Vote para podermos seguir o estudo das castas portuguesas

Será que existe uma casta em Portugal potencialmente melhor do que todas as outras até agora usadas? Ou que gera aromas e sabores completamente diferentes? Ou que tem condições para aguentar como nenhuma outra os tempos de seca e calor? Ou ainda com componentes que podem ajudar a combater um cancro?
Esta e outras perguntas podem ficar sem resposta se acabarem os estudos que estão a ser feitos sobre as castas portuguesas. Por falta de verba, que não por falta de interesse ou de conhecimento para os fazer… Pois bem, está em apreciação um projecto no governo, dirigido ao estudo e conservação das castas portuguesas? Para o projecto ser aprovado, precisa do nosso apoio, do nosso voto. Vá até ao site https://opp.gov.pt/projetos/todos/671-castas-de-uva-desconhecidas-para-novos-vinhos e clique no rectângulo “Votar”. Depois basta inserir o número do seu cartão de cidadão e finalizar o voto. Simples e rápido.
Vai votar em quê? Pois bem, vota no projecto 671, que tem por título “Castas de uva desconhecidas para novos vinhos”. O projecto foi redigido pelo técnico António Graça, conhecido pelo trabalho que tem desenvolvido em prol do maior conhecimento das castas nacionais e da sua evolução ao longo dos anos. António Graça não é, felizmente, o único cientista português interessado nesta matéria, mas, neste caso, foi quem “deu a cara”. O projecto tem um orçamento de 200.000 euros (uma pechincha, diremos nós, para a valia do estudo), e terá a duração de 18 meses. Na redacção do projecto, à qual fizemos dois destaques a negrito, pode ler-se em mais detalhe todo o contexto. Ora leia:

EM DEMANDA DOS SEGREDOS DA EVOLUÇÃO NATURAL DA VIDEIRA PORTUGUESA
Portugal é o país da União Europeia que apresenta o maior número de castas de uva autóctones quando comparado à área do seu território. É a multiplicidade de castas nas vinhas portuguesas que confere distinção aos vinhos portugueses e os tornam apreciados dentro e fora de fronteiras por todos os gostos e preferências. São elas que tornam os vinhos de Portugal uma experiência divertida de descoberta e surpresa, suportando a mensagem para os apreciadores: Portugal, um Mundo de Diferença! Sinal inquestionável de um centro de diversidade, verificou-se recentemente que o processo de criação natural de novas castas continua nos nossos dias em Portugal. Ou seja, o processo de diversificação não parou; antes está em curso como sempre aconteceu no nosso território desde tempos ancestrais e, potencialmente, podem existir dezenas de castas desconhecidas por entre as mais antigas vinhas que ainda subsistem em Portugal. As novidades que essas castas desconhecidas podem trazer são um mundo novo por descobrir… podem trazer novos aromas e sabores para novos vinhos, podem ajudar na adaptação às alterações climáticas, podem ser fonte de substâncias importantes para farmacêutica, cosmética ou nutrição…
Em Portugal existe uma rede de vinhas de conservação e estudo que foram multiplicadas a partir de cerca de 30.000 videiras identificadas maioritariamente em vinhas antigas, de todas as regiões vitivinícolas do Continente, Açores e Madeira, onde a diversidade ancestral se encontrava intocada no momento da recolha. É nessa coleção de videiras onde, potencialmente, existe a maior probabilidade de se encontrarem castas desconhecidas, oriundas de cruzamentos naturais. Portugal é, por isso, uma verdadeira Arca de Noé da videira, onde uma viticultura moderna, desenvolvida e eficiente soube não parar o processo natural de evolução da espécie.
A nossa proposta consiste em analisar o ADN de 5.000 a 7.000 daquelas videiras, usando os meios disponíveis em instituições científicas de todo o país e compará-lo com o das castas conhecidas. Sempre que não se encontrar uma correspondência, estar-se-á na presença de uma desconhecida potencial e essas videiras serão multiplicadas e estudadas para confirmar a sua identidade, estabelecer os seus progenitores e caracterizá-las do ponto de vista agronómico e enológico para avaliar a existência de um potencial interesse económico para o setor vitivinícola nacional. Existe aqui uma rara janela de oportunidade para afirmar Portugal na liderança mundial do conhecimento e conservação da diversidade da videira, uma fonte de resiliência e sustentabilidade em tempos de instabilidade e grandes desafios, climáticos e outros, que muitos países procuram, mas que apenas Portugal tem condições para materializar no curto prazo.

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