[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Visitar uma floresta de carvalhos e entender como se gere um património desses é uma experiência e uma lição. Assistir à feitura de uma barrica, com as inúmeras etapas que exige, é fascinante e fica-nos na memória.
TEXTO Valéria Zeferino e João Paulo Martins
FOTOS Christophe Deschanel / CORTESIA Grupo Charlois
Estivemos em França a convite do Grupo Charlois, tanoeiros e fabricantes de barricas. Mais precisamente estivemos no vale do Loire, no início do vale onde começa uma das principais regiões vinícolas de França, que se estende até ao mar. Ficámos instalados numa aldeia da região de Sancerre, em Chavignol. Pequena a aldeia, mas famoso o queijo que leva o seu nome, o Crotin de Chavignol, um pequeno queijo de cabra (por acaso não avistámos nem uma, mas pronto…) que desde 1976 adquiriu o estatuto de DOP. Já a região vitícola – Sancerre – é das mais conhecidas de França (e do mundo…) porque ali, e na vizinha Pouilly-Fumé – nascem alguns dos vinhos brancos mais conhecidos do país, feitos a partir de Sauvignon Blanc. A região produz sobretudo brancos (com a denominação a ser criada em 1936) mas também tintos e rosés de Pinot Noir, que tiveram também direito a uma AOC desde 1959. A região incorpora 366 “domaines” que cobrem uma área de 2.770 ha, alguns deles muito famosos e cujos vinhos já estão longe de serem baratos. Para além de vinhas, a região tem, como de resto todo o país, uma larga área de floresta coberta de carvalhos. Falar de carvalhos e falar de carvalho francês não chega, como aqui aprendemos. As árvores, tal como as vinhas, são influenciadas pelo terroir e as barricas feitas de carvalho, se tiverem origem no terroir certo, permitem que o vinho expresse melhor o terroir da vinha. O tema é complexo e exige muita experimentação, algo que quer produtores quer enólogos fazem sistematicamente.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” equal_height=”yes” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]AS BARRICAS E OS SEUS SEGREDOS
O estágio em barrica faz parte da criação de grandes vinhos, mas por si só não é suficiente. A barrica tem de ser de qualidade e o tipo de madeira tem de ser o adequado para o perfil de vinho que se pretende fazer. Três factores são importantes para a qualidade de barrica: a origem do carvalho, que influencia o grão de madeira; as condições de secagem da madeira (que antecede o fabrico das barricas) e que é necessária e determinante para a sua qualidade e, finalmente, a tosta a que a barrica é sujeita e que altera as suas características químicas, potenciando a interacção com o vinho. A visita que fizemos às tanoarias Berthomieu e Ermitage em França evidenciou a importância destes três factores.
O carvalho cobre cerca de 33% da área de França, com duas espécies, Quercus robur e Quercus petrea. Muitas florestas foram plantadas ainda no século XVII no reinado de Louis XIV e por iniciativa do seu ministro Colbert, inicialmente para abastecimento da indústria naval e de guerra. Até hoje a gestão da floresta é atributo do Estado, entidade que gere o que se planta e o que se abate. Existem políticas de intervenção específicas, como por exemplo, a protecção do litoral, recuperação de terrenos de montanha ou de defesa contra incêndios. A produção de madeira é interpretada como um meio de gestão da floresta, desenvolvendo recursos para a renovação e manutenção da mesma.
