[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Como visitar seis vinhas diferentes, algumas separadas por muitos quilómetros, em apenas uma hora? Para Bernardo Alves, director-geral da AdegaMãe, a resposta é simples: de helicóptero. A isto chama-se entrar em grande no lançamento dos novos Dory Reserva.
TEXTO Mariana Lopes
O cenário das vinhas lisboetas de Outono, visto do ar, é de ficar sem fôlego. A manta de retalhos pintada a tons quentes e, em certas localizações, quase banhada pelo azul do Atlântico, forma uma visão privilegiada a que poucos têm acesso. “Atlântico.” A palavra-chave de um terroir que origina vinhos originais, nos quais se sente a influência marcadamente marítima.
São assim os brancos da AdegaMãe, que tem as suas seis vinhas divididas pelo sistema montanhoso Montejunto-Estrela, três brancas de um lado, em Torres Vedras e Cadaval, e três tintas do outro, em Alenquer e Arruda dos Vinhos. As primeiras num clima precisamente atlântico, mais ameno, entre o mar e a cadeia de montanhas, e as segundas num clima continental, onde a amplitude térmica é maior. Em solos argilo-calcários, estes vinhedos foram alvo de restruturação quando a AdegaMãe iniciou a sua actividade, em 2010. A equipa de enologia, constituída por Diogo Lopes e Anselmo Mendes, orientou todo o processo que, juntamente com a construção dos edifícios, adega e implementação do enoturismo representou, até hoje, um investimento de 6,5 milhões de euros, por parte do Grupo Riberalves, detentor da empresa.
Juntando paixão a profissionalismo, João e Bernardo Alves, pai e filho, fizeram nascer em poucos anos um negócio de qualidade e sucesso, com uma produção actual de 1 milhão e 300 mil garrafas, que se traduz numa facturação de 3 milhões de euros, em 2018. Um aumento de 20% face ao ano anterior, que se deve a um forte crescimento no mercado internacional (60% da facturação) e na restauração da Grande Lisboa. Bernardo e os dois enólogos são agora o rosto de uma casa que se ergueu sem vícios e sem bagagem, pronta para retirar da região, e daquele quadriculado pitoresco à beira-mar plantado, todo o seu potencial e reflecti-lo nos vinhos.
“O ano de 2015 foi o melhor de sempre para os tintos da AdegaMãe”, disse Diogo Lopes. O novo Dory Reserva tinto não o deixa mentir. Das vinhas da Quinta da Laje e da Quinta dos Ferrões, ambas em Alenquer, tem no lote Touriga Nacional, Merlot, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot. Tendo estagiado 14 meses em barricas de carvalho francês, resultou num vinho sublime, intenso, especiado e muito equilibrado. O Reserva Branco 2017, por sua vez, é feito de Viosinho, Alvarinho e Chardonnay da Quinta da Archeira (onde são as instalações da AdegaMãe), em Ventosa, Torres Vedras, a apenas 10 quilómetros do mar. Com estágio de nove meses em barrica, este branco quase não a acusa, muito mineral e gastronómico, longevo na prova. Os Dory colheita, branco e tinto, também chegaram há pouco ao mercado, e a sua prova está incluída neste artigo.
E para compreender o presente, nada melhor do que provar o passado com uma vertical destes dois vinhos. Começando no Reserva branco de 2012, que mostrou um nariz fantástico de querosene e sílex, e uma boca super-mineral com amargos deliciosos. O 2013, ainda jovem e ascendente, revela citrinos e folha de limoeiro, num conjunto ainda fechado. Depois o 2014, que, segundo Anselmo Mendes, é “O Vinho”, com uma acidez e força incríveis. O 2015 representa uma mudança na base, que a partir daqui é Viosinho e Alvarinho com menos Chardonnay, um perfil mais verde, de espargos no aroma. Já o 2016 é todo equilíbrio entre verdes, minerais e salinidade.
A vertical do Reserva tinto arrancou com o 2010, aqui ainda de Touriga Nacional e Syrah, um conjunto já finalizado, redondo e pronto a beber. Em 2011 adicionou-se o Cabernet Sauvignon, sendo o vinho bem salino e fresco, vegetal e intenso. O 2012, já com o lote actual, é, segundo Diogo, “um dos melhores anos, a par do 2015”. Um tinto desafiante, muito bom, com taninos ainda bem activos. O 2013, o meu favorito, revelou-se completo, alcalino, puro e com notas de tabaco, pleno de finesse. No 2014 sente-se bem a pirazina do Cabernet, a par da elegância.
Entre bacalhau e vinho, a família Alves tem mostrado que é possível aliar a emoção à razão, tornando-se um negócio exemplar da região de Lisboa, onde também há espaço para experimentação. Num futuro próximo pode ser que surja um monocasta Vital, mas isso é assunto para outros voos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
Edição Nº20, Dezembro de 2018
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