Agora que o craque italiano faz a sua estreia como treinador na Juventus, resta-nos partilhar a segunda paixão do ex-médio-defensivo. Andrea Pirlo é também produtor de vinho, em Castel Mella, na província de Bréscia, na Lombardia.
Mariana Lopes
A empresa de Pirlo, Pratum Coller, produz mais de trinta mil garrafas por ano, entre brancos, tintos, rosés e, mais recentemente, também espumantes. L’Eos foi o primeiro vinho — um rosé de Sangiovese e Merlot — mas também fazem parte do portfólio as marcas Nitor (da casta branca Trebbiano di Lugana), Marzi (da casta tinta Marzemino), Redeo (Marzemino, Pinto Noir, Cabernet Sauvignon, Merlot, Sangiovese e Barbera), Monos (um vinho doce “passito”) e Arduo. Este último — um lote de Sangiovese, Marzemino, Merlot e Cabernet Sauvignon e com estágio em barricas de carvalho francês — reflecte, segundo Andrea, o lema da família “Não se atingem objectivos sem dificuldades”.
Ao site italiano La Repubblica, Andrea Pirlo explica a origem da sua dedicação ao vinho, que é, na verdade, familiar: “Quando o meu irmão e eu éramos pequenos, os meus pais davam-nos um dedal de vinho misturado com água. É esta a minha primeira memória relacionada com o vinho e foi assim que comecei a apreciá-lo. O meu pai e a minha mãe cresceram nas vinhas e morara numa quinta junto ao sítio onde agora está a minha empresa. Colhíamos as uvas todos juntos, com os meus tios e outros familiares, fazíamos tudo em família. Foram momentos e memórias maravilhosos que ficaram no meu coração”. E adianta como isso se tornou em negócio: “Aos poucos fui decidindo comprar vinhas ao lado das da mina família e embarcar nesta nova aventura. Fazer vinho é uma coisa bonita para mim, pois cria um vínculo forte com as minhas lembranças de infância”.
A filosofia da Pratum Coller é o que Pirlo define como “à escala humana”, tendo como conceitos a produção biológica, o baixo impacto ambiental e a biodiversidade. “Agora dedico-me muito mais à empresa e, quando posso, acompanho pessoalmente todas as fases de produção, ainda que a minha parte favorita seja o engarrafamento e a prova”, revela Andrea.
Quanto ao equilíbrio entre o amor pelo vinho e a prestação como jogador que, até 2018, teve de se manter em alto nível, o treinador da Juventus descortina: “Em plena actividade competitiva, bebia alguns copos de vinho depois dos jogos. Durante a semana, um jogador tem de ter muito cuidado, principalmente quando os jogos se aproximam, mas após, podem fazer-se algumas excepções, sobretudo quando se ganha…”.