Começo o texto com uma declaração (pessoal) de interesse: adoro os vinhos de 2013, brancos e tintos, de todo o país. Em ano de Inverno frio, e Primavera muito chuvosa ― já lá iremos ver melhor o ano climatérico ―, produziram-se alguns dos nossos vinhos favoritos, sobretudo nas regiões mais quentes. Posso dizê-lo, com a segurança de quem tem sido afortunado em estar presente em várias verticais de topos de gama, que a colheita de 2013 nunca desilude, apresentando-se tão jovem quanto fresca. Foi assim, por exemplo, com as verticais recentes dos tintos ícones Pêra Manca, Legado, Abandonado e Procura (estes dois últimos em prova no neste painel), nos quais a colheita de 2013 foi, precisamente, uma das minhas favoritas, senão mesmo a mais-querida. Mesmo considerando as várias excelentes colheitas que tivemos ao longo da segunda década do novo milénio, a de 2013 — sobretudo num vector de frescura e longevidade — está no meu top 3. Certo que 2011 poderá ficar na história pela concentração, 2012 e 2017 pelo aprumo e exuberância, e 2015 pela generosidade de aromas. Mas 2013…, um pouco à semelhança de 2016 (este, todavia, um ano bem mais quente no geral), apresenta uma estrutura tânica única por ser vigorosa e fresca, mas sem qualquer agressividade. E, em rigor, foi um pouco assim em todo o país, ou seja, foi também uma colheita homogénea, de boa qualidade (se bem que, ao tempo, não considerada excelente pelos produtores) por todo o território. Basta atender aos vinhos provados neste painel para compreender que, em todas as regiões, o registo de longevidade é por demais evidente. Não temos dúvidas que essa característica resulta de uma viticultura e enologia cada vez mais profissionais e cuidadas, mas ― e com base em centenas de provas de vinhos de diferentes colheitas ― também não temos que parte importante resulta das próprias tipicidades do ano em causa.
Chuva na Primavera e maturação tardia
E como foi, então, o 2013 climatérico, sempre com a produção de uva e de vinho em mente? Comecemos pelo básico e mais generalizado: terminada a vindima de 2012, chegou a chuva, e logo de forma intensa, que se manteve por muito tempo. De tal forma assim foi que, em apenas 3 meses, choveu mais de metade do total da chuva caída durante todo o ano. Depois, surgiu um Inverno bastante frio (mais frio que a média noutros anos), e em meados de Março a chuva forte voltou um pouco por todo o país, tendo sido registadas cheias do norte ao sul durante parte da Primavera. A chuva foi tanta que chegou mesmo a condicionar a realização dos trabalhos na vinha, que tiveram de ser adiados. Em muitos locais do país, o mês de Março de 2013 foi mesmo o segundo mais chuvoso dos últimos 50 anos… A análise comparativa revela que, durante o Inverno e mesmo na Primavera de 2013, os valores médios da temperatura foram inferiores aos dos anos anteriores. Apesar dos estragos da imensa chuva (no Douro, por exemplo, vários patamares foram afectados e houve registos de deslizamentos de terra), a água foi quase sempre vista como uma bênção, após 2 anos (2011 e 2012) com menos 40% da média anual de precipitação. Mais a mais considerando que parte das videiras em território nacional não é irrigada, dependendo, por isso, da chuva e das reservas no solo. Talvez por isso, e apesar da instabilidade provocada no ciclo das videiras, o abrolhamento decorreu na época normal e o vingamento não foi afectado. Até junho, o clima continuou frio e chuvoso, não espantando, por isso, que os relatórios de vindima por todo o país coincidam no atraso significativo do ciclo vegetativo, entre uma a duas semanas, com o pintor a surgir algo tardio. Com a entrada do Verão tudo mudou, radicalmente, com um período quente e seco (um dos verões mais quentes desde 1931). Entre Junho e Agosto, os registos de chuva nas regiões mais secas foi de cerca de 4,5mm, o que, na prática, significa que, em 12 semanas, não houve praticamente água alguma. Em várias regiões, contudo, as altas temperaturas de dia (houve mesmo uma onda de calor no início de Julho) foram compensadas com noites surpreendentemente frescas, contribuindo para um clima mais continental do que propriamente mediterrânico. A maturação manteve-se tardia, sendo que o Verão quente não causou prejuízos significativos dado o equilíbrio vegetativo e hídrico alcançado com as chuvas de Inverno, o que significou um ano com boas produções. Alguns enólogos confirmaram-nos que as baixas temperaturas primaveris e o súbito calor no Verão causaram alguma variação na maturação das diferentes parcelas, enquanto outros destacaram o tamanho dos bagos que, em 2013, foi genericamente pequeno, tendo isso um impacto na concentração dos vinhos. O ano agrícola, mais uma vez no que a vinhos diz respeito, não terminaria sem um Setembro e um Outubro com bastante precipitação o que, porém, não se revelou nefasto na medida em que, por um lado, a chuva só chegou quando a melhor uva já estava na adega e, por outro lado, alguma dessa chuva até ajudou na dificuldade de maturação de algumas castas e parcelas.