Para garantir o equilíbrio e sustentabilidade a floresta é tutelada pela ONF – Office National des Forêts, organismo governamental que gere 11 milhões de hectares de florestas públicas. O principal objetivo é responder às necessidades do homem, preservando o meio ambiente. A ONF identifica anualmente as parcelas de floresta com árvores de possível abate. Estas parcelas e árvores são colocadas a leilão público. As empresas produtoras de madeira, em função das suas necessidades e com base na sua experiência, vão verificar a qualidade e o potencial destas parcelas para depois tomar a decisão de avançar ou não com aquisição e abate. Os técnicos da ONF verificam posteriormente as parcelas a as árvores cortadas.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”40″][image_with_animation image_url=”27348″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][divider line_type=”No Line” custom_height=”20″][image_with_animation image_url=”27347″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Apenas as árvores identificadas para abate podem ser cortadas. O abate das árvores não identificadas tem consequências legais sob forma de graves multas e penalizações. Existem regras rigorosas para o abate das árvores: têm de ter mais de 100 anos de idade e, não raramente, perfazem a idade de 150 anos. Numa parcela abatida não se pode construir, nem fazer outro tipo de plantação a não ser carvalho. Não se corre assim o risco de que sejam urbanizadas áreas anteriormente ocupadas por floresta. Renovação das parcelas exploradas ocorre naturalmente. Um carvalho adulto gera bolotas suficientes para produzir 2000 árvores novas. À medida que for necessário, também se plantam 30-50 hectares de carvalhos todos os anos. Mesmo nas encostas cobertas de vinha, como pudemos observar, há pequenas manchas de floresta que não podem ser “tocadas”: estão lá e é para continuar assim, não para abater. É essencial conhecer bem as florestas para poder escolher os melhores carvalhos. O Grupo Charlois é um dos maiores players nesta indústria, com uma história já centenária e compras anuais de 100.000m3 de madeira de carvalho.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”nectarslider_style” images=”27351,27345″ bullet_navigation_style=”see_through” onclick=”link_no”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A GEOGRAFIA E A QUALIDADE
A origem geográfica reflecte-se na composição da madeira. Factores como o clima (temperatura e humidade), o solo, a densidade e a idade das árvores afectam as suas características. As melhores tanoarias, como a Berthomieu, trabalham com as madeiras de excelência, provenientes das florestas com maior potencial. É o caso da floresta de Nevers no centro de França, com colinas suaves e solo rico e húmido, onde as árvores são altas e rectas, apresentando madeiras de grão regular e apertado. Este tipo de madeira contribui menos para estrutura do vinho, preservando a frescura natural e uma agradável doçura.
A sul de Nevers fica a floresta de Allier, onde os solos são bastante diferentes apesar da proximidade geográfica. O grão dos carvalhos nascidos aqui é ainda mais apertado. As barricas feitas desta madeira respeitam a fruta do vinho, ao mesmo tempo que conferem taninos, estrutura e finesse. Um estágio prolongado nesta madeira resulta em vinhos elegantes com grande final de boca.
No nordeste de França, perto da fronteira alemã, fica floresta de Vosges numa zona montanhosa. Aqui os carvalhos evoluem mais em altitude e de grão muito fino, especialmente se comparados com os das florestas do sul do País. Este carvalho tende a suavizar os taninos e criar uma sensação de boca mais rica, tornando-se uma excelente opção para procurar um perfil de vinho ainda mais fresco.
Outro tanoaria que produz barricas de excelência – Ermitage – trabalha exclusivamente com madeiras originárias das duas florestas mais reputadas de França – Bertranges e Tronçais. A primeira fica na região de Nevers, onde ocupa 8.000 hectares, mas ao contrário de outras florestas daquela zona, os seus carvalhos são, essencialmente, da espécie Quercus petrea, que, nas condições específicas da região, desenvolvem madeira de grão fino. Como o terroir também é distinto de Nevers, as árvores têm um crescimento mais lento. Estas madeiras contribuem com taninos subtis e a pureza é a sua principal característica.
A floresta de Tronçais estende-se por 10.500 hectares na região de Allier. Esta foi uma das florestas plantadas no século XVII. Graças à riqueza dos solos, os seus carvalhos são excepcionalmente altos. O clima de influência marítima resulta em árvores que se destacam pelos seus aromas subtis e estrutura precisa. Os taninos são mais abundantes do que em carvalhos de outras florestas francesas e, por isso, os vinhos necessitam de estágios mais longos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” equal_height=”yes” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”60″][image_with_animation image_url=”27342″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]TANOEIROS E ARTESÃOS
Certas tanoarias funcionam como alfaiates e podem produzir barricas à medida das necessidades dos seus clientes, por exemplo, utilizando 30% de carvalho de uma floresta e 70% de outra, ou fazer acabamentos específicos. É o caso da Ermitage, uma tanoaira muito artesanal, onde todos os processos são feitos à mão. Desta forma consegue-se produzir apenas 5 barricas por dia. A título comparativo, na tanoaria Berthomieu produzem-se mais de 350 barricas por dia.
