TINTOS DO ALENTEJO: A plenitude de uma região

O Alentejo estende-se da fronteira com Espanha até à Costa Vicentina, desce a Serra de São Mamede, em Portalegre, e propaga-se até ao Algarve. A região, amplamente banhada pelo sol, é moderada por influências marítimas no litoral e pela continentalidade no interior, proporcionando amplitudes térmicas diárias. Apresenta a maior diversidade de solos do país – xistosos, graníticos, argilosos e arenosos, sobretudo –, o que se reflete diretamente no perfil dos vinhos. Portanto, é natural que revelem expressões muito diferentes.

Da herança romana à excelência atual

Habituamo-nos a pensar que o Alentejo é uma região vitivinícola recente, porque confundimos o boom de crescimento com a história do próprio território, que já vai longa. O cultivo da vinha remonta à época romana, como comprovam vestígios arqueológicos encontrados na região, entre eles, grainhas de uva nas ruínas de São Cucufate, localizadas junto à Vidigueira, e antigos lagares atribuídos a esse período. As talhas de barro usadas para fermentar e conservar o vinho também são uma herança romana na região.

O Alentejo viveu várias épocas de ouro e crises profundas: a invasão muçulmana; a aposta do Marquês de Pombal no desenvolvimento do Douro; a praga de filoxera; a primeira guerra mundial e a campanha cerealífera do Estado Novo.
Embora já existissem as referências emblemáticas de Mouchão, Tapada do Chaves, Quinta do Carmo ou José de Sousa, o verdadeiro impulso dos vinhos alentejanos deu-se nas duas últimas décadas do século passado, com a demarcação da região em 1988/89. As grandes marcas, que então surgiram, conquistaram o consumidor através dos vinhos redondos e macios, com fruta madura, muita presença e consistência.

Em 1985, nasceu a marca Esporão. A empresa também viria a ser pioneira no enoturismo, abrindo as portas ao público em 1997. A Fundação Eugénio de Almeida lançou, por sua vez, duas marcas representativas do Alentejo: Cartuxa (1986) e Pêra-Manca (1990). Ambas alcançaram grande sucesso em Portugal e no Brasil, e não só mantiveram a fama, como se tornaram clássicas, competindo, hoje, lado a lado, com as novas estrelas em ascensão.

Na década de 90 aconteceram mudanças significativas no estilo de vinhos alentejanos, com a contribuição de dois grandes enólogos: João Portugal Ramos, que iniciou depois o próprio projecto, e o australiano David Baverstock, que assumiu a responsabilidade de enologia no Esporão em 1992. Antigamente, os vinhos alentejanos ou não passavam por madeira, ou estagiavam em vasilhas usadas, normalmente barricas de 500 litros ou tonéis de maior capacidade. Utilizava-se, sobretudo, carvalho português e, por vezes, até castanho. Com estes dois enólogos, introduziu-se o uso de madeira nova e de meias barricas de carvalho francês e americano. Os vinhos tornaram-se mais estruturados e texturados, com notas de especiaria e a doçura subtil da madeira.

Na primeira década de 2000, surgiram, entre muitos outros produtores, a Herdade do Rocim, a Fitapreta e a Herdade da Malhadinha, que actualmente estão bem consolidados e são amplamente reconhecidos.

 

ALENTEJO

 

Habituamo-nos a pensar que o Alentejo é uma região vitivinícola recente, porque confundimos o boom de crescimento com a história do próprio território, que já vai longa

 

