Masi: O império do “Sr. Amarone”

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Uma história secular, métodos de trabalho muito específicos e vinhos de enorme qualidade fazem da Masi um dos nomes incontornáveis do panorama vitivinícola italiano. É aqui que nasce o Amarone, o “gigante gentil” que sublima a técnica conhecida como appassimento.

TEXTO Valéria Zeferino

Sandro Boscaini talvez seja a figura mais idiossincrática em Valpolicella. É tradicionalista ligado à região geracionalmente e modernista com espírito revolucionário. Respeitando a tradição, questiona sempre a existência de uma razão lógica por trás. Não aceita compromissos no que toca à qualidade. Não se satisfaz com o alcançado, procurando os caminhos alternativos em busca da perfeição, mesmo que não sejam os mais fáceis.
A história da Masi começou no século XVIII, quando a família Boscaini comprou um terreno com vinhas num pequeno vale – Vaio dei Masi – no coração da Valpolicella.
Sandro Boscaini juntou-se à empresa do seu pai em 1964 e desde 1978 é o Presidente da Masi. Este ano celebrou 80 anos e continua a trabalhar activamente, já com ajuda dos seus filhos, que representam a sétima geração da família.
O produtor nunca foi apologista de entregar tudo na mão de um enólogo, por muito experiente ou famoso que seja. Nos anos 80 criou uma equipa multidisciplinar chamada Grupo Técnico da Masi, que hoje é orientada pelo filho de Sandro, Raffaele Boscaini, e é composta por 13 especialistas nas áreas de agronomia, enologia, biotecnologia e marketing. Desta forma conseguem reunir o conhecimento mais completo acerca de vinho e tomar decisões fundamentadas com visão sobre todos os aspectos da produção.
Foi apelidado de “Senhor Amarone” no livro da escritora inglesa Kate Singleton sobre a sua carreira e esta alcunha assentou-lhe muito bem. Sendo um perito em appassimento (técnica que consistem em secar as uvas depois da vindima, concentrando açúcares e aromas) e um grande conhecedor dos mercados estrangeiros, impulsionou o reconhecimento do Amarone a nível internacional.
Estando profundamente ligada à Valpolicella, a Masi abre horizontes, estendendo a produção dentro e fora da região e para além-fronteiras, na Argentina. Têm uma forte parceria com a nobre família de Serego Alighieri, descendentes de Dante, o autor da famosa “Comédia Divina”, que no início do século XIV viveu em Verona durante alguns anos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34120″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A grandeza do Amarone
Gigante gentil – é a mais concisa descrição do Amarone, que entra no trio dos mais emblemáticos vinhos da Itália, a par do Barolo e Brunello di Montalcino. Para a família Boscaini é mais do que uma técnica, é a filosofia de vida e um objecto de estudo constante que reflete uma grande expertise e uma mestria indiscutível.
Amarone não é o nome da região, nem da casta, como é habitual em Itália. A região chama-se Valpolicella, supostamente do latim “Vallis-polis-cellae” – “Vale de muitas adegas”, e fica no Noroeste da Itália, entre Verona e o lago Garda. Está quase na mesma latitude de Bordeaux (embora isto não signifique a semelhança absoluta do clima) e as condições climatéricas bastante frescas nem sempre permitem a maturação ideal. Isto levou à necessidade de secar as uvas depois da vindima para obter os vinhos mais concentrados do que os típicos Valpolicella. Assim desenvolveu-se o método de appassimento ainda no século IV. Os vinhos resultantes desta técnica eram doces, chamados Recioto della Valpolicella.
O Amarone surgiu já depois da II Guerra Mundial e muito provavelmente foi por acaso. Deixou-se o mosto a fermentar até ao fim, ficando todo o açúcar convertido em álcool. O vinho encorpado, tânico, potente e bastante alcoólico, por contraste com o habitual Recioto pareceu amargo (“amaro” em italiano), sendo batizado “Amarone”.
É um vinho de lote, onde a casta Corvina tem uma presença maioritária e dá estrutura e profundidade ao vinho. Rondinela é a sua maior assistente – confere corpo e cor –, enquanto a mal-amada Molinara é utilizada cada vez menos. Ao contrário dos outros, Boscaini acha que ela tem a sua importância, por adicionar acidez e alguma especiaria extra ao vinho.
Há mais castas autorizadas em percentagens limitadas para produção de Amarone, Valpolicella e Recioto. Sandro descobriu e recuperou uma delas, que estava praticamente extinta. Chama-se Oseleta, o que significa “pequeno pássaro” no dialeto do Veneto. Amplifica taninos e estrutura e contribui com acidez. Também melhora a cor, tendo em conta que a Corvina durante o appassimento perde alguma capacidade corante.
Todos os vinhos da Masi com rótulos pretos contêm Oseleta.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34121″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Botrytis ou não botrytis?