Elegância e equilíbrio
Uma década volvida da colheita, falámos com produtores e enólogos de todo o país e a reacção generalizada não foi muito diversa. Francisco Ferreira (Vallado) e Jorge Moreira (Poeira), ambos centrados na região do Douro, destacam o perfil fresco dos vinhos que os tornam muito agradáveis de beber (muito bons tintos e excelentes brancos), não deixando de referir que faltou, num ou outro vinho, um pouco mais maturação que contribuísse com profundidade. Jorge Moreira, ainda sobre este aspecto, realça que os vinhos têm evoluído muito bem, e que só por falta dessa maior maturação é que não têm ainda mais personalidade. Mário Sergio Nuno (Quinta das Bágeiras) destaca também o ano frio na Bairrada, onde não se sentiu qualquer tipo de escaldão no Verão, o que contribuiu com vinhos mais finos e menos estruturados (comparados com 2011 e 2012 ou até 2015), com taninos em todo o caso sérios e austeros que garantem longevidade. Ao sul, no Alentejo, Pedro Baptista (Fundação Eugénio de Almeida) só tem boas palavras para a colheita, elogiando-a ao ponto de a equiparar à mítica de 2011, salientando que as temperaturas foram “doces durante o ano” garantindo, genericamente, maturações lentas e equilibradas. Para o enólogo e administrador, 2013 é responsável por alguns dos vinhos alentejanos mais elegantes e equilibrados dos últimos anos. Também Susana Esteban lembra com candura a colheita de 2013, mais a mais por ter sido a primeira no seu projecto pessoal, destacando a fantástica longevidade dos brancos e a elegância e frescura dos tintos.
Quanto à prova verdadeiramente dita, a primeira nota positiva vai, como já referimos atrás, para a prestação dos vinhos ao nível da sua juventude. 2/3 dos tintos provados aguentarão, estamos certos, outros 10 anos ao mesmo nível (ou até melhorarão), e muitos desses seguramente muito mais anos. A cor retinta e o tom brilhante no copo, os aromas jovens e por vezes até reservados, e uma prova de boca com estrutura ácida e tânica, foram características transversais a uma parte maior dos vinhos provados. Falando ainda de transversalidade, realçamos o facto de todas as regiões em prova apresentarem vinhos de altíssima qualidade. Pela análise climática acima descrita, pode-se dizer que foi um ano que favoreceu as regiões mais quentes, com Douro e Alentejo à cabeça (com vários vinhos entre os mais pontuados), mas entre os que deram melhor prova constam também vinhos da Bairrada (com destaque para Outrora e Kompassus) e do Dão (belíssimos os Quinta da Pellada e Quinta da Vegia). No estilo e mecânica de prova, é impossível não realçar os alentejanos Mouchão, Procura e Esporão Private Selection como alguns dos mais gastronómicos, da mesma forma que os durienses Pintas, Poeira e Carvalhas se elevaram pela juventude e perfil compacto, prontos para mais duas décadas de vida em garrada. Destaque ainda para os bairradinos Outrora e Kompassus Private Selection (magníficos exemplares da casta Baga) e para o perfil leve e perfumado do Quinta da Pelada Casa e do Robustus. Não falta, portanto, por onde escolher!
