulos e outros produtos certificados pelo FSC, monitorização do consumo energético, instalação de caixas-ninho ou poleiros para aves de rapina e morcegos, criação de um grupo dedicado a desenvolver e ajudar a implementação de práticas sustentáveis, prevenção de erosão dos solos, uso de compostos naturais como fertilizantes e a formação profissional. Também premeia os produtores exemplares nestes campos, com selos do programa. Em www.sustentabilidade.vinhosdoalentejo.pt, é possível encontrar toda a informação.
Gérard Bertrand, CEO da Gérard Bertrand Wines, confessou que a prática biodinâmica mudou a sua vida porque “porque não só eliminámos o uso de produtos químicos, como isso se traduziu na qualidade dos nossos vinhos e no reforço da mensagem de preservação da biodiversidade que queremos passar”. O produtor, que tem 200 hectares, neste sistema, no sul de França, expressou ainda uma indignação pertinente: “Temos registadas 7000 variedades de uva e o consumidor conhece menos de dez. Há que despertar a consciência do público e sensibilizá-lo para esta diversidade”.
A chilena Olga Barbosa, fundadora da Wine Climate Change, fez uma muito boa apresentação sobre biodiversidade, baseada na ideia de que a solução não está em mudar as vinhas, mas sim em conservar a natureza circundante, que confere protecção aos vinhedos. Partindo do princípio de que a consciencialização e transferência de conhecimento é essencial, criou uma iniciativa muito engraçada: junto dos produtores, fazem exercícios nos quais se colocam no ponto de vista de cada espécie presente nas respectivas propriedades. Segundo Olga, “isso cria perspectiva junto das equipas de trabalhadores e faz com que compreendam porque fazemos o que fazemos”.
O cientista sul-africano Heinrich Schloms alertou para o facto de a região de Western Cape estar a ser atingida por secas recordes nos últimos anos. “Estamos a começar a ficar sem água”, advertiu. “Escolher o local e a exposição correcta para plantar a vinha pode ser a decisão mais importante de todo o processo. Aspectos como a altitude, a inclinação, a radiação solar, a curvatura da vinha, a duração dos dias, distância em relação aos cursos de água têm de ser considerados nessa escolha”.

Sessão 10: Packaging e transporte

Voltando ao produto nacional, Tiago Moreira da Silva apresentou, em nome da BA Vidros, os benefícios dos suportes em vidro. “Os recipientes de vidro são feitos somente a partir de três matérias diferentes: areia, calcário e carbonato de sódio. É um elemento 100% reciclável e que pode ser usado na produção de novas garrafas sem qualquer desperdício”, demonstrou. Na verdade, 74% do vidro é reciclado na União Europeia. A BA tem, também, metas para 2030, como aumentar a dependência de energias renováveis pelo menos em 70% e reduzir a utilização de água em 75%.
Depois, Pierre Corvisier, director de New Services da JF Hillebrand Group, empresa líder global na distribuição e transporte de bebidas, apontou o transporte marítimo como o mais eficiente e sustentável, libertando apenas 3% dos gases de efeito de estufa. Em contrapartida, o terrestre e o aéreo são muito mais poluentes.
Vicente Sanchez-Migallón, fundador e director técnico da World Bulk Wine Exhibiton, sublinhou as vantagens no transporte de vinho a granel, exemplificando que “Enquanto o armazenamento de garrafas por contentor se situa entre 12 a 13 mil exemplares, um flexitank (contentor específico de armazenamento de líquidos) pode transportar o equivalente a 32 mil garrafas sem necessidade de aumentar o espaço de armazenamento”.

