Depois de, em 2022, ter elevado o preço por quilo a pagar aos produtores de uva Alvarinho para €1,25, Paulo Cerdeira Rodrigues, proprietário da Quinta do Regueiro, estabelece agora um novo mínimo, a aplicar já na vindima de 2023. “Este ano estamos a pensar subir mais um pouco, para €1,50”, declara o produtor de Melgaço — criador de vinhos como Quinta do Regueiro Primitivo, Jurássico ou Maturado — que garante estar já “em condições de assumir este valor, sem pôr em causa o negócio”.
Segundo noticiou a vozdemelgaco.pt, o objectivo de Paulo Cerdeira Rodrigues é gerar mais reconhecimento para os agricultores dentro da sub-região de Monção e Melgaço, e abrir a discussão dos preços por quilo de uva, dando o exemplo.
“Antes de ser produtor de vinho, vejo-me como produtor de uva. Trabalhamos muito esse sector primário, tentamos percebê-lo e ver como deve funcionar no futuro para que seja rentável, não só para nós, mas para a região em si”, refere.
Em contrapartida, Paulo Cerdeira Rodrigues reconhece que, com os preços actuais dos vinhos no mercado nacional (como indica a vozdemelgaço.pt, um Alvarinho clássico da Quinta do Regueiro pode custar entre 9 e 10 euros) o que equilibra as contas, e permite incorrer em despesas maiores, é a exportação. “O nosso país, por vezes, é pequeno para tanto vinho a esse patamar de preço. Acredito que um dos sucessos da região é que as empresas andem todas na ordem dos 30, 40% na exportação, onde se trabalha com mercados como os Estados Unidos, mercados nórdicos ou asiáticos, com valor acrescentado, e em países com poder de compra”, remata Paulo Cerdeira Rodrigues.