O primeiro Grande Reserva da Comenda Grande

Com a vinha plantada em 2002 e os primeiros vinhos cá fora poucos depois, a família Noronha Lopes viu finalmente chegar a altura de lançar o seu primeiro Grande Reserva. Só porque o ano permitiu…

 

TEXTO António Falcão NOTAS DE PROVA Luís Lopes FOTOS Ricardo Palma Veiga

FOI preciso esperar quase uma década para a equipa Herdade da Comenda Grande decidir que finalmente tinha um vinho tinto que estivesse à altura da qualidade que um Grande Reserva da casa merece. Não que os vinhos até aí não fossem bons. Porque eram. Mas, seja pela idade da vinha, seja pelo histórico, ou pela qualidade do ano de 2013 pelas paragens de Arraiolos, onde a herdade se situa, o que é facto é que as circunstâncias se conjugaram para a realização deste sonho.

A maior responsabilidade coube a Francisco Pimenta, o enólogo da casa desde o início. Trabalha sobretudo com António Lopes, gestor agrícola, e com o irmão Nuno, mais ligado à área comercial e de marketing. O pai de ambos, António Lopes, empresta a sabedoria de uma vida vivida junto à terra. Há muitas décadas que aqui se faz vinho, na altura nas tradicionais talhas de barro, resultando numa produção pequena, para consumo interno e para venda às gentes da região. Por isso, a experiência de António Lopes reside especialmente nas culturas tradicionais (cereais, olival, por exemplo) e gado. Como nos disse em tempos: “Despejei para aqui o bolso e agora serão os meus filhos a seguir o projecto.”

Quem segue a empresa desde o início não pode deixar de notar o afinamento ao longo dos tempos. É natural que assim seja: Francisco Pimenta vai conhecendo cada vez melhor a vinha de 42 hectares e as respectivas uvas, e está “a fazer a mão aos vinhos”. “Temos estado a redefinir o estilo, mais elegante e com menos álcool”, garante o técnico. Por outro lado, as duas maiores referências em volume – o colheita Comenda Grande e o bagin-box Comendinha – têm levado uma parte das melhores uvas. António Lopes disse-nos que já têm “sacrificado lotes especiais para manter a qualid de do colheita”. Em anos especiais, como o de 2013, quando a qualidade da uva é muita alta, tal não é necessário. Nesse ano, três castas tiveram um comportamento extraordinário: Alicante Bouschet, Syrah e Touriga Nacional.

As melhores uvas foram a vinificar em separado e fez-se o lote para o Grande Reserva, que estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês. Foram apenas feitas 2.000 garrafas. O preço da garrafa reflecte a exclusividade. Para o futuro mais próximo é intenção dos proprietários ampliar a adega, instalada num antigo armazém.

A apresentação do Grande Reserva decorreu no restaurante Carnealentejana, na Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa. Comida bem feita e carne de alta qualidade, a fazer jus aos vinhos bebidos.

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