A Santos e Seixo chegou a casa

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

A Santos e Seixo soube criar, em menos de seis anos no activo, uma imagem forte no mundo do vinho português. Enologia cuidada e preços competitivos garantiram o crescimento do projecto, mas faltava-lhe ganhar raízes na terra. Em 2019 esse passo foi dado. Começa uma nova era e, com ela, abrem-se novos horizontes.

TEXTO Luís Francisco
NOTAS DE PROVA Valéria Zeferino
FOTOS Ricardo Gomez

Corria o ano de 2009 quando Alzira Santos, no regresso de um périplo pela América do Sul e EUA, teve uma conversa com Pedro Seixo, filho da sua grande companheira de viagens. “Foi um desafio”, recorda Pedro: “Disse-me que viajava muito, mas era um desconsolo não encontrar vinhos portugueses em lugar nenhum… E que devíamos fazer alguma coisa para mudar isto.” A ideia não pegou logo, mas hoje, uma década depois, facilmente se percebe que deu frutos e a Santos e Seixo, oficialmente registada a 3 de Janeiro de 2014, está em franco crescimento e afirmou-se em poucos anos pela consistência e qualidade dos seus vinhos. A preços bem contidos.
Em 2019, ouvimos falar muito deles. As notícias habituais, com prémios internacionais e críticas elogiosas nas publicações da especialidade; e outras inéditas: a Santos e Seixo passava a ser proprietária de vinhas. Primeiro acrescentou ao seu portefólio uma quinta no Douro (neste momento, com um contrato de utilização por quatro anos, mas a cláusula de compra vai ser accionada – “Não temos dúvidas”) e várias vinhas; depois adquiriu a empresa Encostas do Sobral, em Tomar, região do Tejo. Dois investimentos cujo montante não é partilhado, mas que responderam a necessidades diferentes da empresa, que agora assume a ambição de crescer de forma ainda mais acentuada.
Pedro Seixo está sentado à mesa, no pátio da sua nova quinta duriense, a Quinta do Pinheiro, Casal Agrícola de Cevêr, com a equipa da Grandes Escolhas, rodeado por Pedro D’Orey, director comercial – e “futuro sócio”, garante o líder da Santos e Seixo –, e Luciano Madureira, o enólogo responsável pelos vinhos a Norte (no quadrante Sul, essa função passa a ser assumida por Pedro Sereno, antigo proprietário e enólogo da Encostas do Sobral). Cada um deles é a face humana do que Pedro Seixo explica a seguir: o investimento nesta propriedade do Douro foi “institucional”; a aquisição no Tejo foi “estratégica”. Com a primeira, a Santos e Seixo ganhou uma casa; na Encostas do Sobral encontra uma unidade produtiva estrategicamente colocada a meio do território nacional.
“Este ano estamos a entrar nas Feiras de Vinho das grandes superfícies e o mercado interno pede mais vinho. Estamos também a ganhar muitos clientes novos lá fora, que nos falam com frequência em conhecer a nossa casa”, explica Pedo Seixo. Aumentar a produção, alargando a âmbito da empresa a novos vinhos de gama de entrada, que possam chegar a mais pessoas, é um objectivo assumido. Solidificar a imagem e o estatuto da empresa, é outro.
Luciano Madureira é um duriense de gema, que começou a trabalhar exactamente em Santa Marta de Penaguião, onde se situa o Casal Agrícola de Cevêr. Foi ele quem ajudou Pedro Seixo durante três anos de busca contínua pela região, até que a oportunidade, a paixão e o local certo se encontraram finalmente aqui. A Santos e Seixo queria que a sua casa fosse no Douro, a mais emblemática e respeitada região vitivinícola do país. E já o conseguiu. Por outro lado, também queria que os seus vinhos fossem “bebidos todos os dias, não apenas em dias especiais”. E é neste capítulo que entra em cena o comercial Pedro D’Orey, ex-Casa Santos Lima, como se diz no futebol.
Pedro trouxe consigo a bagagem de um produtor que se afirma pela sua presença internacional, pela capacidade de ir ao encontro do que o cliente quer e por uma política praticamente imbatível na relação qualidade-preço. Na Santos e Seixo, é exactamente isto que quer pôr em prática. E não tem medo das palavras: “No prazo de dois anos, quero dobrar as vendas e passar a fasquia do milhão de garrafas. Tenho todas as condições para o fazer.”

