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João Portugal Ramos é produtor multifacetado, com projectos espalhados por várias regiões. Mas é em Estremoz, no Alto Alentejo, que estão as suas origens vitivinícolas e a sua principal adega, de onde nos últimos anos têm saído grandes novidades, como estes dois tintos.
TEXTO Nuno de Oliveira Garcia
FOTOS J. Portugal Ramos
João Ramos tem vindo a concentrar a sua atenção no Alentejo, com investimentos na adega e na vinha, bem como em ‘rebranding’ e nova imagem. Por outro lado, os seus vinhos da região dos Vinhos Verdes conservam um nível alto (Alvarinho, Loureiro, Alvarinho Reserva e espumante Alvarinho) e os clássicos da Quinta de Foz de Arouce (branco, tinto e Vinhas Velhas de Santa Maria) estão consolidados num nicho de mercado. No Douro, a parceria com José Maria Soares Franco – Duorum Vinhos – é cada vez mais um referencial na região.
Ao mesmo tempo que se ocupa da ‘passagem geracional’ – o produtor tem dois dos seus filhos a trabalhar com ele –, João Ramos não pretende parar no que respeita a lançamentos de novos vinhos. Na verdade, foi o seu filho João Maria, que entrou na empresa em 2014 e cada vez mais se encarrega da área de enologia (e que também já tinha desenvolvido a gama Pouca Roupa), a identificar dois vinhos de parcelas e a convencer o pai em engarrafá-los separadamente. Nasceram assim, de solo alentejano, dois vinhos novos de duas vinhas – o Vinha de São Lázaro e o Vinha do Jeremias, esta última mesmo ao lado da casa da quinta em Estremoz. O primeiro provém de uvas de Touriga Nacional a partir de solos de origem calcária, e o segundo maioritariamente de Syrah de solos xistosos, ambos fermentados em lagares de mármore, com pisa a pé e estágio em barrica.
Destaque para o Vinha do Jeremias que é uma bonita homenagem a um funcionário da empresa com esse nome, falecido em 2017, e que sempre se dedicou à viticultura, tendo trabalhado ao lado de João Ramos durante décadas, e que sempre gostou muito da vinha de onde este tinto nasceu. O vinho agora lançado é de 2015 mas João Ramos já anunciou que não haverá edição de 2016. No entanto, tudo indica que será reeditado na colheita de 2017.
O conceito de ambos os tintos remete para a concepção de ‘single vineyard’ ou, como acontece no nosso país vizinho, para os ‘viños de pago’ (se bem
que estes não se confundem necessariamente com vinhos de uma vinha só). A ideia é apresentar ao público (mais) um vinho de grande qualidade, com uma identidade muito própria e, neste caso, monocasta. A própria imagem dos vinhos (rótulos, entenda-se) inspira-se num ambiente ibérico, o que se deve também à proximidade de Estremoz com a fronteira, com algo de, simultaneamente, barroco e másculo. Os vinhos podem ser adquiridos numa bonita caixa cinzenta com duas garrafas e preço irá situar-se na mesma fasquia que a gama bivarietal Quinta da Viçosa – ou seja, cerca de 25€. Será privilegiado o canal horeca (hotéis e restauração), uma vez que as quantidades não são generosas (entre 3.000 a 4.000 garrafas). A qualidade de ambos os tintos é inquestionável, e o perfil é intenso e capitoso, um pouco à margem das tendências mais modernas que privilegiam néctares menos concentrados mas que, sem dúvida, serão do agrado generalizado do público. O ano de 2015 foi tendencialmente quente e ajudou no desenho de vinhos com muito fruto e taninos completa¬mente maduros. São assim ambos os vinhos agora lançados, com o Syrah (e um pouco de Viognier, incluindo as películas da uva, como é habitual em Côtes du Rhône) a revelar-se intenso e capitoso, e o Touriga Nacional ligeiramente mais elegante. Tudo somado, temos mais duas excelentes criações de João Portugal Ramos – e família –, com a vantagem de terem um preço que, não sendo barato, é perfeitamente ajustado.
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[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]Edição Nº25, Maio 2019