Segredos do Douro Superior

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A mais remota sub-região do Douro tem uma identidade muito própria, que se reflecte na paisagem, no clima, nos solos e, obviamente, nos vinhos. A diversidade de estilos é grande e se a opulência e intensidade de aromas e sabores já seria esperada, a frescura, elegância e mineralidade de muitos tintos e brancos é uma grata surpresa.

TEXTO Dirceu Vianna Junior MW
FOTOS Ricardo Palma Veiga

Além de grandes vinhos, a região do Douro ostenta extrema diversidade e lindas paisagens. O Douro distribui-se por três sub-regiões, diferenciadas principalmente pelo clima e pela evolução dos seus aspectos históricos e culturais que se desenvolveram através dos séculos. Das três sub-regiões, o Douro Superior, devido à sua posição geográfica mais remota, aparenta estar ligeiramente isolado, tirando partido de uma menor intervenção humana para revelar toda a sua biodiversidade.
Apesar do percurso oferecer uma paisagem agradável, a viagem entre a cidade do Porto e Vila Nova de Foz Côa, centro geográfico da região do Douro Superior, é longa, mais de duas horas. A região permaneceu praticamente isolada até ao século XVIII. O inicio da expansão aconteceu somente em 1780, no reinado de D. Maria, quando o monólito de granito existente no rio, e que impedia a navegação, foi removido. Com o rio navegável a região tornou-se mais acessível, mas mesmo assim o acesso nunca foi fácil. Uma viagem desde a cidade do Porto até Barca d’Alva, no ano de 1848, durava praticamente o dia todo. Hoje, apesar da viagem por estrada ser muito mais fácil e rápida que no passado, ainda existe a percepção de que a região continua um pouco afastada em comparação com outros centros vinhateiros, como Mesão Frio, Régua ou Pinhão.
A região do Douro Superior estende-se desde o Cachão da Valeira, na borda do Cima Corgo, e prossegue até à fronteira com Espanha. É uma região árida e agreste. O facto de ser mais afastada ajuda a que sua paisagem e biodiversidade sejam melhor preservadas. E isso contribui para o carácter, charme e personalidade da região.
Fazendo uma comparação das sub-regiões do Douro com regiões produtoras de vinhos franceses, se uma visita ao Cima Corgo, com suas famosas e magníficas quintas, seria equivalente a uma visita aos belos chateaux de Bordeaux, então visitar um pequeno produtor no Douro Superior corresponde a uma visita à Borgonha. As pessoas são simples, amigáveis e hospitaleiras. As refeições que seguem as visitas muitas vezes ocorrem nas mesas dos próprios produtores e são eventos íntimos, informais, que reúnem amigos e representam uma experiência cultural e gastronómica real e verdadeira.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”27967″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O clima da sub-região do Douro Superior é continental, notoriamente quente e mais seco. Manuel Carvalho, jornalista e crítico de vinhos com amplo conhecimento dos vinhos do Douro, observa que a fruta do Douro Superior é tipicamente mais madura, com bastante intensidade e as vezes pode até lembrar um pouco o estilo frutado de um vinho do Alentejo. Dirk Niepoort é mais radical e acredita que os vinhos da região são caracteristicamente pesados e demasiadamente alcoólicos, embora não descarte a qualidade de alguns vinhos de zonas mais altas e em locais onde solos graníticos predominam. Mas será de estereotipar assim uma região tão vasta e diversa?
Devido à posição geográfica, existe maior amplitude entre o calor do dia e o frescor das noites, deixando assim a vinha descansar e ajudando até certo ponto a fruta a preservar a sua acidez. O clima é mais estável e uniforme ao longo do ano, sobretudo na época da colheita. Para João Nicolau de Almeida, da Quinta do Monte Xisto, essas amplitudes térmicas mais acentuadas contribuem para que o solo, predominantemente xisto, esteja mais desfeito e mais evoluído, tornando mais fácil trabalhar. Nas regiões mais altas, encontra-se também granito e até mesmo manchas de calcário, como refere Carlos Magalhães, do Palato do Côa, que cita os solos de Muxagata como exemplo. Para Ana Almeida, enóloga da propriedade Cortes do Tua, esta mistura de solos ajuda a conferir frescura e mineralidade aos seus vinhos, especialmente os brancos.
Em comparação com as outras sub-regiões, a morfologia do terreno apresenta inclinações mais suaves, o que torna mais fácil mecanizar. Outra vantagem, de acordo com João Nicolau de Almeida, é a possibilidade de haver plantações de maior densidade e assim uma melhor concentração de aromas e sabores. Além disso, essa topografia menos acidentada resulta em menos problemas de erosão.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” equal_height=”yes” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Altitude faz a diferença
