Vinhos para a eternidade

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A Madeira Wine Company tem passado por uma profunda renovação ao longo da última década. E enquanto os vinhos produzidos na nova adega estagiam nos cascos, a empresa foi à arca dos tesouros e apresentou no Funchal quatro Frasqueira. Os Miles Tinta Negra 1997, Cossart Gordon Sercial 1985, Cossart Gordon Bual 1989 e Blandy’s Malvasia 1977 reforçam o impressionante portefólio de grandes e longevos Madeira desta casa histórica.

TEXTO Luís Lopes

A empresa Madeira Wine Company nasceu de forma faseada, tendo o primeiro passo sido dado em 1913 quando dois exportadores, Welsh & Cunha e Henriques & Câmara, decidiram juntar forças e criaram a empresa então chamada Madeira Wine Association. A pouco e pouco, outros importantes exportadores foram aderindo, num total de vinte e oito, sendo de realçar a entrada da Blandy & Leacock em 1925, da Rutherford & Miles em 1951 e da Cossart Gordon em 1953. A partir de 1981 a firma recebeu o nome definitivo de Madeira Wine Company (MWC).
Desde os anos 70 que a empresa é controlada pela família Blandy, com um interregno de uma década, entre 1991 e 2011, ao longo da qual a família Symington (do vinho do Porto e Douro) obteve a maioria do capital através de uma parceria estratégica iniciada anos antes e que trouxe importantes contributos comerciais, de gestão e de produção, à MWC. Em 2011 a família Blandy recomprou a sua parte, tendo a família Symington permanecido como sócio minoritário e assegurando a distribuição dos vinhos Blandy’s e de outras marcas da empresa nos mais importantes mercados, como EUA (o primeiro mercado Madeira em valor), Reino Unido e Portugal.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” equal_height=”yes” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Representando a sétima geração da família, o jovem Chris Blandy é o actual CEO da empresa e, com o enólogo Francisco Albuquerque, forma a dupla de principais responsáveis pelo profundo processo de renovação ocorrido ao longo da última década e que levou ao investimento de cinco milhões de euros.
O passo mais significativo foi a transferência da estrutura de administração, produção e armazenagem de vinhos, do Funchal para a nova adega e armazéns situados na Zona Franca Industrial da Madeira, no Caniçal, processo iniciado em 2014 e finalizado em 2017. Estas modernas instalações foram projectadas de forma “eco friendly”, promovendo as reduções de consumo de água, a utilização racional de electricidade (incluindo o recurso a energia solar) e integrando critérios ambientais na seleção de matérias-primas e de embalagens.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”40″][image_with_animation image_url=”32628″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” equal_height=”yes” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Nos históricos e lindíssimos armazéns do Funchal, conhecidos por Blandy’s Wine Lodge, ficou o envelhecimento em canteiro tradicional (cascos de carvalho colocados nos sotãos, beneficiando do calor natural do sol) e o enoturismo, fundamental no caso dos vinhos Madeira, quer como gerador de receita directa, quer como promotor da imagem de marca.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32635″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Investigação como factor de qualidade
A investigação é também uma aposta da MWC, nomeadamente na área de vinificação e envelhecimento, e em particular na estufagem (aquecimento dos vinhos em cubas) e canteiro. O experiente Francisco Albuquerque, em colaboração com a sua equipa de enologia e universidades da Madeira e do continente, tem promovido diversos estudos nesta área, aplicando depois as suas conclusões aos processos de produção. O primeiro destes trabalhos decorreu entre 2003 e 2007 e procurou aprofundar a cinética da estufagem do vinho, através da monitorização de diversas temperaturas de estufagem, avaliando o comportamento das moléculas aromáticas para encontrar a temperatura ideal que produza os efeitos desejados sem as tradicionais notas empireumáticas negativas (aromas queimados). Após a conclusão desse trabalho, a MWC passou da tradicional estufagem de três meses a 55ºC para quatro meses a 45ºC, com resultados muito positivos nos vinhos de entrada de gama, de 3 anos de idade, feitos com a casta Tinta Negra.
Entre 2012 e 2015 foi feito outro trabalho de investigação, desta vez comparando os efeitos da estufagem com o canteiro tradicional. Francisco Albuquerque refere a este propósito que encontrando a correcta temperatura de estufagem para cada casta o vinho estufado não perde qualidades face ao processo de canteiro. Ainda que, na MWC, os vinhos a partir de 5 anos, e nomeadamente os das castas brancas (Sercial, Verdelho, Boal e Malvasia) sejam todos envelhecidos em canteiro, este estudo sugere que, no futuro, a estufagem poderá eventualmente ser alargada a esta gama sem perda de qualidade.
Desde 2017 e até 2020 decorre nova investigação, que passa pela monitorização de todos os armazéns da empresa onde o vinho envelhece em cascos ou sistema de canteiro, medindo as temperaturas e humidades quatro vezes por dia. Os vinhos são os mesmos nos vários armazéns e os cascos iguais, comparando-se a sua evolução organoléptica (aroma e sabor) e química. Ao mesmo tempo são feitas cromatografias para ver que compostos se formam e quais os que se perdem. O objectivo será determinar quais os armazéns com a melhor temperatura e humidade para envelhecer o vinho de canteiro e tentar descobrir os compostos ou moléculas responsáveis por essa evolução.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32636″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A vinha da ilha verde