(As notas de prova foram realizadas pelo painel de provadores da Grandes Escolhas)
19 B
Mouchão
Alentejo tinto 2013
Vinhos da Cavaca Dourada
Aroma fantástico, todo com fruto encarnado, morango, ameixa meio madura, especiaria branca, azeitona e levíssima nota de couro. Rugoso e concentrado em boca, sem peso, todavia e retendo óptima acidez. Final com ligeiras notas licoradas, sentindo-se ainda tanino. Super gastronómico! (14%)
19 B
Outrora
Bairrada Clássico Baga tinto 2013
V Puro
Vinhas velhas entre 80 a 120 anos. 24 meses em barrica, metade novas. Aroma apaixonante, com o melhor da casta, fruto encarnado limpo e definido, bagas esmagadas, tijolo, ervas frescas. Muito bem na boca, novamente limpo e focado, ameixa e cereja madura, final longo, com travo a café e minerais quebrados. Belíssimo! (13%)
19 C
Pintas
Douro tinto 2013
Wine & Soul
Muito jovem, desde logo na cor e no aroma que começa fechado. Abre com nota a tinta-da-china, denotando profundidade, logo surge bergamota e fruto azul, barrica no ponto. Mantém o nível em boca, cremoso e saboroso, acidez impecável, nota a ginga fresca, mirtilo, noz-moscada e chocolate negro. Imperdível! (14,5%)
19 C
Poeira
Douro tinto 2013
Jorge Nobre Moreira
Aroma clássico da marca, com muito fruto azul, urze, mato, minerais quebrados e barrica discreta. Prova de boca macia e plena de sabor, acidez fantástica, mantem-se jovem, mas com uma finura desafiante, revelando magnifica construção e desenho de taninos. (14%)
18,5 B
Carvalhas
Douro
Real Companhia Velha
18 meses em barrica, metade nova. Aroma impressionante, multi-dimensionado, com fruto silvestre, esteva, notas a barrica, leve floral, balsâmico, e ainda alcaçuz. Prova de boca em linha, com tanino poderoso, mas sem perder cremosidade, impressiona com notas a mirtilo e cacau fresco e algum chão de bosque. (14%)
18,5 B
Esporão Private Selection
Alentejo Garrafeira tinto 2013
Esporão
Alicante Bouschet, Aragonez e Syrah de diferentes vinhas. Parte estagia com barrica nova e parte usada, de diferentes dimensões. Óptima cor, ainda com juventude. Aroma com muito fruto negro, ainda profundo, ameixa, couro e chocolate. Fresco, mas aveludado em boca, muito sabor, complexo e intrigante, um tinto muito sedutor. (14,5%)
18,5 C
Kompassus Private Collection
Bairrada Baga tinto 2013
Kompassus Vinhos
18 meses barrica. Aroma com bagas encarnadas, ervas frescas, barrica a comandar com sensações a madeira avinhada, tudo denotando força e intensidade, mas sem perder equilíbrio. Prova de boca jovem, tanino bem presente, mantem o registo de potência, com sabor que se mastiga, e final potenciado pelas notas especiadas a barrica e cacau. (14,5%)
18,5 B
Procura
Reg. Alentejano tinto 2013
Susana Esteban
Alicante Bouschet, mais vinha velha. 16 meses barrica. Fantástico bouquet, com fruto encarnado delicado (framboesa), ervas frescas, tudo muito limpo e puro, denotando juventude e aprumo. Prova de boca em linha, com tanino vivo, óptima frescura, alguma leveza no perfil e nota balsâmica. Um tinto de filigrana, solto e a melhorar ainda nos próximos anos. (14,5%)
18,5 B
Quinta da Pellada Casa
Dão tinto 2013
Quinta da Pellada
Aroma habitual no produtor, com notas bonitas e perfumadas a fruto encarnado fresco, bergamota, laranja, anis, floral também. Prova de boca muito elegante, ainda jovem e retendo bela frescura, fino, directo e expressivo, e com perfil muito prazeroso. (13%)
