Barbeito: Cascos únicos, vinhos únicos

Já descrevemos nesta revista o fantástico percurso de Ricardo Diogo Barbeito, que pegou na empresa familiar em que nasceu e a transformou numa das marcas mais dinâmicas do Vinho da Madeira. Apesar da notoriedade alcançada, é um homem discreto que não procura as luzes da ribalta e raras vezes faz aparato aquando do lançamento dos seus magníficos vinhos. Por isso foi com redobrado prazer que estivemos no lançamento recente de, nada menos, nada mais, 6 novos vinhos da Barbeito.

 

Foi o primeiro na ilha a engarrafar “cascos únicos, por regra uma ou duas vezes por ano. Agora também pela primeira vez, lançou seis ao mesmo tempo e alguns deles com vinho de uma só vinha…

 

Como não poderia deixar de ser, quando falamos de Ricardo Diogo, não se trata de vinhos sem contornos diferenciadores… São todos lançamentos da sua gama “casco único”, ou Single Cask, uma gama criada pelo produtor com assumida inspiração no exemplo das bebidas destiladas, com o whisky à cabeça. O conceito encaixa na perfeição no perfil de um produtor que gosta de produzir pequenas quantidades e de ir lançando vinhos com alguma regularidade, em alguns casos algumas vezes ao ano. O cuidado e afinação de cada casco é uma paixão do produtor, não sendo de estranhar que o rótulo de cada vinho identifique o número do casco e o, ou os, armazéns em que o vinho foi envelhecido. Com efeito, na Barbeito, cada vinho é envelhecido atendendo ao seu perfil individual, não sendo raros os casos em que, por determinado vinho precisar de maior vivacidade, acabar por ser transportado para outro local mais fresco do armazém.

Outras vezes até, um casco passa por mais do que um armazém, sempre na busca do estilo que Ricardo Diogo pretende, ou seja, vinhos com boa acidez, tendencialmente secos e muito viçosos. Outra novidade é que quase todos os vinhos agora lançados provém de vinhas específicas, identificadas nos rótulos também, ou seja, o vinho engarrafado não resulta de um lote de diferentes vinhas, como tantas vezes sucede nos Madeira. Temos por isso um Tinta Negra de uma vinha plantada a sul da ilha acima dos 550 metros de altitude, e temos também um Sercial da costa norte junto à praia. E temos também um Malvasia Cândida da Fajã dos Padres (pois só ali ela existe) na costa sul e ainda um Verdelho, neste caso Frasqueira, de vinha em latada no Arco de S. Jorge no norte da ilha. Em comum a qualidade, o exotismo e a marca da frescura vibrante do produtor.

Destaque ainda para a degustação, durante uma refeição servida no final da prova, dos vinhos tranquilos da Barbeito, todos a merecer elogios, com destaque para o Vinhas do Lanço, um Verdelho da colheita de 2021, parcialmente estagiado em barrica, do qual foram produzidas menos de 800 garrafas. No final, o privilégio de beber um copo do Barbeito 50 anos Três Amigos, um extraordinário vinho, meio doce, com pouco mais de 500 exemplares engarrafados no final de 2022.

(Artigo publicado na edição de Janeiro de 2024)

 

 

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