Investimento na terra

As características do Alentejo e o sucesso junto do consumidor motivaram produtores de outras regiões e até empresários estrangeiros a investir neste território vitivinícola. Apenas alguns exemplos: em 2010, o casal suíço Erika e Thomas Meier adquiriu a Herdade da Cardeira, localizada a Norte de Borba; em 2015, o casal brasileiro Alberto Weisser e Gabriela Mascioli comprou a histórica Tapada de Coelheiros, em Arraiolos; empresário alemão Dieter Morszeck investiu na Quinta do Paral, na Vidigueira, onde reabilitou e ampliou a vinha existente, e comprou parcelas com mais de 70 anos, na zona de Vila de Frades; David Baverstock, em parceria com o empresário inglês Howard Bilton, inaugurou a adega Howard’s Folly, em Estremoz.
Nos últimos cinco a oito anos, produtores do Douro, cientes do potencial do Alentejo, começaram a investir na região. Foi o caso da Symington Family Estates que, em 2017, expandiu as operações para o Alentejo, dando início ao projecto da Quinta da Fonte Souto, em Portalegre, com 43 hectares de vinha entre os 490 e 550 metros de altitude. No mesmo ano, a empresária Luísa Amorim, responsável pela duriense Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo e pela Taboadella, no Dão, com o cunho pessoal e familiar, fez renascer a Herdade da Aldeia de Cima, na Serra do Mendro, junto à Vidigueira. Em 2021, António Boal, conhecido pelos vinhos do Douro e de Trás-os-Montes, expandiu a Costa Boal Family Estates para o Alentejo, através da aquisição da Herdade dos Cardeais, perto de Estremoz. Na mesma época, o enólogo duriense Manuel Lobo uniu duas propriedades da família sob a marca Lobo de Vasconcellos Wines.

 

As sub-regiões do Alentejo: 8 + 1?

A Denominação de Origem Alentejo inclui oito sub-regiões oficialmente reconhecidas: Borba, Évora, Granja-Amareleja, Moura, Portalegre, Redondo, Reguengos e Vidigueira. Contudo, há um território que reúne todas as condições para se tornar a nona sub-região: Beja. Numa área tão vasta e diversa em solos, relevo e clima como o Alentejo, esta possibilidade não é de todo improvável.
Nos arredores de Beja, faz-se vinho há mais de mil anos. Porém, durante o Estado Novo, os agricultores foram obrigados a dedicar-se ao cultivo do trigo, tornando este distrito o principal produtor de cereal do país. Entretanto, à volta de Beja nasceram projectos de referência, com volumes de produção interessantes, consistência na qualidade, notoriedade e forte aposta no enoturismo, contribuindo para o novo dinamismo vitivinícola da zona. Referimo-nos à Herdade da Malhadinha Nova (1998), Santa Vitória (2002), Herdade dos Grous (2004) e Herdade da Mingorra (2004), que já atingiram massa crítica suficientes para justificar a criação de uma nova sub-região DOC no Alentejo.

 

Segundo os dados mais recentes do IVV, a Alicante Bouschet assumiu a liderança no Alentejo, com 17,6% da área plantada

 

Alicante Bouschet e Co.

Aquando da demarcação da região, a área de vinha do Alentejo registava 11 510 hectares. Desde então, não parou de crescer, atingindo, em 2014, 26 066 hectares. Não há dúvida de que hoje a Alicante Bouschet define a identidade dos vinhos alentejanos, especialmente quando falamos de topo de gama. A casta, de origem francesa, chegou a Portugal no final do século XIX. Pela sua longa história e méritos comprovados, conquistou a “cidadania” na região, onde tem mais tradição do que no país de origem.

Segundo os dados mais recentes do IVV, a Alicante Bouschet assumiu a liderança no Alentejo, com 17,6% da área plantada, ultrapassando a Aragonez, que ocupa, agora, o segundo lugar, com 17,2% (embora nos cadastros da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, esta variedade ainda surja em primeiro, devido a um método de contagem diferente).
Produz generosamente, ultrapassando, facilmente, 15 toneladas por hectare, obrigando a controlar a produção (através da poda curta e monda em verde) entre as sete e oito toneladas por hectare, no máximo, para preservar a identidade. Amadurece tarde, mas a maturação completa é de extrema importância, porque tem película e polpa rica em compostos fenólicos. Não estando bem madura, exprime rusticidade, taninos duros e notas vegetais. Plantada no sítio certo, com produção controlada e ao atingir o ponto óptimo de maturação, revela a essência mais nobre: concentração, volume de boca, força, elegância e longevidade. A intensidade corante é o cartão de visita, já que se trata de uma casta tintureira (com polpa corada). Contribui com isto tudo no lote e não se intimida a solo. Só nesta prova de 36 vinhos, a Alicante Bouschet marcou presença em 25, dos quais três são monovarietais.

