Criados pela Sogrape e pelos descendentes de Dona Antónia Adelaide Ferreira, em 1988, os Prémios Dona Antónia distinguem, todos os anos, “mulheres portuguesas que se afirmam publicamente pelas suas qualidades humanas e espírito empreendedor, seguindo o excepcional exemplo de vida de Dona Antónia, ao contribuírem para o desenvolvimento económico, social e cultural de Portugal”, como refere a empresa detentora (entre outras marcas e casas) da Porto Ferreira.
Nos Prémios Dona Antónia 2020 — a 33ª edição — as duas vencedoras foram Catarina Furtado (na foto da esquerda), com o Prémio Consagração de Carreira, e Alexandra Machado, com o Prémio Revelação. O júri, por sua vez, mantém-se independente, e é presidido por Artur Santos Silva.
Catarina Furtado nasceu em 1972 e completa, em 2021, trinta anos de carreira enquanto comunicadora em televisão, rádio, teatro, cinema e como autora de documentários, livros e letras de canções, tendo sido protagonista da série de televisão “A Ferreirinha”, que retratava precisamente a vida de Dona Antónia. Reconhecida por uma forte intervenção social, é fundadora e Presidente da Associação Corações Com Coroa desde 2012, e Embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) desde 2000. É co-autora de cinco séries documentais “Príncipes do Nada” (2016-2021), que promovem a Cidadania e os Direitos humanos, e também de quatro documentários “Dar Vida sem Morrer” (2008), na Guiné Bissau. Em 2005, foi condecorada Comendadora da Ordem de Mérito pelo Presidente da República Jorge Sampaio e, em 2010, foi convidada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon para participar como Oradora na Cimeira do Milénio em Nova Iorque enquanto “Campeã dos ODM” e na Abertura Oficial do Ano Internacional da Juventude. Desde 2000, tem sido oradora convidada na Apresentação Pública do Relatório sobre o Estado da População Mundial, na Assembleia da República e Ministério dos Negócios Estrangeiros. Em 2015, publica o livro “O Que Vejo e Não Esqueço”, um relato da sua vida enquanto cidadã e da experiência enquanto Embaixadora de Boa Vontade do UNFPA. Ao longo destes anos tem sido inúmeras vezes convidada a participar em iniciativas de Educação para o Desenvolvimento, Educação para a Cidadania e Advocacy no Parlamento, Escolas, Universidades, ONG’s, Associações de Empresas e tem feito muitas visitas de trabalho a países em desenvolvimento e participações em reuniões internacionais.
Já Alexandra Machado é a Directora-Geral e Fundadora da Girl Move Academy, uma ONG Portuguesa criada em 2013 com o objetivo de, a longo prazo, empoderar uma nova geração de líderes changemakers em Moçambique – as Girl MOVERS – e apoiá-las na sua transformação em poderosas agentes de mudança. É uma apaixonada pelo empowerment de raparigas e mulheres para que possam quebrar o ciclo de pobreza em que vivem nos países em desenvolvimento e está particularmente focada em África como um continente promissor na luta contra as desigualdades mundiais. Alexandra é Ashoka Fellow deste maio de 2018 e a única mulher portuguesa a ser seleccionada até hoje. A Ashoka é uma das maiores ONG internacionais, que seleciona os empreendedores sociais que estão a promover a maior mudança sistémica no mundo. É também voluntária como Membro do Board da Eslider (Associação Portuguesa de Inovação Social) e Membro do Conselho do Centro Internacional de Conhecimento e Liderança para o Impacto, da NOVA SBE. Formada em Gestão e Administração pela Universidade Católica Portuguesa (1990), onde ensinou como Professora Assistente (1990-1992). Tem mais de 20 anos de experiência empresarial em diferentes áreas, do mass market ao retalho, Marketing e Vendas, no setor privado e público. Alexandra Machado começou a sua carreira no Grupo Entreposto (1990-1994), passou pelo Grupo Jerónimo Martins (1994-2001) onde, entre outras actividades, foi responsável pelo desenvolvimento da marca própria Pingo Doce e Diretora Comercial e de Marketing do Feira Nova, agora Pingo Doce. Após esta experiência no retalho, ingressou na área das tecnologias, para se juntar à start-up Oniway (2001-2002). Depois foi Diretora-Geral da Nike Portugal (2003-2012), com responsabilidade por todas as áreas funcionais e pelo desenvolvimento do negócio Nike em Portugal em todos os formatos (Retalho e Lojas Outlet). De 2009 a 2012, foi ainda Membro do Conselho de Administração da Nike Ibéria.