Maritávora, um dos melhores brancos portugueses

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Estamos no Douro Superior, já perto do Douro internacional, em Freixo de Espada à Cinta. É ali que fica a quinta de Maritávora, onde cinco gerações mantiveram viva a vinha e a produção. Agora é a Manuel Gomes Mota que cabe a responsabilidade de levar o projecto em frente, quer na produção de Porto, quer de DOC Douro. O seu passado marinheiro levou a que a prova fosse feita no Clube Naval, em Lisboa. Boa escolha.

TEXTO João Paulo Martins
FOTOS Anabela Trindade e Ricardo Palma Veiga

Será preciso recuar a 1870 para termos a primeira referência da Quinta da Maritávora, adquirida por José Junqueiro Júnior, pai de Guerra Junqueiro, poeta. Terá pertencido anteriormente a alguma Távora chamada Maria? Talvez, mas não há registos. Passaram-se cinco gerações até chegarmos ao actual proprietário, que é descendente directo do fundador.
Felizmente, dizemos agora, desde a fundação até hoje manteve-se uma vinha de uvas brancas (replantada após a filoxera, em 1890) que sobreviveu a tudo e uma adega de lagares que ainda hoje é utilizada. A vinha, hoje muito velha, ocupa pouco menos de um hectare dos 14 que o total da vinha ocupa na propriedade. Esta é a jóia da coroa da empresa, a vinha que faz a diferença e que tem sido acarinhada quer por Manuel Gomes Mota quer por Jorge Borges, que, como enólogo, está no projecto dos DOC Douro desde o início, em 2004.

Manuel Gomes Mota e Jorge Borges

Uma tese antiga: o que fazer?
Esta é a pergunta que muito produtor que tem uma vinha muito velha coloca com frequência. Vamos manter? Vamos replantar? Vamos aproveitar para reenxertar? Como vamos tratar da vinha se nem o tractor lá entra? A produtividade justifica o trabalho? O preço a que se vende é compensador? Com demasiada frequência a resposta a estas questões leva ao arranque da vinha. Com a vinha velha vai-se embora muito património genético, muita variedade clonal e muita casta que pode não existir em colecções ampelográficas. E, mais grave, vai-se a originalidade e a diferença que podem ser determinantes para a visibilidade do produtor e dos vinhos que produz.
Quase apetece dizer que nestes casos seria quase obrigatório (num modelo ideal…) que o produtor, caso mantivesse a vinha velha, tivesse uma qualquer compensação pela perda de valor e de retorno pela exploração de uma vinha muito velha. Como tal não existe, a decisão está sempre do lado do produtor. No caso presente, Manuel Gomes Mota teve o bom senso de conservar a tal vinha velha, onde pontificam as castas da região mas também outras quase desconhecidas como Uva-Salsa, Évora e Chasselas. E, disse-nos, quando visitámos a vinha, que havia alguns pés por identificar, uma vez que os classificadores não os conheciam. Isto é história!
A quinta, como sempre aconteceu na história do Douro, era produtora de uvas que entregava a uma empresa de Vinho do Porto, no caso vertente, a Cockburn Smithes. Assim aconteceu por mais de 130 anos. A localização das vinhas, a cerca de 500m de altitude, já não aconselha a que as uvas sejam indicadas para vintage, mas podem ser usadas para fazer tawnies. Em 2004 foi decidido terminar com a relação comercial com a Cockburn e iniciar a produção de DOC Douro. Apesar de haver outros vinhos, nomeadamente tintos, é o branco da vinha velha que aqui nos prende a atenção. Entre 2004 e 2009 tinha o designativo de Reserva e a partir da colheita de 2010 passou a ser Grande Reserva Vinhas Velhas.
Ao leitor fica sempre a dúvida sobre a razão de ser da qualidade destes vinhos de vinha velha. No fundo é saber qual a razão fundamental para o sucesso, mas não existe uma, trata-se da conjugação de várias razões. O facto de a vinha ser velha é uma delas (tese controversa…) porque, aliada à pouca produção, temos uma maior concentração e riqueza que derivam do complexo sistema radicular que a cepa desenvolveu com o tempo; a localização da vinha, neste caso com a altitude suficiente para gerar noites mais frescas (mesmo muito frias, na afirmação do produtor) e não sofrer tanto com o calor diurno; o solo onde está implantada; a saúde da própria vinha e a forma como foi mantida de geração em geração. Este passa por ser o factor fundamental porque uma vinha velha só é boa se foi bem cuidada. Por fim, vem a acção do produtor e enólogo, que se pode traduzir assim: intervir pouco, não estragar, antes amparar e colocar dentro da garrafa aquilo que a vinha deu, sem mais artifícios.

Produção biológica
Conjugar todos estes factores pode ser o sonho de qualquer produtor e nem sempre é fácil de conseguir. Jorge Borges optou pela fermentação em barrica – totalmente nova em 2004 – mas agora apenas parcialmente nova, com a percentagem a variar em função da colheita. No final, após 6 meses de estágio em barrica e mais 18 em garrafa, resultam poucas garrafas, com grande variação de ano para ano ou, como nos informou o produtor, de 1300 a 2850 garrafas. Muito pouco, mesmo muito pouco.
A partir de 2009 a vinha iniciou o seu caminho em direcção à produção biológica com a certificação a chegar em 2012. Segundo Manuel G. Mota, foi um processo simples, uma vez que, pela sua idade, “a vinha viveu toda a vida sem pesticidas e outros produtos químicos; foi apenas um regresso às práticas antigas”. Já Jorge Borges acrescentou que quem mais sofreu com a reconversão para o biológico foi a vinha nova (quebra de produção), uma vez que na vinha velha, mais defendida, pouca diferença se notou. Pela pequena dimensão que tem, toda esta vinha velha é vindimada num dia, curiosamente em 2017 foi a 18 de Agosto e no ano anterior tinha sido em 18 de Setembro. Coisas do clima…
Em virtude das poucas garrafas existentes das colheitas mais antigas, o produtor afirmou que esta foi a última vertical do Grande Reserva branco. Por esta razão registamos todas as notas de prova e não queremos deixar de dar uma opinião global: estes são dos melhores brancos portugueses, por muito pequena que seja a short list que se queira fazer. Para que conste!
Em relação à prova, algumas notas: as colheitas de 2016 e 2015 ainda não estão a ser comercializadas, é a colheita de 2014 que está à venda e assim deverá continuar até ao final do ano. Por isso reservamos as notas das colheitas mais recentes para um momento posterior. O produtor resolveu também comercializar uma caixa (edição limitada a 300 exemplares) com três colheitas do Grande Reserva: 2010, 2011 e 2012, com um PVP recomendado de €130. Encontram-se ainda disponíveis no mercado várias colheitas desde 2008. Com preços diferentes, que a seguir indicamos.

Em prova:[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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