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No seu ano de estreia no mercado, a Santos e Seixo, na altura ainda em colaboração com a Casca Wines, fez 50.000 garrafas com chancela própria e colocou outras 40.000 numa marca da cadeia Pingo Doce. Em 2019, apenas cinco anos depois, pode somar às 300.000 que produziu e engarrafou outras tantas com origem na Encostas do Sobral. Daqui a dois anos deverão ser 1,2 milhões, promete Pedro D’Orey.
Para já, no mercado internacional, que representa 50% do volume de negócios da empresa (sem a Encostas do Sobral, essa percentagem sobe para os 80%), a Santos e Seixo está presente em quase duas dezenas de países ou territórios (Alemanha, Bélgica, Bermudas, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estónia, EUA, França, Holanda, Irlanda, Japão, Macau, Nova Zelândia, Polónia, República Checa, Rússia, Suíça). O México juntar-se-á em breve a esta lista e a Ucrânia “pode estar próxima” de seguir o mesmo caminho. O Brasil, a China e a Rússia são os destinos mais relevantes da exportação e a mera dimensão demográfica destes colossos colocava desafios importantes: perante encomendas maciças, a empresa “não podia ficar dependente de terceiros”.
Por “terceiros” leia-se: os donos das vinhas a quem a Santos e Seixo comprava as uvas. Garantir uma dose mínima de auto-suficiência a esse nível tornou-se premente. Em 2019, finalmente, a empresa pode respirar fundo. Detém neste momento cerca de 105 hectares de vinhas próprias, entre Douro e Tejo, para além de outros 60 a 70 de vinhas alugadas, incluindo 35 hectares na zona de Portalegre, de onde saem os seus vinhos alentejanos. Mas o “radar” continua ligado e, nomeadamente na zona de Santa Marta de Penaguião, há sempre disponibilidade e interesse em ouvir propostas para aquisição de pequenas parcelas contíguas às vinhas da casa.
A Santos e Seixo faz neste momento vinhos em cinco regiões: Verdes, Douro, Tejo, Lisboa e Alentejo. Na primeira, com um vinho mais comercial, sob a chancela Rotas de Portugal (transversal a outras regiões nacionais), e um Reserva Alvarinho Santos da Casa, da sub-região de Monção e Melgaço – a ideia é restringir a marca Santos da Casa aos vinhos do Douro, mas este foi um pedido expresso de Alzira Santos a que Pedro Seixo não podia, nem queria, dizer que não…
Salvo essa excepção, o Douro será o berço exclusivo dos vinhos Santos da Casa, mas uma grande novidade está a caminho das prateleiras: os Perspectiva, Colheita e Reserva, que pretendem ser vinhos de gama mais acessível. E, já agora, destapando um pouco o véu, também podemos aguardar pelos néctares-ícone que sairão das vinhas de Luciano Madureira, junto às quais já nasceu a nova adega-boutique da Santos e Seixo. Um destes dias vai ouvir falar de Valle da Estrada…
No Tejo, onde a empresa tem autorização para fazer e engarrafar vinhos de todo o país menos Douro e Algarve, a gama Encostas do Sobral vai manter-se e de lá sairão também outras marcas próprias e vinhos para o portefólio de grandes superfícies. Lisboa entra no rol das propostas Rotas de Portugal e o Alentejo passa a alinhar sob a chancela Duquesa Maria. A gama de vinhos da casa vai dos 2,5 aos 50 euros e a descoberta, num balseiro, de um Tawny muito velho no armazém da Casa Agrícola de Cevêr permite imaginar que daqui a uns anos o intervalo de preços será ainda maior…[/vc_column_text][vc_gallery type=”nectarslider_style” images=”40675,40674,40677,40676,40680″ bullet_navigation_style=”see_through” onclick=”link_no”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]História de sucesso
Com tudo isto, a empresa já congrega os esforços de 22 pessoas. À cabeça, Pedro Seixo, o líder da equipa, contando sempre com a cumplicidade a capacidade financeira de Alzira Santos, a sócia maioritária; depois, a mulher de Pedro, Cláudia, responsável financeira e de recursos humanos (e a pessoa que toma “decisões mais racionais”). A chegada de Pedro D’Orey trouxe uma nova agressividade comercial e uma mentalidade mais ligada ao consumidor comum; os responsáveis de enologia zelam pela autenticidade e qualidade dos vinhos. “O nosso maior activo são as pessoas”, resume Pedro Seixo.