Estes números mostram que por cada viagem é possível transportar mais litros de vinho a granel do que vinho engarrafado e que isso representa uma considerável vantagem climática, de redução de custos e eficiência logística, originando uma redução da pegada de carbono de 40%.
A directora executiva do Food Packaging Forum, Jane Muncke, fez uma apresentação convincente sobre os perigos do plástico nos pacotes de comida e a contaminação cruzada. Que o plástico polui, mata espécies animais e intoxica o oceano, já sabemos, mas pouca é a importância que damos à contaminação dos alimentos por esse material e respectivos compostos químicos. Jane advertiu: “Para além de muitas partículas tóxicas migrarem para a comida, é real o risco que representa o plástico conseguir absorver propriedades tóxicas do meio exterior. Ao mesmo tempo que os nutrientes da comida e das bebidas são absorvidos pelo plástico, há uma constante migração de elementos do exterior para a embalagem e, consequentemente, para os alimentos. O risco aumenta com a exposição do plástico a temperaturas elevadas, com períodos longos de retenção em embalagem, com o tamanho da embalagem e com o tipo de alimentos que elas contêm”. Um exemplo do dia a dia é o aquecimento de comida em “tupperwares” plásticos no microondas. Assim, defendeu que o plástico não é viável como embalagem e alertou para o facto de a reciclagem não ser solução, pois muitos desses plásticos, precisamente por causa dessas partículas, não podem ser reciclados. A solução é evitar o seu uso.

Sessão 11: Eficiência e economia – apelo à acção

“Para o infinito e mais além”, foi a referência à personagem do filme Toy Story, Buzz Lightyear, que Mike Veseth usou para chamar a atenção do público. “O sector do vinho parece compreender que algo tem de ser feito, mas isso não basta”, afirmou o moderador da sessão, “temos de ir mais além”.
A relação entre a sustentabilidade e os lucros da actividade económica representa um desafio para as empresas e é aqui que Stephen Rannekleiv entra, a representar o banco holandês Rabobank. Esta instituição foca-se em “ajudar a gerar e promover oportunidades valiosas para os clientes e para a indústria”, em projectos de cariz sustentável. Ajudam, portanto, negócios inovadores, e nascidos da emergência ambiental, a chegar ao mercado.
Também Robert Swaak, da PwC, demonstrou como as alterações climáticas impactam a indústria do vinho, economicamente e não só: “As projecções climáticas para Portugal incluem um cada vez maior aquecimento e seca durante o período de desenvolvimento das uvas, resultando em modificações na fenologia, crescimento, características do vinho e tipologia; o sector do vinho terá de avaliar os potenciais efeitos da seca e fazer planos de contingência; a aptidão de certas regiões vitivinícolas pode desaparecer; e os custos de mão de obra para a vinha podem aumentar, pois com as condições adversas de trabalho nos vinhedos causará escassez desse recurso”. Na verdade, este é já um problema em várias regiões portuguesas.

Antes do início do Porto Summit, Adrian Bridge prestou algumas declarações, confessando a excedência das suas expectativas. “O mais importante foi termos tomado conhecimento da quantidade impressionante de trabalhos que já estão a ser feitos na indústria do vinho, trabalho esse que temos de continuar a desenvolver e fazer chegar aos nossos consumidores”, disse.

Porto Summit 2019

“Quando as gerações futuras perguntarem o que é que fizemos para ajudar a combater o clima, vamos ser capazes de olhá-las nos olhos e dizer que não ficámos de braços cruzados e que fizemos a nossa parte para assegurar o futuro deste planeta”, introduziu o administrador da Taylor’s.
O Porto Summit 2019 começou com uma comunicação capaz de deixar os presentes com lágrimas nos olhos. Afroz Shah, jovem advogado indiano e Champion of the Earth 2016 pela ONU, demonstrou o seu compromisso com o oceano. A Date with the Ocean, foi o nome da apresentação. Afroz revisitou, humildemente, o processo de limpeza da praia de Versova, em Bombaim, de onde retirou, com a ajuda de milhares de voluntários, mais de 5 milhões de toneladas de lixo do areal em 86 semanas, acção que se estende agora a muitas outras praias. Para mostrar o quão natural deveria ser esta preocupação com o meio ambiente, Shah perguntou à plateia “Quantos de vocês é que receberam prémios por limparem as vossas casas?” e frisou que o jogo de atribuição de culpas em que entrámos deixa-nos estagnados, repetindo, com pesar “It’s me, it’s me, it’s me”. “Ninguém quer viver num planeta que seja incompatível com a vida humana”, lembrou. Explicando a frase “a date with de ocean” (um encontro com o oceano), disse que “quando estamos num encontro com alguém, estamos no nosso melhor e por vezes juramos cuidar até que a morte nos separe”, contando que foi esse o laço que decidiu criar com o mar. Uma apresentação muito inspiradora.