Líder nacional em área plantada, a Aragonez também está omnipresente no Alentejo. Confere grande estrutura tânica, mas peca por falta de acidez, sendo combinado, geralmente, com castas que entreguem outras qualidades ao lote. As parceiras mais frequentes são Trincadeira, Alicante Bouschet, Touriga Nacional e, por vezes, Cabernet Sauvignon.

A Trincadeira ainda ocupa o terceiro lugar em área plantada, mas não goza da popularidade de outrora, estando em franco declínio. É uma casta antiga, referida desde 1711, e uma das mais tradicionais do Alentejo. Gosta de condições quentes e preserva bem a acidez, mas apresenta algumas vulnerabilidades. Os cachos compactos, combinados com uma película fina e frágil, tornam-na susceptível às podridões. Além disso, a película não a protege do calor excessivo, fazendo com que os bagos se desidratem, enquanto chuvas abundantes podem fazer os bagos inchar e rebentar. Paulo Laureano descreve-a com carinho: “É uma casta muito feminina: se fizermos tudo bem, cada pequena coisinha, ela é extraordinária; se nos enganarmos numa coisa insignificante, é um desastre.” A Trincadeira continua a ter um papel importante nos lotes tradicionais do Alentejo, frequentemente em parceria com Aragonez e Alicante Bouschet. Aromaticamente, apresenta notas vegetais, herbáceas e apimentadas, para além da fruta.

A Syrah é a quarta casta mais plantada neste vasto território e continua em expansão. Há 35 anos, praticamente ninguém a conhecia e não constava na lista das castas autorizadas da região. Entrou “incognitamente” nos encepamentos e nos vinhos alentejanos pela Cortes de Cima, em 1991, e logo conquistou a atenção e o entusiasmo. Hoje, é uma das paixões gerais dos produtores e consumidores da região.

Para a Touriga Nacional, o Alentejo não é o habitat de eleição, mas a maturação longa traz vantagens na adaptação ao clima regional. Suporta bem a seca, mantendo os bagos túrgidos. Aromaticamente expressiva, é muito apreciada nos lotes, embora, por vezes, se torne um pouco dominante.

Há outra casta do Norte que conquista cada vez mais adeptos na região: Touriga Franca. De ciclo longo, adaptou-se bem às condições alentejanas: não perde folhas basais durante a seca e apresenta bom desempenho tanto em lotes, como em vinhos monovarietais, nos anos mais favoráveis. Nesta prova, esteve presente um monovarietal de Touriga Franca da Plansel.

A Castelão, casta tipicamente alentejana dos tempos passados, tem vindo a perder, literalmente, terreno, e a Cabernet Sauvignon, que chegou ao Alentejo antes da Syrah, nunca atingiu o mesmo protagonismo, mantendo-se relativamente estável nas plantações. Esperava-se que, por ser tardia, se adaptasse ao calor da região, mas o clima é demasiado quente para a casta. O enólogo e produtor Hamilton Reis explica que a Cabernet Sauvignon passa rapidamente “de carácter vincadamente verde a sobremaduro”. Na primeira situação, “os taninos mostram dureza e amargor” e, na segunda, “ficam flácidos e com doçura”, comprometendo o equilíbrio. Pedro Batista, da Fundação Eugénio de Almeida, acrescenta que a célebre casta francesa no Alentejo não apresenta consistência, produzindo “vinhos extraordinários dois anos em cada dez”.

