Porto Vintage 2016 encaminha-se para ano “clássico”

Symington Family Estates, Sogrape Vinhos, Sogevinus, Quinta do Noval e Quinta da Romaneira são alguns dos produtores de Vinho do Porto que já declararam que 2016 será ano de Vintage clássico. Os enólogos e produtores destas casas foram definitivos em identificar este ano como “excepcional” para o Vinho do Porto. Por exemplo, Charles Symington declarou que “os Portos Vintage 2016 são excepcionais, com taninos que estão entre os mais refinados de sempre”. O director de produção da Symington falou ainda de vinhos com “estrutura e equilíbrio, com acidez, taninos e cor num raro alinhamento perfeito”.
Já Luís Sottomayor, o enólogo da Sogrape, realça a “robustez e estrutura” dos vinhos da colheita de 2016 e antecipa um perfil de Vintage “com níveis de complexidade, cor e estrutura absolutamente excepcionais, com taninos presentes, perfeitos para evoluírem na garrafa durante muitos anos”.
A boa matéria prima terá sido fundamental para os Portos Vintage de 2016. Christian Seely, Director Geral da Quinta do Noval, não hesita em dizer que “fazer os blends do Vintage da Quinta do Noval foi uma experiência emocionante. Os vinhos individuais que entraram no lote eram maravilhosos, e temos a certeza de que o blend final do nosso 2016 será um dos grandes Portos Vintage históricos da Quinta do Noval”.

Foto: cortesia Sogrape Vinhos

Climatericamente, o ano de 2016 também ajudou, claro, especialmente alguma chuva que caiu em 12 e 13 de Setembro desse ano. Quem se antecipou na vindima, com medo que a chuva fosse excessiva ou porque dependia de terceiros, não conseguiu colher uvas tão boas como os que esperaram. Charles Symington deu extrema ênfase ao período pós-chuva: “2016 foi um ano em que interpretar correctamente os sinais na vinha se revelou crucial. (…) Os melhores Portos da Symington de 2016 foram produzidos durante este período, sob céu limpo”. Mas, com vindimas que se prolongaram até Outubro, “foi necessário correr alguns riscos”, termina o técnico.
Na Symington pode esperar pelos Cockburn, Dow’s, Graham’s, Warre’s, Quinta do Vesúvio. Na Sogrape, os Vintage 2016 serão, como usual das marcas Ferreira, Sandeman e Offley. A Quinta do Noval vai lançar os seus dois topos, o Quinta do Noval e o Quinta do Noval Nacional, o mesmo acontecendo com o Quinta da Romaneira Vintage, marca que tem ligações estreitas à Noval. No grupo Sogevinus falamos das marcas Kopke, Burmester, Cálem e Barros.

Não se pode ainda falar de declaração generalizada de Vintage porque faltam ainda algumas empresas anunciarem a sua decisão. Entre elas, avulta o grupo Fladgate, que tem a Taylor’s e Fonseca como marcas mais conhecidas e que é muito importante nas chamadas ‘categorias especiais’, que englobam os Vinhos do Porto com maior valor comercial. Outras casas, como Ramos Pinto, Poças ou Niepoort, por exemplo, ainda não deram sinais, mas esta última, pelo menos, não deverá declarar 2016.

Inovador nesta sucessão de declarações foi o facto de algumas casas “portuguesas”, como a Sogrape, não terem esperado pelas firmas “inglesas” (Symington e Fladgate) para avançar, ao contrário do modelo habitual, em que as britânicas lideram o processo de declaração. Por outro lado, a aposta em 2016 coloca evidente pressão sobre a colheita de 2017, também ela de excepcional qualidade para o Vinho do Porto. Mas declarar dois anos consecutivos tem sido até agora um “tabu” no sector… (AF e LL)

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