Vinho, arte e empreendedorismo em conversa

O Museu do Design e da Moda (MUDE) foi o palco perfeito para o “desfile” do Destemido, o vinho mais imponente da Casa Ermelinda Freitas, com um rótulo fora da caixa (literalmente), idealizado e elaborado pela artista plástica Olga Noronha. Esta obra invulgar serviu de pretexto para abordar o tema da ligação entre o vinho e a arte, tema que permite olhar para o vinho de uma forma diferente, especialmente nos tempos em que certas instituições teimam em “quase criminalizar o consumo de vinho, sem perceber que é uma cultura milenar”, como bem mencionou o jornalista Edgardo Pacheco, moderador desta conversa.

O empreendedorismo feminino sempre foi a marca distintiva da Casa Ermelinda Freitas. Pragmáticas e destemidas, as mulheres de várias gerações levaram adiante o negócio familiar, já que os homens da família faleciam muito cedo. Com este vinho especial, Leonor Freitas decidiu homenagear o pai, Manuel João de Freitas. Recorda que, no meio rural, a separação entre homens e mulheres era muito acentuada, no entanto, o pai “nunca teve medo das críticas e do controlo social”; gostava de sair da região, percorria o país de bicicleta e tinha uma enorme vontade de aprender. “Foi ele que incentivou a minha mãe a tirar a carta de condução, deu-me as asas para eu poder voar e contribuiu muito para que a Casa Ermelinda Freitas seja hoje o que é”, conta a empresária. Assim nasceu o conceito do “Destemido”.

A artista Olga Noronha explicou o processo de criação do rótulo tridimensional. Sendo o metal o seu “material de eleição”, em vez de um rótulo em papel, idealizou uma “escultura em pequena escala”, que não está totalmente agarrada à garrafa, ultrapassando os limites do vidro. A peça representa a Península de Setúbal, retratando a fluidez e a transparência do vinho. Nenhum rótulo é idêntico a outro, ou não fosse cada um feito à mão. A garrafa é apresentada numa caixa de madeira de cedro, com um bar top à parte, permitindo a reutilização após o vinho ser consumido, transformando-se numa peça decorativa. Como resume Jaime Quendera, enólogo da Casa Ermelinda Freitas e grande parceiro de negócios de Leonor Freitas, “o cliente que comprar este vinho, compra uma obra de arte.”

O Destemido Reserva 2021 foi produzido numa edição limitada de 2025 garrafas, que não será repetida. A respectiva nota de prova pode ser consultada no site da Grandes Escolhas. V.Z.

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