O Douro Superior é a maior das regiões demarcadas do Douro, englobando uma área total de 110.000 hectares, mas apenas 10.200 hectares estão plantados. Isso significa que os vinhedos cobrem apenas 9,3% da região. Tal como as outras sub-regiões, o Douro Superior também é uma região fragmentada. Apesar de a região se ter desenvolvido mais tarde, existem, de acordo com o Instituto do Vinho do Douro e do Porto, 3.458 produtores de uva em actividade.
Uma das grandes vantagens do Douro Superior, de acordo com Carlos Magalhaes, é o seu clima mais constante em comparação com as outras sub-regiões. Isso significa que as plantas necessitam de menos intervenções na vinha para manter a saúde fitossanitária. Clima consistente permite ter mais homogeneidade nos vinhos produzidos, isto é, está menos dependente dos fatores climáticos que nas outras sub-regiões. Outra vantagem é que esse clima favorece a adaptação para a viticultura orgânica e biodinâmica. Mas nem tudo são vantagens: João Nicolau de Almeida alerta para o problema do escaldão, devido ao extremo de temperaturas e excesso de sol, ainda que isso possa ser menorizado com o tipo de condução da vinha.
Para fugir do calor excessivo existem outras possibilidades.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”27968″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Segundo Ana Almeida, um dos segredos é a altitude. Em zonas altas é possível obter vinhos com muito equilíbrio entre acidez e álcool, o que nas outras sub-regiões é mais difícil. Para João Nicolau de Almeida, as vinhas viradas ao norte proporcionam fruta com menos volume e boca, mais acidez e fabulosas notas de mineralidade, o que permite elaborar lotes interessantes e equilibrados. Além disso, os vinhos tintos apresentam cor profunda e estável ao longo do envelhecimento, proporcionando longevidade ao vinho. Os taninos dos vinhos tintos são firmes, intensos, mas ao mesmo tempo maduros e sofisticados.
O Douro Superior é uma região rica em castas autóctones. Entre as principais variedades tintas sobressaem a Touriga Franca, Tinta Roriz, Touriga Nacional, Tinta Barroca, Tinto Cão, Trincadeira e Sousão. Entre as brancas destacam-se a Malvasia Fina, Viosinho, Gouveio, Rabigato e Moscatel Galego. Para Ana Almeida, essa diversidade manifesta-se principalmente nas vinhas velhas de plantações mistas como, por exemplo, em Pombal-Carrazeda de Ansiães, onde dezenas de castas brancas estão dispersas numa única parcela.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Desafios e oportunidades
Um dos principais desafios para a região no futuro próximo serão as alterações climáticas. Com certeza, as dificuldades impostas devido a estas alterações vão provocar formas distintas de trabalhar na vinha. Para Ana Almeida, o sistema de rega será cada vez mais imprescindível. Para Teresa Ameztoy, da casa Ramos Pinto, proprietária da emblemática Quinta da Ervamoira, o caminho passa por respeitar ainda mais o ambiente, minimizando o uso de herbicidas e pesticidas nos vinhedos. Mas o trabalho de campo exige mão-de-obra capacitada.
Eis outro desafio significativo e decisivo para o futuro da região: fixar população no interior para trabalhar não somente no campo, mas também em indústrias adjacentes. Essa também é uma preocupação de Teresa Ameztoy. O turismo na região do Douro é um fenómeno recente, mas no Douro Superior essa vertente está percetivelmente atrasada e o seu desenvolvimento representa uma oportunidade para a região como um todo. Melhor infraestrutura certamente ajudará a atrair mais gente a esta bela região. Hotéis adequados, bons restaurantes e lojas comercializando os melhores vinhos da região serão fundamentais para projetar ainda mais a imagem do Douro Superior.
A percepção geral de um consumidor menos envolvido ou de um apreciador que vive fora de Portugal é que o Douro Superior seria uma região remota, agreste e árida. Devido ao seu clima mais seco, os vinhos serão mais maduros e pelo facto de haver menos chuva os vinhos tornam-se positivamente consistentes. Até certo ponto isso faz sentido.
Mas o que muitos ainda não descobriram é que a região é capaz de produzir vinhos tintos elegantes, menos pesados e sem perder o carácter. E é também possível encontrar bons exemplos de rosé, como o Palato do Côa 2017 de Carlos Magalhães, onde predomina a Touriga Nacional, e até mesmo ser surpreendido por um espumante fresco, vivo com bela textura, notas tropicais, florais e minerais, elaborado com a casta Códega do Larinho (Montes Ermos). Esse vinho da colheita de 2017, feito pela Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta, realmente ajuda quebrar o preconceito de que o Douro Superior não é capaz de fazer vinhos frescos e elegantes.
Na verdade, o maior segredo que esta região guarda é sua capacidade de surpreender o apreciador com vinhos brancos elegantes, minerais, com baixo nível de álcool e extraordinária frescura. E pronto, os segredos foram revelados![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][heading]Em Prova[/heading][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº 15, Julho 2018

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