18,5 B
Quinta da Touriga Chã
Douro tinto 2013
Jorge Rosas Vinhos
Aroma com o perfil da marca, muito fruto (negro e azul), em camadas, barrica luxuosa também a comandar, e um toque de caramelo salgado ao fundo. Prova de boca de grande nível, amplo, lácteo e saboroso, na qual sobressaem as referências a ameixa madura, café e chocolate. Final longo e pujante! (14,5%)
18,5 B
Quinta da Vegia
Dão Superior tinto 2013
Casa de Cello
Aroma jovem, com notas de fruto azul, caruma de pinheiro, vegetal seco, muito vivo e de recorte clássico, barrica ao fundo com classe. Prova de boca mais redonda do que o nariz faria prever, saboroso, fruto azul e leve nota a frutos secos. Termina fresco e longo, sempre com cremosidade. (13,5%)
18,5 B
Quinta do Castro Vinha Maria Teresa
Douro tinto 2013
Quinta do Crasto
20 meses em barrica nova. Muito jovem ainda, na cor e aroma. Todo num perfil austero e fechado, com nota a fruto azul, especiaria exótica, urze, alcaçuz e chá. Boca que começa ampla e macia, no meio revela apimentados, sempre num perfil amplo, sem perder frescura. Muito sedutor e com longa vida pela frente. (14,5%)
18,5 B
Quinta do Vallado
Douro Reserva tinto 2013
Quinta do Vallado
Muito jovem na cor e aroma, revela referências a erva fresca, fruto encarnado e negro, notas da barrica, tudo muito bem integrado. Prova de boca elegante e fina, minerais quebrados, fruto bonito, novamente ervas frescas, tudo a dar grande prova. (14%)
18,5 B
Quinta do Vale Meão
Douro tinto 2013
Quinta do Vale Meão
Aroma sedutor com nota a cacau fresco, fruto azul profundo, boa complexidade, mineral e chocolate negro, barrica muito delicada nesta fase. Saboroso e amplo em boca, acidez média, tanino ainda muito vivo, concentrado e cheio de matéria, termina vigoroso e afirmativo. (14%)
18,5 B
Robustus
Douro tinto 2013
Niepoort Vinhos
Aberto na cor. Aroma muito focado e definido, framboesa, funcho, todo de perfil silvestre e delicado, até mesmo no trabalho de barrica. Prova de boca em linha, leve e fresca, saboroso e muito limpo, amplo sem qualquer peso, acidez presente e sensação fresca. Muito personalizado e de grande prazer. (13%)
18,5 C
Xisto
Douro tinto 2013
Roquette & Cazes
A base é Touriga Nacional e Franca, e Tinta Roriz. 20 meses em barrica. Aroma surpreendentemente jovem. Nota a cacau fresco, ameixa, fruto muito bonito, alcatrão e leve alcaçuz, tudo muito atractivo. Redondo e macio em boca, tanino saboroso, mas ainda austero, acidez média e final ainda em construção. Afinado, muito jovem ainda, e de grande impacto. (14%)
18 B
Abandonado
Douro tinto 2013
Domingos Alves de Sousa
18 meses em barrica de carvalho francês e português. Aroma complexo e intrigante, fruto encarnado e negro, chão de bosque, ervas frescas, mas também algum doce de leite ao fundo. Na boca sente-se mais a barrica, com tanino muito presente, balsâmico, acidez média, muito sabor, puro e definido. Ainda pujante! (14,5%)
18 B
Dona Maria
Alentejo Grande Reserva tinto 2013
Júlio Bastos
50% Alicante Bouschet, sendo o restante Petit Verdot, Syrah e Touriga Nacional. Um ano em barrica. Muito afinado no nariz, com leve pendor vegetal, café também, depois surge fruto de qualidade, mas sem perder um lado terroso e de raiz. Prova de boca em linha, complexo e saboroso, jovem e intenso mas, curiosamente, com tanino fino e elegante. (14,5%)