Quando as árvores chegam à tanoaria, são revistas tronco a tronco e identificadas e devidamente assinaladas as partes da árvore que podem ir para a produção de barricas. Apenas 30% do tronco é aproveitável. Para barricas de 225l, cortam o tronco em medidas de 1m para depois dos tratamentos todos dar 95 cm de altura. No caso de carvalho europeu é importante respeitar o veio da madeira, assegurando assim a estanquicidade das aduelas. Por isso, ao contrário de carvalho americano que é serrado longitudinalmente em quartos e depois em aduelas, o carvalho francês não pode ser serrado, correndo o risco de verter, tendo de ser rachado ao longo do veio, originando barricas de melhor qualidade. Este processo exige mais mão-de-obra e origina muito desperdício de madeira. As partes rachadas são cortadas em aduelas de 32 mm de grossura que, depois de feitos os tratamentos todos, darão uma grossura de barrica de 27 mm. As peças a serem transformadas em aduelas são verificadas sempre antes de passar para o passo seguinte.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Cada peça conforme a avaliação ou passa para o processo seguinte, ou volta para trás, ou vai servir para outros fins. Nessas outras utilizações, contam-se as aduelas que depois de tostadas são usadas para inserir nas cubas e conferir gosto a madeira e as próprias aparas que são igualmente usadas, sobretudo em vinhos de baixo preço, para dar sabor aos vinhos.
As aduelas não podem seguir logo para a produção de barricas. A madeira precisa de secar. A madeira fresca ainda contém a seiva, preservando humidade de cerca de 60-70%. O processo de secagem é extremamente importante para o futuro desempenho das barricas. As aduelas ficam empilhadas a céu aberto nos grandes parques de secagem durante um período bastante longo, de 24 a 36 meses. A acção alternada da chuva e do sol reflecte-se nas características químicas e físicas de madeira. A chuva e vento provocam uma certa lexiviação, limpando a madeira, libertando-a do excesso de taninos elágicos, diminuindo assim a sensação amarga e adstringente de futuras barricas. Por vezes a madeira precisa de ser regada, sobretudo nos primeiros meses depois do corte. O sol, por sua vez, seca a madeira, sendo responsável por desidratação e evolução de compostos aromáticos. A madeira no seu estado verde praticamente não tem aromas e estes são verdes e pouco atrativos. A maturação aumenta a intensidade de aromas de coco, baunilha e cravinho, embora em menor concentração comparando com a tostagem de barrica. Sendo uma boa maturação de madeira tão importante, o Grupo Charlois gere vários parques próprios de secagem, onde se consegue controlar todo o processo. A secagem também pode ser feita de forma artificial dentro de estufas ventiladas com temperaturas de 40 a 60°C que imitam a ação solar. Este processo não é tão eficaz como a secagem natural progressiva, pois leva a teores mais baixos de eugenol e de vanilina e origina vinhos com menor complexidade aromática, mais ásperos e com pouco equilíbrio entre a fruta e a madeira. Para além disto, a secagem mais rápida pode provocar o aparecimento de fendas.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”nectarslider_style” images=”27350,27353,27352″ bullet_navigation_style=”see_through” onclick=”link_no”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]CONSTRUINDO A BARRICA
Finalizando o processo de secagem, as aduelas chegam à tanoaria, onde são limpas da camada superior escurecida e depois começa-se a compor as barricas.
