Depois de um ano forçado de paragem, por conta da pandemia, o evento Dão Capital regressou no final de Novembro a Lisboa, no lugar habitual, o Time Out Market, com a produção da Grandes Escolhas.
Texto: João Geirinhas
Fotos: Ricardo Palma Veiga
Desta vez com a presença de 27 agentes económicos, durante 2 dias, milhar e meio de visitantes tiveram a oportunidade de provar centenas de vinhos, contactar directamente com os produtores e ficar a par das mais recentes novidades da região. Embora condicionados pelas medidas de contenção – o número limite de presenças na sala do Estúdio Time Out era rigorosamente controlado – o entusiasmo tanto de expositores como de consumidores foi visível e contagiante. “As pessoas estavam com saudades deste reencontro”, ouvimos a várias vozes. Vinhos brancos, tintos, rosados e espumantes expressaram a riqueza e diversidade da região, mas também a afirmação do caracter único dos vinhos do Dão que vão conquistando novos consumidores com foi comprovado pela presença de uma grande percentagem de jovens entre os visitantes.
Também muito participadas e seguidas com particular atenção foram as provas comentadas, orientadas pelos jornalistas da Grandes Escolhas. Mais que lições magistrais, procura-se com estas provas rápidas – dois vinhos comentados em 15 minutos em cada prova – uma aproximação informal àquilo que melhor define o Dão em termos das suas castas mais representativas e a passagem do tempo. Desfilaram assim provas de vinhos Encruzados e Jaen, a cargo de Fernando Melo, a exemplificação da arte de lotear tintos e a prova do tempo que os brancos e tintos do Dão passam com distinção, por Nuno de Oliveira Garcia, as virtudes do blend de castas brancas e a prova da incontornável Touriga Nacional, por Luís Antunes, uma visita aos vinhos premiados com platina no recente concurso do Dão e finalmente a expressão marcante de vinhos produzidos a partir de vinhas velhas, estas duas ultimas a cargo de Valéria Zeferino.
No final mais que uma sensação de dever cumprido, resultou claro que a imagem do Dão junto dos consumidores mais exigentes está em alta. São vinhos que na sua maioria se mantêm fiéis à sua identidade mas que correspondem cada vez mais aos anseios e preferências que as novas tendências de consumo têm revelado: elegância, frescura e sobretudo um carácter distintivo.