Mais duas castas francesas procuram, no Alentejo, condições melhores do que as da sua origem: Petit Verdot e Petite Sirah. A primeira é uma variedade de ciclo longo e muito tardia, que precisa de sol para amadurecer os taninos; em Bordeaux, não teria qualquer hipótese para brilhar, mas, na referida região portuguesa, encontrou o clima favorável. A segunda, Petite Sirah, sinónimo da casta francesa Durif, foi criada, no século XIX, por François Durif, a partir do cruzamento de Syrah com Peloursin Noir. Quase desapareceu em França, mas alcançou grande sucesso na Califórnia e está presente em alguns países do Novo Mundo. No Alentejo, já começa a afirmar-se, superando castas como Tinta Caiada, Tinta Miúda e Tinta Grossa. Amadurece relativamente tarde e revela preferência por climas quentes e secos. Com cachos compactos e bagos pequenos de casca espessa, rica em antocianinas, produz vinhos muito concentrados e estruturados.

Entramos agora nas castas de nicho. Algumas já tiveram grande representatividade na região, mas, agora, estão fora de moda. A Moreto é uma casta antiga, presente no Alentejo desde o século XIX. Vigorosa e bastante produtiva, revela melhor o carácter quando provém de vinhas mais velhas ou é implantada em solos pobres, onde o vigor e a produtividade são naturalmente controlados. É rústica e muito resistente ao calor, o que explica a sua presença histórica na região, acima de tudo nas zonas mais quentes. Amadurece lentamente e tarde, sendo uma das últimas a ser vindimada, mas nunca atinge teores de álcool elevados. Aromaticamente, não é muito intensa, apresentando fruta vermelha delicada e tem vocação especial para vinhos de talha, mas raramente entra nos topos de gama.

A Alfrocheiro é uma das variedades mais antigas de Portugal. Progenitora de Moreto, Castelão e muitas outras castas, é uma casta muito produtiva, se não for controlada, delicada e tem capacidade para produzir vinhos entusiasmantes. Normalmente, entra nos lotes e raramente chega aos vinhos topo de gama. Nesta prova, esteve presente em dois vinhos provenientes de vinhas velhas: Vinhas da Ira, da Mingorra, e Os Paulistas Chão dos Eremitas, de António Maçanita.

A Tinta Caiada é originária do Nordeste de Espanha, onde é conhecida como Parraleta. Em 1900, Cincinato da Costa descrevia-a, na obra O Portugal Vinícola, como “uma casta de grande produção e rendimento, cultivada em larga escala no Alentejo e geralmente apreciada por dar muito vinho”. Referia ainda que “acomoda-se a todos os terrenos, não chegando, no entanto, a amadurar bem nos terrenos baixos e húmidos”. A casta terá recebido o nome Tinta Caiada, devido ao “enfarinhado abundante” que reveste os bagos, lembrando uma poeira branca. Actualmente, são poucos os produtores a apostar nesta variedade, destacando-se a Herdade da Cardeira, a Adega Maior e João Portugal Ramos, nos quais assume protagonismo em vinhos monovarietais.

A Tinta Miúda (conhecida por Graciano, em Espanha, tem muito mais expressão, sobretudo no Norte), existe na região de Lisboa, onde tem dificuldade em amadurecer bem, além de que se revela sensível à podridão. No Alentejo, apresenta bons resultados, com maturação tardia e capacidade de preservar acidez natural sem ganhar muito açúcar (a Baga também tem um pouco este papel no Alentejo). É um componente importante de lotes e Luís Duarte, enólogo na Herdade dos Grous, é fã assumido desta casta. Os vinhos Reserva da casa tinham, inicialmente, no lote Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Syrah, mas, a partir de 2007, esta última foi substituída com sucesso por Tinta Miúda. Torre da Palma é outro topo de gama com Tinta Miúda no lote.

Aquando da demarcação da região, a área de vinha do Alentejo registava 11 510 hectares. Desde então, não parou de crescer, atingindo, em 2014, 26 066 hectares

 

O típico blend do Alentejo

A Alicante Bouschet é, hoje, a espinha dorsal do blend típico do Alentejo, muitas vezes em parceria com outras castas que também conferem estrutura e até complexidade ao vinho, como a Syrah, a Aragonez e a Touriga Nacional. Às vezes, surge Trincadeira e Cabernet Sauvignon, para mostrar outras facetas e, muito raramente, as castas mais delicadas, como Alfrocheiro, Castelão, Tinta Caiada, Tinta Miúda e Moreto, na qualidade de “sal e pimenta”.