A Madeira é um jardim, como diz a canção, e uma parte desse jardim é formado por vinha, plantada desde o nível do mar até aos 800 metros de altitude. Segundo os dados oficiais de 2018, a ilha possui 445 hectares de vinha apta a produzir vinhos com denominação Madeira (o vinho licoroso) ou Madeirense (vinho não fortificado). Excluem-se destas contas as plantações de uvas de mesa e a área ainda considerável de uvas híbridas de “produtor directo”, como as das variedades Jacquet e Isabela, que continuam a ser vinificadas pelos lavradores para consumo próprio.
Dos 445 hectares, mais de metade (238) são ocupados pela Tinta Negra, casta extremamente plástica, uma espécie de “pau para toda a obra”, que hoje começa finalmente a ser reabilitada após largas décadas considerada como inferior, face às mais “nobres” castas brancas regionais. Está plantada maioritariamente na zona sul da ilha, mais quente, seca e soalheira. A uva branca Verdelho estende-se por cerca de 58 hectares, sobretudo na zona norte da ilha, mais fresca e húmida. É normalmente vinificada em vinhos de estilo meio seco, mais doces portanto do que os vinhos de Sercial, mas mais secos do que os Boal e Malvasia.
Falando desta última, a Malvasia de São Jorge (diferente da Malvasia Cândida, por sinal a primeira a chegar à Madeira e de que hoje existem apenas 2 hectares) segue-se ao Verdelho em área plantada, com 35 hectares, a maioria na zona norte (freguesia de São Jorge) mas também no sul, perto do Funchal. Dá origem aos vinhos mais doces. Depois vem a uva Sercial (chamada Esgana Cão em Bucelas), que origina os vinhos mais secos de todos os Madeira e está plantada em 25 hectares, nomeadamente em Porto Moniz e Seixal, na zona norte, e Jardim da Serra, a sul. E para completar o quarteto das castas brancas mais conhecidas, temos a Boal (que também se pode escrever Bual e é chamada Malvasia Fina no continente), com 13 hectares, cultivados essencialmente na zona sul, na Calheta e Campanário, dando origem aos vinhos meio doces, apenas um pouco mais secos do que os Malvasia. Uva nobre mas de diminuta produção, é também a branca Terrantez, com apenas 4 hectares plantados, mas com tendência a crescer devido aos incentivos das empresas produtoras, e nomeadamente a MWC, junto dos viticultores.
A MWC compra uvas por toda a ilha, com contratos com mais de 300 viticultores, muitos deles com propriedades inferiores a 0,3 hectares. Os lavradores de maior potencial são acompanhados de perto pela empresa, de forma a assegurar a qualidade da matéria-prima recebida na vindima. A companhia possui ela própria três propriedades, duas na zona norte – a Quinta do Bispo, com 5 hectares de Sercial, Verdelho e Malvasia; e a Quinta do Furão, com 2 hectares de Sercial e Verdelho – e uma na zona sul, a Quinta de Santa Luzia, pertencente a um dos membros da família, Andrew Blandy, onde existe uma pequena vinha experimental de 1 hectare com as uvas Sercial, Verdelho, Terrantez, Boal e Tinta Negra.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Os notáveis Frasqueira
Existem várias categorias de vinhos Madeira que, de forma simplificada, se podem dividir em duas: os vinhos de lotes, misturando várias colheitas, e os vinhos de uma só colheita. Os primeiros incluem os Madeira mais básicos, vinhos com 3 anos de idade, elaborados, regra geral, a partir de Tinta Negra, e também vinhos de complexidade e idade crescente: 5, 10, 15, 20, 30 e “mais de 40 anos”. Do outro lado estão os vinhos de uma só vindima, os Colheita e os Frasqueira. O Colheita deverá ser envelhecido em casco, de forma contínua, pelo menos durante 5 anos e até 18 anos, com data de engarrafamento no rótulo. Já o Frasqueira (também por vezes chamado Garrafeira ou Vintage), deverá passar pelo menos 20 anos contínuos em casco, ter envelhecimento exclusivo em canteiro e data de engarrafamento no rótulo.
Frasqueira é, portanto, a mais nobre e prestigiada categoria de Vinho Madeira e foi neste segmento que a MWC apostou para lançar recentemente no mercado quatro novos vinhos, o Miles Tinta Negra 1997 (não vendido no continente, apenas na ilha e na exportação), os Cossart Gordon Sercial 1985 e Bual 1989, e o Blandy’s Malvasia 1977.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32637″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]São vinhos engarrafados em muito pequenas quantidades (das 645 garrafas de 75cl do Malvasia às 787 do Bual, para além de algumas dezenas de meias garrafas, magnum e double magnum), que expressam da melhor forma o solo vulcânico e o clima subtropical de influência fortemente atlântica desta ilha. Vinhos de carácter vincado, de aromas e sabores intensos e marcantes, praticamente eternos na sua longevidade. Quando se sabe que em 2019 serão celebrados os 600 anos da chegada dos portugueses à ilha da Madeira, estes quatro Frasqueira são uma espécie de comemoração antecipada. Não sei se durarão outros 600 anos, mas como, até à data, não há registo de um Madeira se ter estragado, quem sabe onde chegarão?[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº19, Novembro 2018

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