Horácio Simões, uma família unida à volta do vinho

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A secular Casa Agrícola Horácio Simões não é o maior produtor da Península de Setúbal, mas é certamente um dos mais antigos e mais reputados na região. Encontra-se aqui em perfeito equilíbrio uma abordagem tradicional e quase artesanal dos antepassados e uma sede da geração contemporânea para experimentar coisas novas.

TEXTO Valéria Zeferino
FOTOS Ricardo Palma Veiga

A adega na Quinta do Anjo é pequena e disfarçada de vivenda com uma loja e café, onde os locais gostam de ficar à sombra no pátio para tomar um copo à tarde. Ao passar na rua nem se dá pela adega, sobretudo se o portão estiver fechado.
A casa dispõe de cerca de 40 hectares de vinha própria e conta com mais 30 hectares de vinha dos parceiros, para além de alguma uva comprada na região. A produção anual é de cerca de 300 mil litros de vinhos tranquilos, Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo.
O Castelão ainda é pisado a pé ou tratado com “macacos” nos antigos lagares de pedra vinda da serra da Arábida. Uma antiga prensa vertical é a única utilizada. Para engarrafamento empregam umas maquinetas que em muitos sítios servem como peças de museu.
É claro que nem tudo se faz como dantes. Por exemplo, antigamente as vindimas só começavam depois da festa da Moita, que acabava na segunda semana de Setembro. Hoje em dia, vindima-se com base no controlo da maturação.
Manter a identidade da casa é essencial. O que se pretende é que os vinhos, mesmo sendo um pouco diferentes em função do ano, sejam reconhecidos pelo estilo da Casa Agrícola Horácio Simões. Mesmo que o rótulo não esteja lá.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Três gerações juntas
José Carvalho Simões, o bisavô dos irmãos Pedro e Luís Simões que estão agora à frente da empresa, tinha cinco filhos, mas só três queriam trabalhar na área da agricultura: Horácio, Diniz e Virgílio. Em 1910 foram criadas três casas agrícolas com os nomes de cada um. Destas três apenas uma continua até à data – Casa Agrícola Horácio Simões.
Horácio Santos Simões tem hoje 97 anos e mesmo que já há muito tenha passado tudo para o filho e netos, continua presente e atento. Nas alturas de maior agitação na adega anda a “fiscalizar” se está tudo a ser feito como deve ser. Sobe ao telhado e observa de cima, para ter uma visão melhor dos trabalhos desempenhados. As pessoas próximas dizem que “ele só não ouve o que não quer”. Sempre teve uma maneira de ser muito própria. Não tinha o hábito de explicar como se fazia, “mandava as coisas ao ar – apanha se quiseres”, – recorda Pedro.
Quando a avó faleceu, há cerca de 14 anos, o avô foi-se abaixo, perdeu o interesse pela adega e disse aos netos para tomarem conta de tudo, que se sentia velho. Para evitar ver o avô deprimido, Pedro tentava envolvê-lo nas actividades da casa. Quantas vezes, fingindo que não tinha tempo, pedia que o avô fosse a uma ou outra vinha ver se estava tudo bem, partilhava acontecimentos, pedia-lhe conselhos. E resultou.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”10″][image_with_animation image_url=”32325″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O pai, Horácio Reis Simões, também participa vivamente nos assuntos do negócio familiar, sendo o mais antigo provador na CVR da Península de Setúbal. É uma casa onde a família, representada actualmente pelas três gerações, muitas vezes se reúne à volta da mesa.
A quarta geração também já está presente – o filho do Pedro, Francisco, de 15 anos, quer seguir as pesadas do pai. Andou a vindimar com a família há 5 ou 6 anos e actualmente está a estudar numa escola agrícola em Vendas Novas, por acaso (ou não) a mesma onde estudou o pai. Ao acabar a escola quer seguir enologia no ISA e fazer um estágio na Nova Zelândia. Pedro diz que sempre tentou incentivar o filho, despertando-lhe interesse pelo vinho sem qualquer obrigação, naturalmente. O facto de as diferentes gerações estarem muito unidas e com hábito de se juntarem às refeições também foi determinante. “Aos almoços e jantares, mais volta menos volta, estamos sempre a falar do vinho”, diz Pedro com um sorriso.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32346″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Moscatel da Revolução
As arrumações em casa são sempre bem-vindas, nem que seja para encontrar uma coisa esquecida há décadas. Para arranjar mais espaço, começaram a rearrumar os armazéns. Num deles, ao mover as barricas, descobriram um alçapão, onde deram com um esconderijo de Moscatel de cuja existência não faziam ideia.
A explicação era fácil, mas inesperada. Na altura da revolução de 25 de Abril de 1974, o avô Horácio Simões, temendo expropriação por lei ou por força, achou por bem esconder o vinho, feito no ano em que nasceu o seu neto Pedro. Mas não escondeu à toa, pretendia guardá-lo em bom estado, dividindo uma parte em barricas de castanho de 50 e 40 litros revestidas de parafina e em garrafões de vidro de 15 e 5 litros, fechados com rolhas embrulhadas em palha. No total havia cerca de 300 litros de Moscatel Roxo que passou os anos todos debaixo da terra, sem luz e com temperatura e humidade relativamente constantes.
O achado foi o objeto da reunião familiar. O avô riu-se com os olhos – lembrou-se do seu “tesouro” escondido. “Ah, é capaz de dar um belo vinagre”, – foi a reação dele. O pai também vagamente se recordava que, sim senhor, havia um vinho feito pelo avô no ano em que o Pedro nasceu, mas nunca soube do seu esconderijo.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32358″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Depois de provar perceberam que o tesouro foi autêntico e que não era desta que iriam fazer um vinagre de Moscatel Roxo. Estava em estado perfeito de saúde, nem o álcool se perdeu, nem precisava de ser refrescado, pois a frescura inicial foi preservada.
Resolveram juntar o vinho todo e engarrafá-lo, filtrando ligeiramente para não alterar muito a sua estrutura. Não fazia sentido engarrafar lotes diferentes do Moscatel estagiado em barrica e do que passou os anos todos em garrafões, pois dava quantidades diminutas.
“Vejam lá se não me estragam isto” – deixou cair o avô no final do concílio.
E não estragaram. Trataram-no com todo o respeito que um vinho de 44 anos merece. O tempo encarregou-se de conferir mais sofisticação ao licoroso, e a família assegurou a sua nobre apresentação em garrafa com rótulo feito de uma camada fina de madeira.
No total ficaram 300 garrafas de 0,5l deste belíssimo Moscatel Roxo de 1974, numa edição extremamente limitada e única, que é um testemunho silencioso dos anos conturbados da Revolução.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

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Edição Nº19, Novembro 2018

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