Todos ao Tejo

Não é fácil comer bem a olhar para o rio, em Lisboa. Para contrariar isso, abriram agora, de uma assentada, três novos restaurantes com grandes ambições.

 

Sud Lisboa
Até Marcelo já lá esteve
Toda a gente quer lá ir, Marcelo Rebelo de Sousa já lá foi. O costume. Pode ter sido só a proverbial compulsão do Presidente da República pela selfie e pelo Tejo (lembremo-nos do seu mergulho, em 1989), mas convém notar que estamos perante um mega-investimento do grupo hoteleiro SANA (16 milhões de euros) e do restaurante-bar-piscina de que toda a Lisboa “trendy” anda a falar. O sítio foi recuperado e remodelado a partir dos edifícios da antiga discoteca BBC e do Piazza di Mare, 2500 metros quadrados em cima do rio, na Avenida Brasília. A autoria do projecto é do famoso ateliê do arquitecto António Pinto, a residir em Bruxelas. A decoração tem ambiente posh-sofisticado e uma piscina infinita boa para aparecer em fotografias das redes sociais, com um cocktail na mão. No Sud Lisboa Terrazza há várias zonas de restauração e diferentes cartas, consoante a altura do dia. Pequenos-almoços servidos desde as 8h00 (menus a partir de 11€), almoços e jantares de inspiração italiana (conte com mais de 35€ por refeição), chá das cinco, bar na piscina (acesso custa 35€), sempre com DJ, saxofonistas ou divas a cantar, garantido-se animação até às 2h00. O chef é Carlo Di Nunzio, com experiência a gerir restaurantes de hotéis e grandes equipas, que lhe vai ser útil na organização de grandes eventos, outra das valências do Sud.

Watt
Energia renovada de Kiko
Não fica com os pés de molho no rio, mas está mesmo ali ao lado, na Avenida 24 de Julho, no moderníssimo (e polémico) edifício sede da EDP. O chef Kiko Martins tomou conta da carta (o chef executivo é Martin Schreiner, colaborador do grupo) e quis criar um menu totalmente dedicado a dar energia às pessoas. De fora ficam fritos, açúcares maus, banha, manteiga, apostando-se em fibras, proteínas boas e antioxidantes. Dito assim, soa a cadeia de comida saudável, mas não é nada disso. O desafio era agarrar no conceito da energia, do agrado do senhorio, e dar-lhe um menu de autor, com pratos do mundo, como burrata com tomate bio em várias texturas (12,30€), ou cordeiro com grão, coberto de pistáchios, de inspiração magrebina (20,40€). O espaço é moderno e amplo, com design do britânico Jasper Morrison e senta uma centena de pessoas. O tempo dirá se o sexto restaurante de Kiko Martins é energia renovada ou nem por isso.

Charkoal
Um Cordeirinho em Oeiras
Já há algum tempo que José Cordeiro é mais consultor do que chefe — e basta abrir o seu suis generis site (com galeria de famosos e tudo) para se perceber isso. Ora, o recém- inaugurado Charkoal, na Marina de Oeiras, onde era o Peter Café Sport, usa precisamente essa valência, não podendo por isso ser apresentado como um restaurante do chef Cordeiro. Está lá um bocadinho de si, conselhos e alguma formação, o resto é publicidade enganosa. Dito isto, a carta dá razões para ir conhecer o sítio. A cozinha usa sobretudo a grelha, mas há de tudo um pouco: quem não gosta de gaspacho de morangos (3,20€) tem creme de legumes (2,20€), quem não aguenta um costeletão maturado na brasa (48€, duas pessoas), pode ir pelo polvo com molho verde (15€), e para quem estiver mais virado para as massas também se arranja um linguine de camarão (17€). Se sair chamuscado deste Charkoal, pode sempre arrefecer com um mergulho no mar, mesmo ali ao lado.

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