A comunicação que se seguiu foi da primeira cadeia de fast food “climate positive”, a sueca Max Burgers. Kaj Törok, CRO da multinacional, inteirou a audiência, dizendo que em 2008 “percebemos que éramos parte do problema das alterações climáticas e assumimos que tínhamos que fazer parte da solução”. Num plano onde a pegada ecológica foi medida “desde a terra do agricultor até à mão dos consumidores”, foram implementadas medidas como a inclusão da informação da pegada de carbono em cada menu vendido, “para que os clientes pudessem basear as suas escolhas também nesses dados”, a utilização de embalagens 90% renováveis e o estabelecimento de metas concretas para inverter a pegada. Desta maneira, a Max Burgers gerou um saldo negativo para a sua pegada carbónica, que se fixou agora nos -110%, para a qual ajudou a plantação de 1,5 milhões de árvores em África. Kaj “vendeu”, ainda, o seu burguer (sem “ham”) mais ecológico nas emissões, o CrispyNoChicken, que não tem carne mas é um sucesso de vendas da cadeia, pelo seu “delicioso sabor”.
Ester Asin, da World Wide Fund for Nature (WWF), mostrou factos impossíveis de ignorar: “Os últimos cinco anos foram os anos mais quentes do planeta, sendo que onze dos anos que apresentaram recordes de temperatura ocorreram desde 2001!”.
Numa entrada divertida, em que se via, num vídeo, João Matos Fernandes a entrar na conferência num carro eléctrico e automatizado, o Ministro do Ambiente português fez uma análise do papel de Portugal na vanguarda da economia verde. Sociedade descarbonizada, valorização do território e promoção de uma economia circular foram os pilares que salientou para concretizar um plano ambicioso em termos energéticos. O ano de 2050 será aquele em que o país quer assumir o compromisso de zero carbono, dependendo em 80% de energia limpa (solar e eólica). O sector dos transportes, da agricultura, da construção e a mudança de hábitos alimentares estão na base desta transição ecológica e sustentável.

O momento mais aguardado, por muitos, do evento, chegou a encerrar o ciclo de conferências. Era Al Gore, o político ecologista norte-americano mais famoso do globo. Vice-presidente dos EUA, entre 93 e 2001, e senador do Tennessee de 85 a 93, Al Gore começou por lançar um alerta, “Estamos perante uma emergência global”. Sem piedade, acusou os combustíveis fósseis de serem “de longe” a maior fonte de poluição humana. As explicações pareceram óbvias: “Quando quadruplicamos a população da Terra e equipamos essa quantidade de gente com tecnologia poderosa, é óbvio que a relação do ser humano com o ecossistema irá mudar” e “Durante 150 anos, assumimos que os sistemas naturais da terra tinham uma capacidade de renovação sem limites. Falso!” e gritou esta última palavra. Não há dúvidas de que o Prémio Nobel da Paz 2007 tem o dom da palavra e, ao longo da sua vida, escolheu utilizá-lo para sensibilizar o ser humano para os problemas ambientais. “Perdemos um campo de futebol de árvores a cada minuto”, e aos poucos foi deixando todos de boa aberta, exaltando-se de quando em quando. Foi ele que deu a verdade mais dolorosa para o sector do vinho, afirmando que “Continuando assim, algumas regiões de vinho do mundo podem deixar de o ser, ainda a meio do século, como o Douro, por exemplo”. Uma realidade difícil de imaginar. Muito mais foi dito e demonstrado em relação aos efeitos adversos da acção do homem no Planeta, mas Al Gore, vegan há oito anos, mudou o tom do discurso antes de terminar, confessando achar que ainda há esperança e que essa passa, em grande parte, pela aposta em energias renováveis. “A liderança assumida em Portugal é um exemplo para todo o mundo”, referindo-se, por exemplo, ao facto de Portugal ser o terceiro país da EU que mais usa energia renovável, apenas atrás da Suécia e da Áustria. A produção de energia eléctrica renovável do país ultrapassou, pela primeira vez em Março do ano passado, as necessidades de consumo. Falando do The Porto Protocol, o compromisso criado por Adrian Bridge e assinado por várias empresas que as vincula aos princípios e medidas estabelecidas nestas conferências, Al Gore brincou, antes de terminar, e disse ser uma plataforma liderada por “um louco instável” que “fornece ferramentas extraordinárias para uma cooperação internacional séria, informada e comprometida com as gerações futuras”.