18 B
Duas Quintas
Douro Reserva tinto 2013
Adriano Ramos Pinto
Maioria de Touriga Nacional. 16 meses em barrica. Aroma sedutor e intenso, com referências maduras a ameixa, urze, café cubano, doce de leite, bolo de mel. Lácteo em boca, tem boa acidez, com o meio de boca cheio e notas a chocolate amargo. Taninos macios e cooperantes, tudo com sabor e definição, e final com belo comprimento. (14,5%)
18 A
Luis Pato Vinha Barrosa
Bairrada tinto 2013
Luis Pato
Cor mais aberta do que o esperado. Aroma com notas à casta Baga com evolução, fruto encarnado, folhas secas, fruto seco, barro molhado, café, cevada e eucalipto. Prova de boca em linha, tanino fino e elegante, nota a cereal e ginja, molho de ostra. Tudo pronto a beber e agradar, num perfil complexo e clássico. (13%)
18 B
Syrah 24
Reg. Lisboa tinto 2013
José Bento dos Santos
18 meses em barrica, metade nova. Bonita cor aberta. Grande atracção no aroma, ameixa madura, especiaria da barrica e nota a carne, vegetal seco (arbusto), e café. Muito bem em boca, sempre cremoso sem perder definição de tanino, acidez média, mas com boa frescura. Novamente fruto encarnado e alguma grafite. (14,5%)
18 B
Quinta dos Murças
Douro Reserva tinto 2013
Murças
Vinha velha com várias castas, e 12 meses em barricas usadas. Aroma e cor muito jovens, todo a cheirar a Douro, fruto negro e azul, urze e esteva, com boa definição e pureza e percepção de frescura. A prova de boca confirma o perfil fresco, acidez bem presente, novamente fruto azul e sensação a mato. (14,5%)
17,5 B
Chocapalha Vinha Mãe
Reg. Lisboa tinto 2013
Casa Agr. das Mimosas
Tinta Roriz, Touriga Nacional e Syrah. Aroma jovem e potente, como é habitual nesta marca, com especiaria doce, nota a papel, sementes, fruto encarnado, e chocolate ao fundo. Intenso em boca, camadas de tanino, muito boa frescura geral, termina fino, apesar da juventude. (14,5%)
17,5 B
Grande Rocim
Alentejo Reserva tinto 2013
Rocim
Alicante Bouschet, com estágio longo em barrica. Aroma jovem e com perceção de potência, perfil balsâmico, toque canforado e a tijoleira molhada, leve vegetal e barrica ao fundo. Prova mentolada em boca, referência a chocolate preto, directo e eficaz, confirma a vertente da potência. Final amplo e granulado, com acidez vincada. (15%)
17,5 A
Incógnito
Reg. Alentejano tinto 2013
Cortes de Cima
Syrah. Aroma com boa evolução e muito composto. Nota de fruto negro, já com leves licorados, nota a azeitona, pimenta preta, boa complexidade geral. Prova de boca macia, e pronto a beber, saboroso e suculento, longo e retendo boa acidez, temos um tinto exemplarmente desenhado que proporciona muito prazer. (14%)
17,5 B
Palácio da Bacalhoa
Reg. Península Setúbal tinto 2013
Bacalhoa Vinhos de Portugal
Maioria de Cabernet Sauvignon, mais Merlot e Petit Verdot. 19 meses em barrica nova. Aroma de perfil bordalês em ano quente, ataque balsâmico, moca e café, ameixa madura, terra húmida, turfa, barrica ao fundo. Muito tanino em boca, denotando boa juventude, acidez bem presente a equilibrar um vinho generoso na entrega e gastronómico. (14,5%)
17,5 A
Quinta da Leda
Douro tinto 2013
Sogrape Vinhos