Esta questão é bastante polémica na produção de Amarone. O desenvolvimento de botrytis (um fungo que quando ataca cachos maduros resulta em podridão nobre) geralmente não é procurado no appassimento. A experiência da Masi mostra que das três castas principais a Corvina é a mais suscetível a botrytis. Quando o tempo de appassimento é superior a três meses, alguns cachos ficam parcialmente afectados. Sandro considera que isto não tem grande impacto a nível olfactivo, mas aumenta o teor de glicerol e consequentemente a viscosidade, conferindo a típica percepção de doçura e textura aveludada.
Depois do appassimento, o mosto fica extremamente rico em açúcar, o que dificulta a vida das leveduras. Demoram mais de 10 meses para convertê-lo em álcool, e a fermentação tão lenta cria problemas com oxidação. Para acelerar o processo os especialistas da Masi isolaram as leveduras específicas que conseguem trabalhar num ambiente com alto teor de álcool, permitindo uma fermentação estável e sem paragens, que fica completa em menos tempo.
Masi Costasera Riserva conta com 70% de Corvina, 15% de Rondinella, 10% de Oseleta e 5% de Molinara. O appassimento é particularmente longo – mais de 120 dias – nas gavetas abertas de bambu e com controlo rigoroso sobre temperatura e humidade. Em Fevereiro os cachos perdem cerca de 40% do seu peso por desidratação e alguns ficam atacados por botrytis (apenas Corvina). Depois de parcialmente desengaçadas e prensadas, as uvas começam a fermentar em barricas grandes (botti) de carvalho eslavo ou em inox. A fermentação demora cerca de 45 dias devido ao açúcar acumulado. Depois o mosto é inoculado com leveduras específicas para aguentar o elevado teor alcoólico e a fermentação continua por mais 35 dias já nos toneis com capacidade de 30-40hl, seguida da fermentação maloláctica. O estágio de 40 meses decorre nas barricas de carvalho francês e eslavo, novas e usadas. Ainda passa pelo menos 6 meses na garrafa antes de ser lançado para o mercado.
O lote de Vaio Armaron é constituído por 70% de Corvina, 20% de Rondinela e 10% de Molinara. É feito da semelhante forma, mas fermenta e estagia em toneis de carvalho eslavo, com uma passagem de 4 meses em cascos de cereja.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34122″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Ripasso com caráter
Entre o delgado e ácido Valpolicella e o rico e encorpado Amarone existe um outro tipo de vinho – Ripasso. Foi “inventado” por Guido Boscaini, pai de Sandro, que andava à procura de uma forma de fazer um meio-termo entre os dois estilos. Utilizou-se o bagaço não prensado depois de fermentar Amarone ou Recioto para macerar o vinho novo da mesma vindima.
A primeira versão do vinho Campofiorin Ripasso 1964 foi lançado em 1967 e nos anos 80 ficou bem conhecido comercialmente. A Masi registou a palavra “Ripasso” e os outros produtores, mesmo copiando o método, não podiam usá-la nos seus rótulos. Na viragem do século o Ripasso tornou-se num clássico italiano, teve um grande sucesso dentro e fora do país. A Masi acabou por ceder a marca à Câmara do Comércio de Verona para usufruto de todos os produtores.
Entretanto, Sandro não estava satisfeito com o Ripasso, que praticamente era um subproduto do Amarone. O bagaço nesta fase já está muito extraído pela maceração e fermentação prévia. Restam poucos compostos aromáticos e extraem-se taninos agressivos e amargos, presentes principalmente em grainhas, e muitas vezes com notas evolutivas pronunciadas.
Por isso, nos anos 80, substituiu bagaço por uma parte de cachos com um ligeiro appassimento. Para Boscaini isto foi uma evolução do Ripasso e na Masi praticam este método até os dias de hoje. Mas como não é reconhecido pelo Consorzio de Valpolicella, o vinho é certificado como IGT Rosso del Veronese. É uma espécie de Super Veneto, portanto.
No lote para o Brolo Campofiorin Oro, 80% são de Corvina, 10% Rondinella e 10% Oseleta As uvas são divididas na vindima: 70% vinificam imediatamente e 30% (apenas Corvina e Rondinella) são deixadas a secar, embora não até ao mesmo grau do Amarone, apenas cerca de um mês e meio. Depois são desengaçadas, prensadas e colocadas na cuba de fermentação, onde logo a seguir é adicionado o vinho novo já fermentado. Graças ao açúcar que concentrou durante o appassimento, começa uma segunda fermentação. Segue-se o estágio de 24 meses, 70% em barricas de carvalho francês de tosta média e 30% em barricas de carvalho eslavo. O vinho ganha mais estrutura e mais aromas devido ao appassimento, mantendo a simplicidade e a frescura do vinho base.
O vinho Poderi BellOvile é o fruto da colaboração com a família Serego Alighieri em Toscana. Lote de 80% Sangiovese, 15% Canaiolo e 5% Ciliegiolo de agricultura biológica. Estagiou 12 meses em barricas de 600 litros – 50% novas, 25% de segundo ano e 25% de terceiro ano.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº21, Janeiro 2019

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

SIGA-NOS NO INSTAGRAM
SIGA-NOS NO FACEBOOK
SIGA-NOS NO LINKEDIN
APP GRANDES ESCOLHAS
SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER
Fique a par de todas as novidades sobre vinhos, eventos, promoções e muito mais.