 

E se o leitor não tiver uma empresa onde aplicar todas estas resoluções e estiver aqui simplesmente porque gosta de um bom copo de vinho e de boas leituras, faça o que estiver ao alcance, reduza o consumo de plástico e de água, recicle, reutilize, plante uma árvore, conheça o que come, vá a pé… repita. Repita. E repita. O futuro do Planeta depende disso.

 

Al Gore agita sector do vinho no evento Climate Change Leadership

 Leia a reportagem de campo na edição de Abril da Grandes Escolhas. Mais de 850 pessoas de 30 nacionalidades estiveram presentes na Alfândega do Porto para assistir à segunda edição do Porto Summit 2019, que teve como ponto alto a intervenção de Al Gore. O Ex-Vice Presidente dos EUA e Prémio Nobel da Paz 2007 […]

 Leia a reportagem de campo na edição de Abril da Grandes Escolhas.

Mais de 850 pessoas de 30 nacionalidades estiveram presentes na Alfândega do Porto para assistir à segunda edição do Porto Summit 2019, que teve como ponto alto a intervenção de Al Gore. O Ex-Vice Presidente dos EUA e Prémio Nobel da Paz 2007 alertou para as consequências já visíveis das alterações climáticas e destacou Portugal pelo seu exemplo na liderança em temas como energia solar e eólica.

Numa apresentação entusiasta, o líder mundial apelou ainda à cooperação internacional como solução para a mudança, elogiando a plataforma que serve de mote à Climate Change Leadership. “Não é preciso reinventar a roda, vejam o exemplo do The Porto Protocol. Através da partilha de boas práticas e soluções imediatas, todos somos capazes de fazer a diferença.”

A intervenção de Al Gore foi precedida da do Ministro do Ambiente João Matos Fernandes, que destacou o compromisso do país em atingir a neutralidade carbónica em 2050, sustentado na valorização do território e promoção de uma economia circular. “A ideia de responsabilização já passou, é preciso tomar decisões”, afirmou.

Afroz Shah, o advogado e activista indiano que liderou a maior limpeza ocorrida numa praia a nível mundial – em Versova, Bombaim, Kaj Török, director de sustentabilidade da Max Burgers, uma cadeia de restaurantes mundial e Ester Asin, diretora-geral para a Europa da World Wide Fund for Nature (WWF), completaram o painel de oradores do dia.

Adrian Bridge, director-geral da Taylor’s e anfitrião da Climate Change Leadership no Porto, abriu a cerimónia, reforçando que “Para nós, que estamos envolvidos no negócio do vinho, o clima é a base do que fazemos e o único recurso natural de que não podemos prescindir. Durante estes dois dias tivemos a oportunidade de partilhar soluções imediatas para podermos fazer a diferença no combate às alterações climáticas, uma realidade que está a afectar não apenas o vinho, mas muitos outros sectores de actividade. Todos podemos fazer mais amanhã do que fizemos até hoje”.