18 meses em barrica, metade nova. Notas a fruta encarnada marcam o nariz, ervas frescas também, boa evolução geral, com alguma percepção de frescura, apesar da barrica evidente. Prova de boca que começa por revelar tanino vivo, confirmando-se o perfil fresco, nota a chocolate preto, e referência a bosque e arbusto típico da marca. Termina macio e longo. (13,5%)
17,5 C
Quinta das Bágeiras
Bairrada Garrafeira tinto 2013
Mário Sérgio Alves Nuno
Aroma a denotar juventude, mas também um perfil levemente rústico, com notas a fruto encarnado, leve couro, e tijoleira. Prova de boca com frescura, acidez impecável, tanino firme e quase rugoso, muito sabor a bagas esmagadas. Caracteriza-se pela vibração e frescura, directo e muito gastronómico. (13,5%)
17,5 B
Quinta de S. José
Douro Reserva tinto 2013
João Brito e Cunha
Aroma aprumado e com boa exuberância, bastante tosta da barrica, fruto encarnado, esteva, chocolate e doce de leite, tudo em camadas. Amplo e lácteo em boca, saboroso, com tanino fresco e de filigrana, apresenta muita saúde, e revela-se atractivo, consistente e versátil. (14%)
17,5 A
Tapada do Chaves
Alentejo Reserva tinto 2013
Tapada do Chaves
Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouschet. 12 meses em barrica de carvalho português e francês. Nota clássica com referências licoradas evidentes, morango maduro, café, vegetal seco, e fumados. Pronto a beber em boca, com taninos cooperantes e saborosos, perfil morno e balsâmico, sem perder o lado clássico e a apetência gastronómica. (15%)
17 A
Marias da Malhadinha
Reg. Alentejano tinto 2013
Herdade da Malhadinha Nova
Alicante Bouschet e Tinta Miúda maioritariamente. 28 meses em barrica nova. Começa austero no nariz, abrindo para fruto muito maduro, em camadas, nota a café com leite, moka, caramelo, tomate seco, e figo. Prova de boca com muito fruto, tanino apertado, acidez vincada, final granulado e levemente seco. (15%)
17 B
MOB
Dão tinto 2013
Moreira, Olazabal e Borges
Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Baga. Aroma com boa evolução, fruto encarnado evidente, caruma, bosque e floral fresco ao fundo. Mais fino em boca do que o nariz fazia prever, taninos macios e saborosos, meio corpo, muito fluído, termina ágil e leve, todo em elegância. Perfeito para a mesa. (12,5%)
17 A
Scala Coeli
Reg. Alentejano Reserva Alicante Bouschet tinto 2013
Fundação Eugénio de Almeida
15 meses em barrica nova. Aroma potente e latente, com nota a ameixa madura, tomate seco, ervas secas (orégãos), figo, e azeite balsâmico. Redondo em boca, saboroso, sente-se a barrica luxuosa, apesar do tanino algo seco e acutilante. Final de boca novamente em sabor, com referências a café, azeitona e baunilha. (14%)
16,5 B
Casa de Santar Vinha dos Amores
Dão Touriga Nacional tinto 2013
Casa Agr. de Santar
Aroma por ora ainda marcado pela barrica, floral maduro (violeta) e tinta-da-china ao fundo. Prova de boca em linha, com nota a floral fresco e chocolate amargo, tanino acutilante, termina com citrino maduro e referência especiaria exótica. Pode crescer em garrafa, sendo melhor à mesa nesta fase. (14%)
16,5 A
Ribeiro Santo Excellence
Dão Grande Escolha tinto 2013
Magnum Carlos Lucas Vinhos
Aroma intenso, com notas a fruto azul, couro, e alguma especiaria doce da barrica, floral ao fundo e fruto seco. Prova de boca lácteo e com sabor, conjunto macio, com acidez presente, perfil mais cítrico do que o nariz faria prever, termina amplo, mas com leve secura. (14%)
(Artigo publicado na edição de Março de 2023)