Nos vinhos clássicos é possível acompanhar a evolução do perfil da região ao longo do tempo. Os primeiros Cartuxa Reserva, produzidos desde 1987, eram feitos a partir de Trincadeira, Aragonez e Alfrocheiro, e não se repetiam todos os anos, como recorda o enólogo Pedro Batista. No final da década de 1990, início dos anos 2000, a Alicante Bouschet começou a ganhar protagonismo, geralmente acompanhada por Trincadeira ou Aragonez. No Cartuxa Reserva, apresentado nesta prova, a base é Alicante Bouschet e Aragonez, com um toque de Cabernet Sauvignon.

Outro exemplo clássico é o Garrafeira dos Sócios da CARMIM, criado em 1982 como oferta premium exclusiva para os associados da cooperativa. Os primeiros lotes eram elaborados com castas tipicamente alentejanas, como Castelão, Moreto e Tinta Caiada, entre outras. Mais tarde, o destaque passou para Aragonez e Trincadeira, e a Cabernet Sauvignon começou a integrar o lote. Nos vinhos mais recentes, a Alicante Bouschet assume a maior responsabilidade, como nesta edição, em que a casta predomina, com 55% do lote, tendo a Aragonez um papel secundário, com 30%, e a Cabernet Sauvignon a assumir-se como figurante, com 15%.

A grandeza nasce da precisão

É natural que as castas que retratam uma região estejam sujeitas a modas e tendências, mas também à evolução. Podemos recordar, com um toque de nostalgia, os grandes alentejanos de outrora, que as novas gerações provavelmente nem chegarão a conhecer, a menos que os entusiastas, como António Maçanita, que apostam na preservação das vinhas velhas e nas castas ancestrais, se encarreguem de manter viva essa memória e assegurem que a identidade vínica do Alentejo não se dilua na modernidade. Convém também lembrar: o que ontem foi inovador, amanhã torna-se clássico.

As formas de vinificação também evoluem com o tempo e estão sujeitas às mesmas modas e tendências. Se, nos anos 90, se introduziu a barrica nova de carvalho francês e de capacidade mais reduzida, hoje nota-se o regresso a depósitos de maior volume, não necessariamente de carvalho, e o betão está novamente em destaque. Não estamos perante um ciclo fechado, mas sim de uma nova volta de espiral. Afinal, o grande vinho é sempre uma triangulação de casta, sítio e enologia.

O Esporão Private Selection surgiu, em 1987, como Garrafeira de uma selecção de barricas do Esporão Reserva. Na década de 1990, com David Baverstock, então enólogo responsável, foram plantadas as castas Syrah e Alicante Bouschet, com o objectivo de criar um topo de gama “mais forte, firme e estruturado”. Em 2000, apresentaram oficialmente o Esporão Private Selection. Ao longo dos anos, o lote foi composto por Alicante Bouschet, Aragonez e Syrah; em 2016 entrou a Touriga Franca e, na colheita de 2019, incluíram a Touriga Nacional. Mais importante do que as castas, é o facto de representarem o lote de vinhas, sendo, o vinho, pensado na raiz. A abordagem enológica é ajustada a cada casta e parcela. A Aragonez, a Touriga Franca e a Touriga Nacional fermentaram em lagares de mármore com pisa a pé, mas estagiaram em vasilhames distintos: a Aragonez em balseiros de 5000 litros, a Franca em barricas de 500 litros e a Nacional em barricas de 225 litros. A Alicante Bouschet fermentou em cubas de betão e estagiou em barricas novas de 500 litros.

Este é apenas um exemplo de como a precisão na vinha e na vinificação cria um vinho de grande afinação e complexidade. Os vinhos podem ser feitos das mesmas castas, enaltecendo o traço de uma região, mas a diferença está nas pinceladas finas, na interligação de todos os componentes. Enfim, na precisão.

(Artigo publicado na edição de Novembro de 2025)

 

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