TEXTO António Falcão
Foram várias as empresas produtoras portuguesas a entrar nesta espécie de concurso em que os jurados são apenas escanções (sommeliers) ou profissionais de compras para garrafeiras, lojas, wine bars e grandes retalhistas. Entram ainda uma série de consultores independentes na área do vinho, assim como Master Sommeliers e Masters of Wines. No meio, vários portugueses, incluindo um dos Team Leaders do júri, André Luis Martins. André trabalha como chefe de sommeliers num grande clube inglês, com mais de 3.000 sócios.
Este concurso terá tido cerca de 3.500 amostras de vários países. A metodologia é um pouco especial: tal como em outros concursos, os vinhos são provados às cegas e agrupados em categorias. Mas os jurados sabem quanto custa cada garrafa e usam parâmetros de avaliação ligeiramente diferentes: capacidade para harmonizar com comida, versatilidade, tipicidade, personalidade e, muito importante aqui, relação preço/qualidade em qualquer categoria de preço.
Num primeiro momento, foram provados todos os vinhos, Cerca de 25% recebem uma menção Commended (estilo menção honrosa). Cerca de metade passa a uma segunda ronda, onda são decididas as medalhas de Bronze, Prata e Ouro.
Depois existem ainda 4 prémios especiais, atribuídos a vinhos medalhados a Ouro que tenham mostrado serem muito bons em pontos especiais. Um deles é o Pub & Bar, que viu um vinho da DFJ Vinhos ser galardoado: trata-se do Bigode Lisboa tinto 2018, que mostrou ser boa compra e muito versátil, ou seja, tão bom a solo como a acompanhar comida. Finalmente, existem ainda troféus para os melhores entre os melhores, mas nenhum vinho português lá entrou. Mas o ano passado, por exemplo, a Casa Ermelinda Freitas levou para casa o Troféu “European Producer of the Year”.
De resto, este ano os vinhos portugueses portaram-se bem, trazendo 27 das 360 medalhas de Ouro; uma delas foi para um vermute da Poças. Para terras lusas vieram ainda 32 das 432 ‘pratas’ e também 32 dos 513 ‘bronzes’. A nível de ‘Commended’, 56 das 860 vieram para Portugal.
A Casa Ermelinda Freitas foi o produtor que mais medalhas trouxe, com 21 (4 Ouro, 6 Prata, 2 Bronze e 9 Commended), logo seguido do vizinho Adega de Pegões (18, sendo 4 Ouro, 4 Prata, 2 Bronze e 8 Commended). A Sogevinus (com as marcas Kopke, Cálem e Barros) conseguiu 14 e a DFJ Vinhos 12.
Falando da edição deste ano, a directora do concurso, Micaela Martins Ferreira, disse que: “Todos os anos temos vinhos de muito alto nível e é fantástico vermos amostras que vêm de todo o lado do mundo. Este ano a diversidade brilhou a grande altura”.
Mais informações no site do concurso.
Veja de seguida a lista dos ouros (à excepção do vermute da Poças), separados por categorias e ordenados depois alfabeticamente.
Medalhas de Ouro no Sommelier Wine Awards 2020
GENEROSOS
Adega de Pegões Moscatel de Setúbal
Justino’s Madeira Malvasia 10 Years Old
Kopke 10 Year Old Tawny
Kopke Colheita 1980
Kopke Colheita 1981
Kopke Colheita White Port 2003
Krohn Porto Vintage 2017
Poças Porto LBV 2013
Quinta da Gaivosa LBV 2015
Quinta do Vallado 20 Year Old Tawny
TINTOS
Adega de Pegões Reg. Península de Setúbal Cabernet Sauvignon 2016
Adega de Pegões Reg. Península de Setúbal Grande Reserva 2016
Azamor Single Estate Alentejo 2016
Bigode Lisboa 2018 (DFJ Vinhos) Pub & Bar award
Casa da Passarella A Descoberta Dão 2017
Castelo do Sulco Seleção dos Enólogos Lisboa Reserva 2019
Dona Ermelinda Reg. Península de Setúbal Reserva 2017
Indelével Alentejo 2019 (Parras Wines)
Quinta da Silveira Douro Reserva 2011
Quinta do Paral Alentejo Reserva 2017
Terras do Pó Castas Reg. Península de Setúbal Syrah/Petit Verdot 2017
BRANCOS
Campos do Minho Vinho Verde 2018 (Casa Ermelinda Freitas)
Casa da Passarella Abanico Reserva 2018
Dona Ermelinda Reg. Península de Setúbal Reserva 2018
Fontanário de Pegões Reg. Península de Setúbal 2018
Vila Nova Vinho Verde 2019