Cada aduela tem largura ligeiramente diferente e têm que ser escolhidas à mão para que a junção destas dê uma medida certa. Por exemplo no caso de uma barrica bordalesa de 225l, as aduelas colocadas lado a lado ocupam um comprimento de 2,15m e normalmente são necessárias de 27 a 32 aduelas para compor uma barrica destas. Todas juntas e unidas de uma ponta, formam um círculo chamado “roseta” e têm que sofrer um aquecimento térmico (pré-tosta) para conseguir curvar e apertar as aduelas da outra ponta, obtendo assim a forma definitiva de barrica. Este processo dura cerca de 20-30 minutos, alterando a elasticidade dos tecidos e permitindo vergar as aduelas sem as quebrar. Existe uma técnica inovadora de fazer pré-tosta a vapor, utilizada pela Berthomieu. As “rosetas” passam por um túnel com uma corrente de ar quente e húmido. Para além de permitir dobrar as aduelas e fixá-las, o vapor penetra na madeira, dilata os seus poros reduzindo o teor de taninos e permite que o calor de fogo durante a tostagem posterior entre ainda mais fundo na madeira. A tostagem neste caso pode ser mais longa e menos intensa, o que preserva melhor o sabor original de fruta mas, por outro lado, fica mais leve do que a tostagem tradicional de madeira seca. A experiência mostra que o nível de taninos elágicos de barrica que tenha passado pela pré-tosta a vapor é reduzido 94% comparado com 78% de redução na pré-tosta tradicional. Assim, os vinhos estagiados em barricas tratadas a vapor mostram taninos mais macios. A tosta pode ser leve, média ou forte, com algumas variações. Isto depende da temperatura e do tempo de exposição ao fogo. Quanto mais forte for a tosta, mais afecta a estrutura celular de madeira. Os compostos voláteis da madeira são numerosos, mas em quantidades baixas, por isto as barricas não tostadas são aromaticamente menos intensas que as tostadas. Estas permitem trabalhar o volume em boca, limitando o impacto aromático e reforçando a fruta. Neste caso, a secagem de madeira é de importância extrema, pois se for deficiente proporciona madeiras com carácter de serrim e vegetal em conjunto com desagradável secura.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”27349″ alignment=”center” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O uso de barrica na produção de vinhos não só potencia a sua qualidade aromática, como também permite uma doseada entrada de oxigénio, acrescentando volume de boca, melhora a textura e transmite uma certa doçura ao vinho. Para estágios não prolongados (até 12 meses) o grão médio é suficiente, pois permite uma boa troca gasosa, contém maior concentração de taninos elágicos e acrescenta menos complexidade aromática.
Para estágios longos as barricas com grão fino e extrafino são mais apropriadas, proporcionando maior potencial aromático e marcando menos com taninos elágicos. Obviamente, os vinhos menos concentrados, quer brancos, quer tintos, suportam menos barrica. Cabe assim ao produtor descobrir qual a melhor barrica que se adequa ao seu vinho e ao tipo de vinho que quer produzir. As inúmeras variantes que se têm de equacionar fazem com que a escolha da barrica seja por vezes uma dor de cabeça e obrigue a que se façam experiências todos os anos com novas barricas e novas características até que se encontre o modelo mais adequado ao vinho que se pretende. Não há receitas nem modelos acabados, há que ensaiar e aprender. E a floresta tem muito para nos ensinar.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” equal_height=”yes” bg_color=”#efefef” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”15″][vc_text_separator title=”A Palavra a Diogo Lopes” color=”white”][image_with_animation image_url=”27365″ alignment=”center” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][divider line_type=”No Line” custom_height=”15″][vc_column_text]
Com o grupo de jornalistas que se deslocou a Sancerre esteve também o enólogo Diogo Lopes, que trabalha em conjunto com Anselmo Mendes em vários projectos. Diogo explicou-nos o porquê da escolha destas barricas. Como se esperaria, as opções dependem muito da experimentação, “estivemos 5 anos a fazer experiências e testes para descobrir as melhores madeiras para o Alvarinho; fomos fazendo provas cegas ao longo do ano com barricas oriundas de vários terroirs para perceber qual a que melhor deixava a casta brilhar”. É este conhecimento da madeira que faz com que, por exemplo, no Alvarinho Parcela Única se use só madeira nova e isso não é evidente no vinho, enquanto no Touriga Nacional e no Reserva branco da Adega Mãe se usam agora madeiras diferentes das utilizadas no início. “Somos agora grandes adeptos das barricas que passaram previamente na câmara de vapor. A qualidade dos taninos e a finura que se obtém no final são muito importantes”.
[/vc_column_text][divider line_type=”No Line” custom_height=”15″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
Edição Nº13, Maio 2018
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]