São elas, portanto, as responsáveis por esta história de sucesso? O director-geral da Santos e Seixo, responde com outra pergunta: “Acha mesmo que esta é uma história de sucesso?” Tudo aponta nesse sentido, reforçamos… “Obrigado, é um elogio que me alegra muito. Mas não sei… ainda não atingi o ‘break-even’… Mas estamos perto.” E, sim, são as pessoas. “Os nossos vinhos têm consistência? É o trabalho dos enólogos”, afirma, apontando para Luciano Madureira, mas não esquecendo o homem que o acompanhou nestes primeiros anos, Paolo Nigra, que agora se desliga da empresa. “Conseguimos dar sempre mais ao cliente sem exagerar nos preços? É a equipa de vendas que faz bem o seu trabalho”, reforça de seguida.
Ao longo destes anos, Pedro Seixo foi construindo “um núcleo duro”, sem o qual, garante, não seria “ninguém”. “Repito: não escondo que o suporte financeiro que me é proporcionado pela Alzira [Santos] é essencial, mas escolher as pessoas certas é o mais difícil e é o que me dá mais gozo fazer. Se esta é uma empresa de sucesso e eu tenho alguma responsabilidade nisso, então foi a de ter escolhido as pessoas certas.”
Acima de tudo, está a atitude: “Tenho um sentido de ética; não é ser ingénuo nos negócios, é ter a noção da dignidade de quem está do outro lado. Dou tudo à minha equipa, mas espero retorno. Sou rápido a tomar decisões, mas a empresa tem de conseguir funcionar sem mim.” Depois, a noção de que só se cresce investindo. As aquisições aí estão, para provar que não estamos apenas a lançar palavras para o ar, mas há outros detalhes que confirmam a aposta: “Por exemplo, só neste ano, o nosso orçamento para viagens e feiras é de 200 mil euros.”
A prioridade será sempre fazer bons vinhos, elegantes e frescos. Pedro Seixo acredita que, no Douro, “as alterações climáticas vão pôr ainda mais o Baixo Corgo [a região mais ocidental e menos seca] no mapa da região” e a busca por vinhas em altitude é sustentada por essa filosofia. Visitamos duas, uma delas contígua à Vinha da Gaivosa, da empresa Alves de Sousa; a outra na zona de Medrões. Na primeira, encostas vertiginosas precipitam-se na direcção do rio Corgo, que corre lá em baixo vigiado pela silhueta negra e imponente do Marão; na segunda, um anfiteatro de extrema beleza fechado ao longe pela Serra das Meadas conduz-nos o olhar pela vasta paisagem duriense, um prodígio da Natureza a que os homens deram um toque de ficção científica. A Santos e Seixo chegou a casa.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Enoturismo e vinhos de quinta
Após anos de busca na região, Pedro Seixo encontrou finalmente o que procurava no Casal Agrícola de Cevêr: uma casa com história, beleza natural e vinhas de elevado potencial. A quinta em si é muito bonita, com jardins em patamares, piscina, uma estrutura moderna para eventos e uma casa com cinco quartos onde já funcionou um agroturismo. A aposta no enoturismo é quase inevitável e as ideias não faltam. Contígua ao núcleo urbano da propriedade, que fica à beira da EN2 mesmo à saída de Santa Marta de Penaguião, existe uma vinha com cerca de um hectare e, ao todo, a quinta agrega 20 hectares de vinhas espalhadas num curto raio de escassos quilómetros. A pequena adega junto à casa, com dois lagares em granito, ficará reservada a experiências de vinificação e actividades turísticas, uma vez que a empresa continuará a contar com a parceria da Rozés no Douro, enquanto a adega agora recuperada junto às vinhas (outros 20ha) partilhadas com o enólogo Luciano Madureira, na localidade próxima de Medrões, funcionará para vinhos de nicho, promovendo uma atmosfera de “château”. A avó de Pedro Seixo era de Ervedosa do Douro e o director-geral da Santos e Seixo lembra-se bem de, em miúdo, andar na vinha e na adega onde se fazia Vinho do Porto. Este é um regresso ao passado com os olhos postos no futuro.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40678″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”EM PROVA” color=”custom” accent_color=”#888888″][vc_column_text]

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Edição Nº30, Outubro 2019

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